sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Pequeno hiato....

Olá galera!!!!
Bom, aos que me visitam com frequencia, peço desculpas pelo transtorno de falta de posts. Bom, estou de segunda à segunda estudando para a segunda etapa do Vest-UFES, e são mais ou menos, 11hrs por dia de história, portugues, literatura e redação. Por isso não tem sobrado tempo para eu me dedicar ao blog, infelizmente.
Mas calma, não estou fechando o blog, mas acho improvável (não impossível) eu escrever um post até o próximo dia 20, que quando terminam as provas e minha vida começa a surgir de novo, hehehe.
Bom, espero não perder meus leitores fieis. Um grande abraço à todos.

Diego Moretto

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Brasil: O império da ignorância

Àqueles que já estudaram a história de nosso país nos empoeirados livros do ensino médio, com certeza reparou que desde aquela época situações visivelmente burras faziam, de forma contínua, parte de nosso cotidiano. Assumo que evoluímos, mas não foi de forma exorbitante. Fomos capazes de colocar Lula no poder, e olhem só que maravilha, duas vezes!

No jornal de hoje estava divulgada a noticia de que descobriram mais casos de mulheres presas junto a homens no Pará. Para àqueles que não acompanharam o caso, um delegado (muito inteligente por sinal), colocou uma jovem de 15 anos em uma cela com mais de dez homens. Não preciso mencionar o final disso. E ainda por cima, o delegado/crânio queria subornar a família da moça, para que pudessem mudar a certidão de nascimento da vítima.

Além disso, em mais uma atitude inteligente, foi colocado em pauta para votação a elaboração de mais um feriado no país, desta vez a favor o Dia da Consciência Negra. Bom, vamos com calma. Ninguém mais acha que nosso país já esta saturado de feriados?? No programa Debate (MTV) uma das defensoras dessa magnífica idéia alegou que os negros brasileiros precisam ser lembrados pelo menos um dia. É inacreditável. Com uma colocação dessas, a coitada atrasa mais ainda a luta contra o preconceito. É triste ouvir certas coisas.

Ainda tocando no assunto ‘preconceito’, em São Paulo, suspeita-se que 3 pessoas foram mortas por neo-nazistas. Essa notícia entra neste artigo pois vestir uma camisa manchada por anos de sangue e humilhação, é a maior ignorância que se pode ter hoje em dia. É inaceitável que grupos vangloriem um sinônimo de um passado triste e vergonhoso, como foi o da época do nazismo. Por isso que das citadas, essa é a maior e mais revoltante.

O pior é que noticias assim são de praxe nos noticiários de nossos dias. Realmente, a educação é o maior déficit de nosso país. Enquanto isso, nosso presidente (figura ilustre deste artigo), continua a lutar pela aprovação do CPMF – que se fosse bem planejado e usado com eficiência, seria realmente um imposto necessário-, tornando também essa uma histórica derrota de seu governo. Infelizmente.

sábado, 17 de novembro de 2007

Cultivando The Secret - O Segredo











Em 2007, fomos surpreendidos com um livro e um documentário que prometia mudar a vida de todos, transformar desejos em realidade de uma maneira fácil, que até então poucos conheciam, mas que sempre foi usada pelos maiores gênios já existentes. Fala-se do Segredo, ou simplificando, a Lei da Atração, que seria nada mais do que atrairmos, por meio de muita convicção e força de vontade, tudo o que buscamos usando apenas nosso pensamento. Complicado? Ok, funciona mais ou menos assim (segundo o documento):


Todos nós possuímos desejos. Algo que queremos muito, seja lá o que for, dinheiro, casamento, um carro, uma casa, um emprego...não importa. Segundo o documento, podemos obter o maior dos nossos desejos apenas usando o poder da mente. Sim, a mente é poderosa, segundo a teoria. Ao focalizarmos em nosso objetivo de maneira convincente, emitimos sensores para o Universo que nos devolve aquilo que realmente lutamos por meio de nosso pensamento, já que esse é o motor de nossas vidas - segundo a teoria. Tudo de bom e ruim que aconteceu conosco, foi devido o estado de espírito que nos encontrávamos. Ou seja, se você estiver mal, seu dia será mau, tudo que há de ruim terá maior probabilidade de acontecer com você. O que seria o contrário, caso acordasse de bom humor.

Lógico que não é fácil assim. A teoria funciona, mas não dessa forma simples. Na verdade, a esperança já é de caráter humano, e não vem de uma teoria.

Quem não o viu (ou leu) o The Secret – O Segredo, recomendo que o façam. Já adianto que é chato e enfadonho, mas traz algo que realmente falta em nós no dia-a-dia: A esperança diária de que tudo melhorará.

De forma mascarada e usando uma fábula teórica, o documento realmente nos alerta de que em plena era capitalista, não adianta baixar a cabeça e pensar que tudo se resolverá com o tempo, que não vai acontecer. O ímpeto diário, que devemos ter ao acordar todos os dias, a motivação, o desejo de ser feliz, tudo isso faz parte quando queremos uma boa vida, mesmo que estejamos passando por momentos incrivelmente ruins.

O documento nos faz compreender que não adianta criarmos uma rotina semanal sem acreditarmos que faremos isso para cumprirmos algum objetivo. Temos de acreditar em si próprios e ter sempre algo em mente, seja o que for, mas que faça ser grandioso para enfrentar os perrengues com muita vontade.

Então é isso, foque em um objetivo e lute por ele. Tente cumpri-lo o mais depressa que puder para que outros objetivos também venham em sua vida. Acredite em si mesmo e não esqueça que a força, a chamada Lei da Atração, é seu próprio suor. O Segredo é a sua fé. Boa sorte na sua cultivação!


Cultivação do bloggueiro: Passar na prova da UFES (25/11) com boa colocação...

"Escritores da Liberdade"

É com grande honra que recebo do blog O Antagonista, o selo Escritores da Liberdade. Aliás, o nome do selo é também o nome de um fabuloso filme com a Hilary Swank, que recomendo a todos que assistam.
O selo é repassado à todos “escritores - mesmo os amadores- que libertam tudo o que sentem e dividem com pessoas que nem mesmo conhecem”.

Os meus 5 indicados são:
Blog Poesia e Palavrão: O blog que me fez gostar de poemas e poesias. Sem mais.

Blog Coisas que Eu Vivendo: Ter abilidade para descrever viagens e momentos pessoais não é para todos, e em seus textos o bloggueiro tira de letra.

Blog Folhetim On Line: Ler um livro on line não é lá essas coisas, mas quando se trata de uma história cheia de altos e baixos e publicada por capitulos, tudo fica bem diferente.

Blog O Avesso da Vida: Divagações simples mas que fazem a diferença em nossas vidas. Tudo em forma de poemas sublimes.

Blog Championship Vinyl: Fazer rir é uma tarefa incrivelmente dificil, e o Rob faz em seus textos como se fosse a coisa mais facil do mundo.

O selo se encontra ao lado do meu blog. Obrigado ao Vladir mais uma vez. E Parabéns aos premiados.

domingo, 11 de novembro de 2007

A errada escolha do caminho mais fácil

No Espírito Santo, um deputado (em breve o nome), alegou estar criando uma emenda em que proíbe a realização de festas raves, com o intuito de acabar com a vasta proliferação de drogas “nesses” ambientes. Provavelmente, a medida foi tomada após diversos jovens ficarem em estados deploráveis (e contabilizando até uma morte) após participarem de uma rave no Rio de Janeiro.

Bom, festas raves têm mesmo fama de ambientes onde drogas rolam soltas, mas será que é só lá?? Garanto para vocês que estão lendo aqui que não. É difícil hoje em dia não acharmos locais onde não possam ser encontradas drogas, sendo que até em igrejas (acreditem...) já foram apreendidas tais substâncias.

O que mais entristece, é que alguém com um cargo de deputado, tenha uma idéia tão equivocada. O que tem de se fazer é aumentar a fiscalização nas festas e micaretas espalhadas pelo país. Existem vários tipos de festa, raves ou não, todas com certeza vão ter algum tipo de droga rolando. Não se trata do tipo de música, do tipo de público e nem do tipo do evento. Drogas estão por todos os cantos.

Aumente a fiscalização, o policiamento, o revistamento entre outros artifícios, porque terminar com um evento é ridículo e ignorante - além de anti-democrático. Nem sempre o caminho mais fácil é o melhor, quando será que vão aprender?

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

O Terceiro Sexo


Há pouco tempo, uma polêmica campanha publicitária italiana, gerou um alarde muito grande em todo mundo. A campanha mostrava um berçário e vários bebes com uma pulseirinha indicando o sexo de cada um, inclusive o homossexual (foto1).

Houve uma revolta por parte de conservadores italianos e de várias partes do mundo, que considerava a campanha além de ofensiva, horrorosa.
A questão é, porque ofensiva? Ou melhor, porque tal campanha ainda é considerada polêmica?
Referente à campanha, a utilização de um bebe e sua pulseirinha de recém nascido, serviu mais para provocar uma atenção maior mesmo, de um caso que já saturou a forma de preconceito e que não devia nem ser mais debatido.

Há algum tempo, o atual presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, afirmou ingenuinamente que em seu país não havia homossexuais. Digo ingenuinamente, pois não acredito que pessoas sejam gays por opção e a campanha ajuda refletimos nisso.

É triste ver qualquer forma de preconceito, e mais triste ainda quando tal discriminação aconteça em atual século, sendo que relatos de casos homossexuais existem há muito tempo.

Não tem como saber se a pessoa nasce gay ou não, acho que só quem realmente é para nos esclarecer, mas já que combatemos por anos a fio e com sucesso, discriminação contra mulheres e negros (por exemplo), é inegável que essa é mais uma das metas de nossa sociedade, já que ter preconceito é a ignorância restrita a cada um, e com tantos problemas maiores e mais nojentos para nos preocuparmos, porque não acabarmos com algo tão ridículo? Se as críticas são baseadas em relatos bíblicos, tal livro também diz que todos são iguais. É botarmos a mão na consciência e vermos que não estamos mais na Idade Média.

Foto 2: Marcas de Chibatadas em Iraniano assumido homossexual e que fugiu de seu país.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Cobertura Tim Festival 2007 - Vitória e Curitiba













Vitória, 29/10

Cat Power: A norte-americana Chan Marshall (Cat Power é pseudônimo), abriu a noite do segundo dia do Tim Festival na cidade de Vitória. Mesmo que seja por acaso (seria a canadense Feist, que cancelou de última hora), Cat Power (foto1)e banda fizeram um magnífico show. Fazendo um bom balanço de sua carreira, e cantando covers inusitados, a cantora começou com um público bem tímido, sentados, situação que permaneceu até alguns acordes do que viria a ser Satisfaction e a chamada de Chan para o palco. Voz magnífica e presença de palco que funciona. Destaque para o exímio baterista e para a interpretação moderna de New York New York. Decepção da não-improvisação da música Free, uma de suas melhores canções e que a platéia pedia com clamor.

CirKus with Neneh Cherry: O melhor show do Tim Festival em Vitória. Empolgação, bagunça, críticas aguçadas, músicas extremamente boas e um carisma contagiante. Neneh Cherry e seu marido Cameron McVey (líder do CirKus), eram energia pura e única. Músicas desconhecidas pra mim, mas que nem por isso deixou der ser um ponto fraco na apresentação da banda, que mesmo não falando português como Cat Power, animou mais do que a cantora americana. Destaque para o magnífico show por inteiro (Neneh deve se tornar integrante do CirKus) e para o belíssimo conjunto vocal: Neneh, Cameron e Lolita Moon.

Curitiba, 31/10

Hot Chip: Bom, devido a abertura dos portões ter atrasado demais e o show ter começado pontualmente, mesmo com uma fila enorme, pude ver apenas o finalzinho do show. Fantástico, para quem gosta da banda eletrônica, viram a qualidade dos caras. Infelizmente eles não são tão fiéis assim aos álbuns lançados, mas comandam uma pick-up poderosa.

Björk: Mesmo sendo o show mais criticado do festival em Curitiba, o que vi foi uma explosão de viagens no show da magnífica Björk (foto2). A voz aguda e fiel, as cores vibrantes e diversificadas, a alegria se encontrando com a melancolia, o cenário fantasioso...tudo isso. O show foi sem noção de bom e só não foi melhor devido ao grande atraso que teve, infelizmente. Destaque para Bachelorette, o que foi essa música???

Arctic Monkeys: Esse era por mim um dos mais esperados da noite. Os macacos chegaram tímidos, magros e jovens. E ficaram por isso mesmo. Cumpriram o papel certinho, fizeram umas piadinhas, mas faltam amadurecer muito como rockstars mainstreans. Destaque para o final fodástico com A Certain Romance - mesmo com um repertório bem esquisito, faltando músicas incríveis como 505 e D is for Dangerous. Aliás, apenas 45 minutos de show doeu...

The Killers: Aí estão os reis do festival. Curvem-se ao bigodudo Brandon Flowers, porque ele é o cara! Hallowen, show lotado, última banda… Não precisava demais nada pra deixar o Tim Festival perfeito. HC, Björk e os Monkeys já tinham valido cada centavo gasto no ingresso, mas os Killers chegaram e fecharam o festival com chave de ouro e cravejada de diamantes. Com um repertório bem escolhido, um cenário magnífico e uma apresentação perfeita, o título de melhores do festival é sem dúvida deles. Lindo a platéia acompanhando hits como Mr. Brightside, Somebody Told me e a belíssima All These Things That I've Done. Em Read My Mind também houve cantação, pulos e gritos eufóricos da platéia animada. O único possível gafe foi não tocarem o sintetizador maravilhoso da música On Top - mas quase não é um defeito. Destaque para a performance de Flowers (foto3) e o show em si.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Quando irão aprender?

Na última quarta-feira, durante uma reunião para decidir o futuro da UFES, diversos estudantes “protestaram” contra a reitoria aceitar as propostas oferecidas pelo governo por meio do projeto REUNI – que pretende reestruturar as universidades públicas do país. A proposta tem como objetivo aumentar o numero de vagas nas universidades e melhorar a qualidade de ensino. Entretanto, o “excelente” plano do reitor Rubens Sérgio Rasseli (foto), da UFES, se resume em usar o programa governamental para aumentar as vagas e melhorar a estrutura física da universidade, sem aumentar a quantidade de professores e de materiais para aulas praticas.

Logicamente, os alunos preparam um protesto, idéia mais do que bem vinda neste caso. Mas, na ocasião, o que se viu foram abusos incalculáveis por parte dos protestantes. Portas destruídas, vidros quebrados, pessoas machucadas, perigos de vida, foram apenas algumas das características do que deveria ser uma luta pela ignorância.

Ainda sou a favor de protestos, mas isso que aconteceu na UFES, passou longe de ser um. Isso se chama vandalismo, para àqueles que se vangloriaram por estar lá.

Pelo visto, estamos longe de poder desfrutar de um poder que tanta as vezes foi tão benéfico à nossa nação.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, 2006


Assim como já foi dito em um post anterior, a qualidade dos filmes nacionais está inteiramente a par com qualquer país do mundo. Hoje em dia, dizer que filme brasileiro é inferior a qualquer outro, é pura ingenuidade. O escolhido do ano para tentar uma vaga no Oscar 2008 é um grande exemplo disso. O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias é revigorante. Uma trama alegre mas que esconde um fundo bem triste. Disparidades difíceis de se fazer com eficácia, mas que o diretor Cao Hamburger o faz e prova ao mundo que o cinema brasileiro não se restringe apenas à Cidade de Deus.

[SINOPSE] Em 1970 o Brasil e o mundo pareciam virar de cabeça para baixo, mas a maior preocupação na vida de Mauro, 12 anos de idade, tinha pouco ou nada a ver com a proliferação das ditaduras militares na América do Sul ou com a Guerra do Vietnã. Seu maior sonho era ver o Brasil tri-campeão do mundo. Mauro se encontra naquele momento de transição da infância para a adolescência. É nesse ponto de virada que ele se vê obrigado a viver longe dos pais quando, por serem de esquerda, são forçados a viver na clandestinidade e deixá-lo com o avô. Mas algo inesperado sucede com seu avô. E o garoto fica sozinho sem poder avisar os pais. Quem acaba tomando conta de Mauro é Shlomo, o vizinho do avô, um velho judeu solitário, funcionário da Sinagoga. Essa convivência inesperada resulta, para ambos, num mergulho em mundos desconhecidos do qual emergem, cada um à sua maneira, bastante amadurecidos.Enquanto espera um telefonema dos pais, Mauro aprende a encarar uma realidade muitas vezes difícil e dolorosa, mas que tem seus momentos de alegria e descoberta. Ele se vê sozinho e repete assim, de certo modo, a saga de seus avós - imigrantes judeus - sobrevivendo num mundo novo. A partir daí, entram na vida de Mauro, além de Shlomo, o zelador da sinagoga com quem é obrigado a morar; a irreverente Hanna, pouco mais velha do que Mauro, com seu enorme talento para apostas e novos negócios; a jovem Irene, que incendeia a imaginação de todos os garotos do bairro; o Rabino, um fanático torcedor do Corinthians; Ítalo, filho de italiano envolvido em movimentos estudantis, Edgar, goleiro mulato do time do bairro, entre outros. Com seus novos amigos, Mauro divide, entre muitas outras coisas, sua paixão pelo futebol, as primeiras descobertas da sexualidade e seu desejo de recuperar a felicidade sufocada pela ditadura.

O roteiro, feito e revisado por 4 roteiristas, é belamente montado e inteligente. A utilização da paixão do menino Mauro pelo futebol e a adoção da Copa de 70 como fundo tema, foi espertamente cabível, logo que o alegre momento é ofuscado pela repressão da ditadura. Vê-se que esta era a intenção dos roteiristas e do diretor Cao, já que em diversos momentos, Mauro torce para o Brasil e em outros torce para que seus pais cheguem em seu fusca azul.

Aliás, a escolha de Michel Joelsas para o papel do menino foi um grande acerto. Com caras e bocas certas, Michel consegue conquistar o publico pela doçura e pela boa interpretação. Assim como a menina Daniela Piepszyk, que interpretada a geniosa Hanna, que a cada aparição, rouba a cena de uma forma talentosa. O filme é recheado de boas atuações, e surpreendentemente as melhores são de atores desconhecidos, como Germano Haiut, intérprete do excêntrico judeu Shlomo. Até uma breve, mas interessante, participação de Paulo Altran há na película.

Cao Hamburger merece todos os créditos do longa. Com este filme, o diretor prova sua facilidade e sua qualidade em trabalhar com crianças em filmes. Tendo um tema forte como a ditadura, Cao consegue suavizar com rostos infantis um tema histórico tão triste. Seu mérito se estende desde à escolha de músicas brasileiras na trilha sonora até as locações paulistas atuais mas que mantém o cenário de décadas atrás. Genial. Mesmo tendo acertado na escolha de Michel, acho que seria válido a escolha de um ator mirim com mais cara de brasileiro, mas é um detalhe.

O Ano... não tem grandes chances de entrar na disputa de melhor filme estrangeiro no Oscar. Mas tem mais chances do que teria Tropa de Elite, isso sem dúvida. O filme já tem em dvd, mas os cinemas brasileiros voltaram a exibi-lo, por isso, não percam. É o segundo melhor filme brasileiro do ano.

Nota: 9.0

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Demagogias brasileiras

A operação de guerra presenciada em Senador Camará, na Zona Oeste do Rio, na manhã de ontem, foi um cruel retrato da onipotência dos policias cariocas diante a bandidagem no Rio de Janeiro. Com cenas semelhantes às vistas em filmes hollywoodianos de guerra, com helicópteros e muitos tiros, apesar dos 300 policiais em ação, houve um sangrento massacre com direito a um policial e um garoto de quatro anos mortos à tiros. Lógico que isso não é uma dura crítica ao trabalho da policia, que conseguiu aprender um grande números de armas e drogas além de aumentar a população no complexo presidiário brasileiro, mas o susto de ver uma cena daquelas, nos faz pensar ainda mais a que ponto chegamos.

Não querendo me restringir apenas a falar do Rio (estados do Norte e Nordeste – por exemplo-, também contém índices preocupantes de violência), mas já me restringindo, a situação presenciada chega a ser superior do que seria considerada caótica. E o mais triste é que não vemos reações de protestos vindas de parte alguma. Na verdade, é o contrário. Àqueles que acompanharam o ótimo Tropa de Elite no cinema, se deram conta da alegria das pessoas que assistiam ao filme nas cenas de violência? Claro, não foi o cinema em peso, mas em certas partes violentas do longa, reações de espanto ou de indignação, deram lugares a fortes gargalhadas ou expressões cômicas. Realmente é o cúmulo. Muitos não acreditam, mas aquele é um retrato fiel (e mais leve, diga-se de passagem) da realidade dos morros cariocas. É triste ver como alguns não dão a mínima para o que acontece de ruim em nosso país.


Voltando ao massacre de ontem, o que será que acontecerá com a família pobre daquele garoto de 4 anos morto? Será que receberão uma ajuda do governo, para suprir algumas despesas – caso tenha sido um policial o assassino culposo-, ou caso tenha sido um dos traficantes o atirador, vai ficar tudo por isso mesmo? É estranho perguntar essas coisas, já que sabemos as respostas, mas depois do que aconteceu ao apresentador Luciano Huck e depois do alarde que se formou por ter acontecido aquilo à ele, é revoltante deixar passar tudo em silêncio. Aos que não sabem, Huck teve seu relógio Rolex roubado por dois homens armados há algumas semanas. O apresentador disse em um artigo, que sentiu muito medo na hora do assalto e ficou revoltadíssimo por ter acontecido à ele, um pai de família. Um dos trechos do artigo dizia: “Como cidadão paulistano, fico revoltado. Juro que pago todos os meus impostos, uma fortuna. E, como resultado, depois do cafezinho, em vez de balas de caramelo, quase recebo balas de chumbo na testa”, afirmou. Me desculpem, mas sou obrigado a rir disso. Lamento profundamente que isso aconteça TODO DIA em nosso país, mas o caso foi levado à uma altíssima sindicância, tendo já – rapidamente-, dois suspeitos detidos. A revista Época de semana passada, trouxe Huck na capa e com a manchete: “Ele Merecia?”. Bom, claro que a resposta é não, mas não é ele em especial. O João ou a Maria que trabalham 16 horas por dia e ganham 2 salários mínimos por mês também não merecem ser assaltados, e são. Até você que lê este artigo, quantas vezes foi ou teve algum amigo que sofreu um assalto? E por isso foram capa de revistas, ou tiveram seus casos apurados com rapidez? Sem dúvida que não. Bem provável que o apresentador usou de boas intenções ao escrever o artigo, ao levar o caso à imprensa e coisas assim. Mas o que se formou, foi mais um retrato fatídico do Brasil, em que segurança e prestamento de ajuda policial, é reservada apenas a um punhado da população, que vivem uma vida bem diferente da maioria dos brasileiros.


Em um ano em que a Policia Militar e Federal, fazem um belíssimo trabalho de buscas e apreensões – principalmente em bandidos de colarinho branco-, somos surpreendidos (ou não) com acontecimentos que nos fazem perder a esperança em nosso país. Quando será que vão colocar mais policiais nas ruas deste país? Quando aumentarão as condições para que a Policia possa competir com os traficantes? Ou melhor, quando tudo isso irá melhorar? Me perdoem, mas não tenho as respostas.


OBS: Leiam os comentários no artigo do Huck....

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Luto, Reconhecimento, Meme e mais...

Seria até indigno de minha parte não deixar o blog em luto pela perda de mais um gênio neste ano. O da vez, é uma das pessoas mais célebres que já trabalharam neste país e a cada entrevista dada, ou a cada espetáculo produzido, deixava-nos com uma carga enorme de conhecimento e satisfação. A figura em questão é o brilhante Paulo Autran (foto1), rei dos palcos tupiniquins e responsável por deixar-nos com uma vasta obra que vai de livros à televisão – passando exclusivamente pelo teatro, onde cada uma das 90 peças, foram de ficar registradas na história. Esse cara sem dúvida alguma vai fazer falta neste nosso quase aculturado país.

Bom, como havia dito no post crítica do filme Tropa de Elite, poderia ter de reescreve-lo, já que o diretor Padilha argumentou que a versão final do filme era bem diferente da comercializada no mercado negro da pirataria. Bom, não há diferenças gritantes, por isso o post 1 e o 2 não mudarão.



O excelente blog do Vladir Duarte – O Antagonista-, ofereceu o selo “Vale a Pena Conferir” à este blog com uma descrição interessante (Obrigado rapaz!). E assim, também tenho de oferecer o selo a mais 5 blogs. Bom, escolha difícil, mas vamos lá: Irei pegar os cinco links que atualmente encabeçam a minhas lista de recomendações e como são blogs fabulosos e variados, vai ser um prazer oferecer este selo a eles:

Butique da Severina
Click Filmes
Interesse Coletivo

Em Linhas

Dorian Carvalho




Quando já sentia falta dos interessantes Meme´s que rodeiam este mundo da bloggosfera, o Dorian Carvalho me presenteia com o “Meme dos Códigos Literários”, que resume-se a abrir o livro mais próximo, ou seja, que estiver ao alcance da mão, abri-lo na página 161 e copiar a frase completa, publicando a mesma no seu próprio blog, criando por assim dizer, um clone (na forma) do post do desafiante.

Minhas escolhas:

“- Se algum erro cometi, foi o de acreditar na hipnose coletiva que colocava o PT como partido da honestidade, da ética e da transparência”.

Livro: O Chefe por Ivo Patarra.

Bom, este Meme também têm de ter mais cinco indicações. E elas são:

Pensamentos Equivocados
Championship Vinyl
Abrace o Mundo

Laboratório de Idéias
O Avesso da Vida

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

In Rainbows by Radiohead (2007)

Renovação. Precisamos disso em cada momento de nossa vida e em cada parte que nos envolve. Muitos condenam uma boa renovação. Falando na música, em plena era da luta de gravadoras contra downloads ilegais, bandas que se renovam a cada novo trabalho, como o silverchair, criam uma constante mostra de talento e abre um maior espaço com seus fans, o que é essencial nesta era da internet. Reflexões a parte, os fabulosos Radiohead, lançam – de forma inovadora-, o sétimo álbum da carreira da banda, e sobe direto para o pódio de seus trabalhos.

In Rainbows foi colocado a venda em um site pela banda, e o preço quem escolhia era o próprio fã comprador. Isso mesmo! O preço varia de 0 à 100 libras nessa nova empreitada da banda, que não possui gravadora desde seu último trabalho, há 4 anos. O bloggueiro que vos fala – como grande fã do Radiohead-, comprou o álbum por 6 libras, o que gira em torno de uns R$22. Apesar do preço que me propus a pagar, não me arrependo, o álbum vale mais.

A banda não revolucionou apenas se tratando da venda de álbuns on line. Ela se próprio renovou. In Rainbows é moderno e absolutamente bom, sem perder as características essenciais que fizeram o Radiohead uma das principais bandas da década passada.

O álbum abre com a contagiante – e pior do álbum-, “15 Steps”, música bem dançante e diferente, mas perdida dentro do repertório. Mas logo chega "Bodysnatchers", para continuar a pancadaria deliciosa, sendo uma das melhores do cd. "Nude" chega e somos obrigados a colocar no repeat, de tão suavemente boa e triste que ela é. Em seguida, temos uma amostra do que as vezes o Coldplay tenta ser: "Weird Fishes/Arpeggi" é um ótimo Britpop com uma levada setentista que nos faz vibrar. Cansados de vibrações alegres? "All I need" é um bom descarrego de emoções. Melancólico ao extremo, lembrando a triste "Fake Plastic Trees" – sucesso estrondoso do grupo inglês. Continuando com a tristeza, Thom Yorke nos presenteia com a belíssima "Faust Arp", música cheia de cordas e com um vocal bem sossegado, cheios daqueles famosos sussurros do Thom. A instrumentação diferente se faz devidamente bem em "Reckoner", com guitarras ondulantes, bateria rápida e um vocal suave demais, contrastando voz e instrumentação. Por vezes enjoativa, "House of Cards" é aquela música que você não vê a hora de acabar para ir para a próxima faixa, mas não consegue passar para frente de uma vez, pois ela tem uma qualidade intrínseca. Quase no fim do disco, a ótima e forte "Jigsaw Falling into Place" chega para tentar ficar no pódio do disco, de tão boa que é. Outra que deve ficar muito no repeat. E por fim, a já bem conhecida dos fans, “Videotape” fecha o álbum tristemente bem. Com uma voz calma, chorosa e doce, um piano leve e uma bateria estranha, torna-se uma das mais adoradas do álbum, e o faz por merecer.

In Rainbows se tornou um dos melhores álbuns de 2007. Ainda não chega a ser tão brilhante como o Ok Computer ou o The Bends, mas é melhor do que os outros quatro lançados. Thom Yorke mais uma vez mostra que é um dos principais músicos dessa geração, assim como foi na passada. E junto ao Radiohead, continua brilhando neste infinito musical.

.5 estrelas de 5.

As 5 melhores faixas do álbum:

  1. Nude
  2. Jigsaw Falling into Place
  3. Weird Fishes/Arpeggi
  4. Videotape
  5. Bodysnatchers
.DOWNLOAD.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Decepção Política... para variar um pouco.



*Manchete do Folha On Line de 08/10/2007:

"Partidos escalam Gretchen, Ronaldo Esper, Sérgio Mallandro e Viola para puxarem votos"

Precisa decorrer sobre tal absurdo? Depois não sabemos o porquê de nosso país não ir a frente. O pior, que se tais "candidatos" forem realmente concorrer, uma legião votará neles, assim como foi com o Clodovil, que está fazendo "muita" coisa no Congresso.
Nada contra a disputa nas eleições com candidatos que são (foram) celebridades, mas as escolhas dos partidos são dignas de chorar. Triste ler algo assim...

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

A Luta de poderosos egocêntricos


Nesta semana, entrou no ar como canal aberto, a nova empreitada da Rede Record, intitulada Record News. Funciona como um canal de notícias 24hrs, levando agora informação à todos, sem escolher classe e nenhum outro modo de classificação. A idéia é extremamente maravilhosa, principalmente no Brasil, onde os canais abertos se preocupam apenas em obter audiência em cima do pouco conhecimento do brasileiro, por meio de programas televisivos dispensáveis de tão fúteis.


No entanto, idéias boas devem ser contestadas, isso estão fazendo bastante com a Record. Críticas duras têm sido feitas ao canal, alegando que o canastrão Edir Macedo estaria fazendo lavagem em cima do canal. Mas aos que desconhecem, Record News é a antiga Rede Mulher, canal ao qual Macedo era dono legítimo. E como, se tratando de canais televisivos, não se pode ter mais de um dono, seria meio do que impossível o pastor estar controlando os dois canais. Alertando-os que não defendo de forma alguma Edir Macedo, Igreja Universal, Rede Record nem nada. O que quero é realmente colocar em pauta o atrevimento que se tem ao criticar uma boa idéia, útil à população, coisa que estão fazendo de sobra nos fóruns de discussões na internet. O que é engraçado, é que esses mesmos fóruns, ditos seguidos por falsos intelectuais, não param para pensar que retirando este canal do ar, deixarão apenas a futilidade da TV aberta brasileira a disposição de todos.

Para piorar, uma certa emissora de grande porte nacional (dizem que faz “plin plin”), teria recorrido à Brasília para impedir o canal em questão de ir para o ar. Aliás, a discussão entre essas duas emissoras está incrivelmente quente. Uma acusa a outra de estar perdendo audiência. Outra devolve dizendo que o povo a prefere sempre, e por aí vai. Realmente não há nada mais ridículo.

A idéia de um canal aberto com notícias 24hrs é fantástica. O povo brasileiro merece também estar a par do que realmente acontece no mundo e não o que tem de caber na grade dos telejornais. O medo é que, já que a financiadora do Record News realmente seja uma igreja, algumas notícias sejam mascaradas e tudo fique na mesma. Torcemos para que não.

In-off: A Playboy da Mônica Velozo já está nas bancas, enquanto isso, Renan Calheiros se prepara para responder a mais 3 processos ao qual é o principal culpado. Será que virará mais uma pizza no Congreço Nacional ?? Ooops, hoje fiquei em dúvida como se escreve CongreÇo........ alguma dica? hehehe

domingo, 30 de setembro de 2007

O ponto de saturação da mídia


Mesmo ainda tendo a mente no ócio, sem criatividade alguma, é lendo o último post do blog do Fernando Teixeira, que um assunto ao qual já desejo falar há algum tempo vem a tona.

Qual o principal papel da mídia? Levar informação à todos, sem se importar com quem quer que seja, não é? Mas e quando a informação levada, de tão divulgada, se torna chatamente repetitiva, e na maioria das vezes, não tem utilidade de conhecimento alguma? É isso o que, diariamente, acontece com a atual imprensa. E não falo exclusivamente da brasileira, pois nos países europeus e americanos, a enxurrada de notícias fúteis, não é raridade.

Acessando sites como G1, UOL, BBC ou CNN, há qualquer hora do dia, alguma notícia sobre o caso da menina Maddeleine estará como manchete. E assim tem sido há 150 dias, desde maio. Não que a notícia não seja importante – ao contrário, ajudou muito a alertar sobre desaparecimentos de crianças no mundo inteiro-, mas quantas crianças somem diariamente em todo mundo?? Porque doa-se milhões de euros para ajudar na procura da menina, ao invés de doar para institutos responsáveis pela ação? O caso da pequena Maddie, de tão divulgado, chegou a um ponto de saturação, que ninguém agüenta mais ouvir falar.

Outro caso que a imprensa insiste em nos reportar todo dia, é quando se trata da pobre Britney Spears. É só a moça tossir que vira capa de revista ou de tablóides. É incrível. Apesar de tudo ruim que ela anda fazendo, ainda continua como a maior popstar da Terra, e tudo isso por causa da imprensa.

São apenas alguns exemplos perto de tantos que nos bombardeiam diariamente. Assuntos como crises na nossa política são trocados pela dúvida de quem matou a vilã da novela. E isso, principalmente no Brasil, é de todo ruim. Falta de informação de qualidade, é um defeito bem grave em nosso país.

Infelizmente, não tem como acabar com as revistas e os tablóides de fofocas. A escolha vai de cada um. Viver com alienação ou não? Eis a questão...

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Quem são os macacos da história?

Em mais um corriqueiro momento de "branco", o amigo Marcos Moretto ilumina a mente deste bloggueiro com um video maravilhoso. Dedicado àqueles que acham animais seres inferiores à nós humanos. Àquelas pessoas, que vêem no ser humano, o ser mais perfeito desta Terra, capaz de realizar coisas "maravilhosas", que eles, pobres animais irracionais, não são "capazes" de fazer.
E é em meio a esse monte de aspas que os deixou se deliciarem com o excepcional Dancem Macacos, Dancem!

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Foo Fighters - Echoes, Silence, Patience and Grace (2007)



Uma das poucas bandas que ainda optam por fazer um rock original e de qualidade no mundo, lança nesta semana – nos EUA- o mais novíssimo trabalho de inéditas, intitulado Echoes, Silence, Patience and Grace (foto2). Para quem ainda não captou, a banda em questão são os excelentes Foo Fighters, banda formada pelo competente e multi-músico Dave Grohl, que luta (merecidamente) para fugir da sombra de excelente baterista grunge – fardo que carrega consigo visto o sucesso de sua primeira banda, a Nirvana.

O Foo Fighters sempre foi sinônimo de qualidade. Mesmo já tendo um álbum na discografia oficial, o sucesso veio a galope com o lançamento do fabuloso The Colours and the Shape, até hoje a obra-prima da banda. O álbum trouxe canções que ficaram imortalizadas na história da música, como é o caso da magnífica Everlong e da fortíssima My Hero. Com o estrondoso sucesso do segundo álbum, a expectativa pelo terceiro não podia ser menor. Eis que é lançado o ótimo There's Nothing Left to Lose, que mesmo após dois anos de trabalho, passou a impressão de ter sido feito rapidamente, sendo que isso não é uma crítica, pois o álbum traz canções memoráveis, como é o caso de Breakout e Learn To Fly. Tendo uma demora de uns 3 anos, a banda nos presenteia com o diferente - mas bom -, One by One, mais maduro mas não tão criativo álbum, que arrebenta caixas de som com a espetacular All My Life e a grudante Overdrive. Com mais 3 anos de espera, o Foo Fighters surpreende fans e críticos com In Your Honor, um fabuloso álbum duplo, dividido entre um cd em que impera o rock´n roll e outro com músicas acústicas de gosto duvidoso. A faixa-título e Best of You são as sensacionais do álbum. E para quem achava que a banda ainda não estava satisfeita com o álbum acústico vindo do IYH, em 2006 é lançado Skin and Bones, um cd+dvd que traz uma performance acústica da banda, com um Dave Grohl maduro até demais, mas sem perder a inteligência que já é marca registrada da banda americana.

Caramba!, quantos trabalhos em tão pouco tempo. Mas não acabou. O Foo Fighters volta a ativa rapidamente e lança nesta semana o diferente mais muito bom álbum de inéditas Echoes, Silence, Patience and Grace. O álbum, já devidamente vazado na internet, traz um som bem mais cru do que conhecemos realmente da banda. Digamos um som mais leve, em que mostra que o Foo Fighters está mudando de acordo com o tempo, buscando uma nova identidade. Aos mais maldosos, fica a idéia de que a idade vem chegando, mas é cruel demais se tratando deles. O primeiro single, que também abre o cd, cria uma certa nostalgia com o velho/recente Foo Fighters, explodindo em gritos e fúria em uma letra meio triste. A faixa em questão se chama The Pretender, e já tem clipe rodando em tudo quanto é lugar. Mas não se enganem, o álbum tem mais das músicas com o forte Foo Fighters intrínseco, mas o que é relevante falar, são os novos arranjos, bem mais suaves e deliciosos de se ouvir, como é o caso de Home e Stranger Things Have Happened, que são um achado no álbum. Statues também se destaca entre as outras. São baladinhas incomuns, não mainstream, que traz ou um piano, ou um montante de cordas, ou uma guitarra acústica...e por aí vai.

Echoes, Silence, Patience and Grace serviu para mostrar um novo Foo Fighters. Uma banda que quer se renovar, mas anda meio perdida em seu projeto. As influências que tem cercado Dave musicalmente são realmente boas, e pela inteligência do front-man, um fabuloso sucessor do segundo álbum pode estar por vir. Agora se a banda tentou fazer o que o Queens of the Stone Age fez com o Era Vulgaris, infelizmente passaram longe de conseguir tal êxito. ESPG não fica no pódio de qualidade da banda, mas é verdadeiramente bom, e mais uma vez o Foo Fighters se destaca em qualidade diante bandas que surgem a cada ano.

.4 estrelas em 5.

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quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Quando a fé cega nos comove

Em números estatísticos, o Brasil ocupa pódios quando se trata de números de fiéis católicos e evangélicos em relação ao mundo. Estamos falando de milhões de seguidores brasileiros, que usam a religião como uma certa fuga da triste realidade de nosso mundo. E isso não é uma crítica maldosa. Cada religião tem uma suma importância na vida de cada um de seus seguidores. São responsáveis pela preservação de características essenciais para se viver em harmonia em nossa atual sociedade, como a união, o respeito ao próximo entre tantos outros. Entretanto, é necessário dizer que o vasto surgimento de diferentes tipos de igrejas, tem transformado tal “necessidade” em negócio, o que vem prejudicando uma porção de pessoas, que ficam cegas diante promessas alógicas e que apenas tomam de forma covarde o pobre e suado dinheiro, obtido por meio de tanto sacrifício.

Em uma periferia de Vitória (ES), há um prédio enorme sob uma igreja chamado de Comunidade Tabernáculo Vitória. No edifício há centenas de quitinetes, onde apenas freqüentadores da igreja moram. Para que se tenha direito a morar nestes apartamentos, a pessoa deve doar Todos (!!!) os seus bens, para cobrir os gastos que a igreja tem, e continuar assim até o fim de sua vida - caso continue morando lá. Além disso, é proibido dar entrevistas e comprar bens próprios – todo dinheiro deve mesmo ser repassado à igreja. Encomendas como gás, remédios entre outras coisas, são compradas de dentro das casas, e as entregas devem ser feitas na portaria, vistoriadas e depois levadas aos seus devidos donos. A igreja é administrada pelo “pastor” Inereu Vieira Lopes, que possui uma Ranger e um Pólo (perdão, errata: o Pólo é do filho dele...). O operário e ex-morador/freqüentador do Tabernáculo, Aídson Dantas, questionou o pasto do porquê de apenas ele poder ter certos bens. Um mês depois se viu divorciado de sua esposa e fora da comunidade. Alguma ligação? Talvez, mas hoje Aídson é proibido até de visitar e falar com os filhos.

A principal ideologia de vida da comunidade, é aguardar a volta do salvador (Jesus) à Terra– que segundo eles, está próxima. Tal dia é chamado como Dia da Salvação.

É difícil criticarmos sem condenar, mas chega a ser uma afronta à dignidade humana tal ideologia religiosa. Se aproveitar de pessoas sem grau de instrução e atormentadas por suas vidas miseráveis é algo no mínimo cretino. Segundo o “pastor” a comunidade existe desde 1985 e tem todos os documentos certos diante à justiça, a disposição de fiscalização do Ministério Público. Mas, segundo o presidente da Associação de Pastores Evangélicos da Grande Vitória, pastor Enoque de Castro, nem o pastor Inereu nem a comunidade Tabernáculo pertencem à associação.

Mas já que estão a disposição do Ministério Público, porquê não investigar? Foi assim que o lado obscuro da igreja Renascer veio à tona. Além do mais, não sei se é possível, poderia-se colocar a disposição destes fiéis, pessoas instruídas a ajudá-las a procurar um “caminho” melhor para suas vidas. Um caminho em que a recompensa de tanto sacrifício diário não seja em prol de uma história montada para cegar pessoas inocentes, aproveitadores de miséria alheia.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

O fim da inocência juvenil

Uma das manchetes do site G1 hoje:Modelo de 12 anos ganha concurso e provoca polêmica na Austrália”, a notícia se referia ao caso da modelo Maddison Gabriel, que foi escolhida como um dos destaques de um evento de moda badaladíssimo no mundo – o Gold Coast Fashion Week-, mesmo tendo apenas 12 anos. O caso gerou uma grande polêmica na Austrália após o primeiro-ministro John Howard criticar assiduamente a liberação da família e do comitê de moda, para que Maddison participasse. Segundo ele, o tipo de evento não deveria ter a participação de “crianças” e condenou a atitude dos pais em não proteger seus filhos. Howard defende a proibição de meninas menores de 16 anos em eventos de moda. Em contrapartida, os pais e a própria Maddison se defenderam, alegando que não tem nada demais participar destes eventos e que apenas trabalho. Segundo a mãe da jovem modelo, é a realização de um sonho e acha injusta a crítica do primeiro-ministro. Assim, coloca-se em cheque: há alguma idade para se trabalhar no showbizz? É recomendável jovens assumirem grandes responsabilidade com tão pouca idade?

A resposta é que há casos e casos. O histórico de jovens astros que caíram em decadência e se abstiveram de drogas e escândalos ridículos é imenso, e toda hora é lembrado em tablóides e jornais. Pegando exemplos, temos a da recente Lindsey Lohan, uma das musas adolescentes dos últimos anos. Lohan passou por diversas situações desagradáveis, envolvendo drogas e sexo, que de uma forma geral, influência seus seguidores e admiradores, o que é no mínimo cruel. Além da atriz, temos inúmeros outros casos, que nem é necessário comentar.

Mas nem tudo é desastre neste mundo. No caso de modelos, principalmente as atuais, são raros os exemplos de escândalos envolvendo-as. Principalmente as de sucesso.

Assim, como disse, são casos e casos. É certo que o mundo de glamour, seja ele da moda ou do showbizz, traz coisas bem ruins para qualquer adolescente que convive nele. Tudo está ao seu alcance. Eles tem dinheiro, bebidas, drogas, tudo ao seu alcance. Não concordo em proibir meninas de participar de desfiles pela idade. Acho que deve ter uma maior fiscalização quanto a saúde e o quanto de trabalho que vão dando de acordo com a juventude da pessoa. Não é necessário sufocar uma jovem que tem de trabalhar e estudar. Pode-se pegar bem mais leve. E fazer com que todas elas tenham uma mente formada, mais madura do que a idade permite, para que não caiam nas tentações que enfrentarão pela frente, e que pode acabar com uma carreira em um piscar de olhos.

FOTO: Vanessa Hudgens, uma das protagonistas do sucesso teen High Scool Musical, onde interpreta a doce Gabriella, que nas últimas semanas teve fotos intímas suas divulgadas na internet, em que aparecia nua e fazendo poses sensuais, com apenas 18 anos. A divulgação das fotos colocou a carreira de Vanessa em cheque.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

O fabuloso espetáculo circense no senado brasileiros

Respeitável público, a cortina do grande espetáculo circense nacional se abre diante nós e o mundo. Hoje, 12 de setembro de 2007, confirmou-se o que a grande maioria já sabia: políticos no Brasil – em sua grande maioria-, tem no povo brasileiro a figura de grandes palhaços; palhaços passivos que irão aceitar qualquer injustiça que se cometa em uma sala de um congresso ou de um senado. Injustiça cometida, ora pois, por senhores que nós mesmos colocamos no poder. Mas até quando conviveremos com essa palhaçada?

Já há alguns meses, acompanhamos o desastroso caso do presidente do senado Renan Calheiros [foto2(PMDB-AL)]. Há cada mês, há cada dia víamos uma acusação e uma história diferente, combatida por explicações tão cheias de lapsos que soavam mais como um atentado à inteligência de nosso povo do que como prestações de contas. De lobistas passando por vacas e laranjas (até a Playboy entrou na história) e chegando em uma duvidosa empreitada em uma empresa de comunicação (e de refrigerantes...), o caso chegou a um patamar que gargalhadas foram o mínimo a se fazer quando o senador se dizia inocente. Tudo bem, “inocente até que se prove o contrário”- apesar de que não sei se essa máxima ainda vale para nosso país. O ponto crítico, é que apesar das diversas acusações contra o senador, nada o tirava do posto da presidência do senado, e entre frases alegando inocência e risinhos debochados para os jornalistas, quem pagava o papel de otário da história eram nós, o povo brasileiro, legalmente incapaz de fazermos algo enquanto cada pilastra do circo se montava diante nossos olhos.

Na última semana, aos que acompanham a política brasileira, a expectativa pela justiça a nosso favor cresceu ao ser anunciado a votação para que se possa iniciar o processo de cassação contra Renan Calheiros. A expectativa de ver a justiça ser feita dessa vez – lembrando do mensalão...-, fez com que todos se voltassem ao dia de hoje. Até acontecimentos históricos, como o 11 de setembro (que veio junto à mais um aterrorizante vídeo do Bin Laden), passaram despercebidos aos olhos e mentes dos brasileiros. Mas infelizmente, a maioria dos políticos do país não mudou, continuam ignorando a sabedoria da população.

Com 40 votos contra 35, Renan Calheiros foi absolvido das acusações lhe deferidas hoje. Foram 81 votos, somando mais 6 covardes, que não puderam expor seu voto visto o medo que estavam com as ameaças ocultas de nosso senador-chefe, que pelo visto parece esconder muitos podres daquele senado.

O que é mais é constrangedor, é que com uma crise grave como a que o senado brasileiro está passando, a pergunta que paira no ar é: Onde está nosso presidente??

Com recepções calorosas, passeios em carruagens reais e discursos sobre etanol (que é importante, mas crise em um país tem prioridade concordam?), a mais nova viagem do presidente Lula, dessa vez na Suécia, mostra mais uma vez o despreparo do presidente diante assuntos que também são de sua responsabilidade - e que ele faz parecer não ser. Por pura ironia, com Lula afastado de nosso país e tendo o vice sob o comando do Brasil, o cargo indicado para assumir a presidencia caso aconteça algo com nosso vice, é o de chefe do senado, ou seja, Renan está há apenas "uma pessoa" para se tornar presidente provisório da nação brasileira. Para piorar, jornais de todo mundo estão divulgando o miserável retrato do que anda acontecendo por aqui e colocando Renan Calheiros como aliado de Lula (o que de certa forma não é uma mentira), como é o caso do “La Nación” – jornal Argentino.

“Vitória da Democracia”. Palavras proferidas por Renan Calheiros pós absolvição. Talvez a tão bela palavra “Democracia” tenha outro significado no dicionário dos brasileiros. Significado não tão bom, mas que – pelo que bem entender deles (os corruptos) -, nos acostumaremos ao cutuar, e assim faremos como o filho de Calheiros: comemoraremos a absolvição com uma bela festa regada a muitos fogos, e assim, voltaremos aos nossos futebols e novelas, neste espetáculo a lá pão e circo chamado Brasil.

OBS: Infelizmente em um post como este a "generalização" é inevitável. Mesmo tendo àqueles 46 senadores assinado a responsabilidade de culpa naquele senado e ter manchado perante o povo a reputação geral da classe, é prudente que se diga que nem todos são assim, ao menos por enquanto. É com grande satisfação que parabenizo ao senador capixaba Renato Casagrande (PSB/ES) pela prudência e competência como relator do processo contra o Renan C. É sempre satisfatório quando percebemos que nosso voto tem poder sim e que nem todos os políticos são iguais.

sábado, 8 de setembro de 2007

O filme mais brasileiro do século: Tropa de Elite – Discussão

Além de tocar em assuntos que atingem sem dó nem piedade diversas camadas de nossa sociedade – mais ainda a população fluminense-, o filme de José Padilha foi vítima de um crime que muitos de nós cometemos, mas fazemos sem pensar nas conseqüências, que é a pirataria. Assim, discussões são inevitáveis, e Tropa de Elite vem causando rebuliços e opiniões diferenciadas em cada canto do país, o que é incrível em um país como o Brasil.

Discussão 1: O Caso de Polícia.

A questão da pirataria, ainda mais neste caso, deixa evidente que é um crime com força em nosso país, e não é feita por pessoas em particular. O que temos nesse mercado, é sim uma máfia - ou um crime organizado, se preferirem. A prova é tida nos indícios de que o técnico de edições teria vendido o longa por 5 mil reais, montante bem superior a renda de um grupo de camelôs para se pagar em um filme. A investida desse grupo deu certo. Tropa de Elite é o filme mais procurado nas ruas das cidades e já é encontrado até em locadoras, que colocam o filme para locação. Infelizmente, não se têm muitas alternativas para se combater a pirataria. Em um país onde o preço de um dvd original, não sai por menos de 40 reais, chega a ser um absurdo criticar aquele trabalhador que ganha por volta de 3 salários mínimos e tem uma família para sustentar, quando esse compra o mesmo dvd de R$ 40 por R$5. Além disso, hoje em dia, pensa-se duas vezes em pagar 15 reais em um ingresso de cinema enquanto já se tem o filme desejado por R$5 no camelô mais próximo. Assim, com uma economia arcaica como a nossa, e uma organização poderosa como é a da pirataria – junto também com o nosso famoso “jeitinho brasileiro”-, é um problema difícil de se solucionar. Além de tempo, é necessário mudar muitas coisas que afetariam economia e sociedade de uma forma avassaladora, e sabemos como isso já é o bastante para que não façam nada para resolver tal problema.

Discussão 2: O Filme.

Manchete da parte cultural de um importante jornal capixaba: “‘Tropa de Elite’ está na mira da polícia”. Segundo relata a reportagem, um grupo de 23 policiais militares vai pedir a suspensão do filme nos cinemas brasileiros, alegando que o filme fere a imagem da Polícia e do BOPE - Batalhão de Operações Policiais Especiais. Ok, mas vamos com calma. O filme do José Padilha em momento algum faz referencias maldosas a nenhuma das partes. No que condiz ao BOPE, é até o contrário. O BOPE mostrado no longa, é o sonho de policiais que deveriam estar nas ruas nos defendendo. Com uma competência fabulosa mostrada e um lado digno de ovação, o BOPE em nenhum momento é manchado por mentiras durante a trama. Agora em relação à Policía Militar e Civil, é diferente, mas não injusto. O filme mostra apenas um lado que sabemos que existe mas não acusamos por falta de provas. Vendas de armas para traficantes, corrupção dentro do posto policial, participações em esquemas de jogos e prostituição, entre outros delitos que não eram para ser cometidos por àqueles em que devíamos confiar. Entretanto, Tropa de Elite também mostra os motivos que levam esses policiais a “entrarem” neste mundo. Exemplificando o salário baixo (o policial iniciante no Rio de Janeiro é o que menos ganha em todo o país) e as más condições em que o oficial é submetido ao trabalhar. Focalizando no sistema que acomete aos policiais do Rio de Janeiro, surpresas horríveis são apontadas nas estatísticas, o que nos fazem ficar perplexos com a bola de neve da problemática, e que requer urgência na resolução. Comparando com São Paulo, além do salário inicial ridículo (em São Paulo o valor do montante é de R$1240), o índice de resolução de problemas – que em SP é de 70 %-, no Rio não passa de 2%, o que é um absurdo. Além disso, o número de produtividade da policia fluminense caiu 31.7% só este ano. É um retrato triste, mas que está escancarado e ninguém toma uma providência adequada para reverter o quadro. Como vêem, não tem fundamento a alegação da Policia Militar em barrar o filme. Seria até estupidez eles fazerem isso.

Discussão 3: Censura.

Além da reivindicação dos PM´s quanto as cenas do filme, algumas autoridades concordam com a exibição do longa nos cinemas contanto que tirem certas partes, como a dos playboys sendo mortos e carbonizados. Isso é o mais ridículo. Em pleno século XXI sermos obrigados a nos deparar com tamanha bobagem. Se for assim, é melhor que a versão pirata continue rodando por aí.

Enfim, Tropa de Elite, como foi dito no post/crítica, deveria ser obrigatório a todos os brasileiros. Não é apenas um estupendo filme, mas a realidade mostrada é aquele que vem fazendo com que o Rio de Janeiro se assemelhe à campos de conflito no Iraque. É um grito às autoridades, para que olhem para o sistema que acomete às policias e tomem providencias: aumento de salário, equipamentos eficientes (porque o dos bandidos é mil vezes superior aos usados pelos policiais), direitos impostos, entre tantos outros podres que não dão mais para piorar. A violência no Brasil – com destaque ao da cidade maravilhosa-, consome o poder de nosso povo diante o mundo. Encobre aquilo que temos de bom para mostrar aos estrangeiros e atrapalha e muito o desenvolvimento do nosso país. Já é tarde para se começar a fazer algo.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

O Filme mais brasileiro do século: Tropa de Elite – Crítica

Para muitos o título pode soar mais como uma audácia da minha parte, mas para um filme que foi assaltado pelos figurantes durante as filmagens, teve uma cópia furtada e comercializada ilegalmente antes do lançamento nos cinemas (previsto para 11/2007) e trata de um forte assunto abafado pelas autoridades, a referencia do título chega até a ser pouca.


[SINOPSE] Baseado no livro Elite da Tropa, este filme retrata o dia-a-dia do grupo de policiais e de um capitão do BOPE no ano de 1997 que quer sair da corporação e tentará encontrar um substituto para seu posto. Paralelamente a isso, há a história de dois amigos de infância que se tornam policiais e que se destacam por sua honestidade e honra. Eles ficam indignados com a corrupção no batalhão em que atuam.

Começando com um funk pesadão e seguido da música tema do filme - cantada pelos Tihuanas-, Tropa de Elite já mostra uma trilha sonora com maior afinidade com a história, com um excelente repertório, daqueles que aumentam a tensão durante a cena. Além disso, o som é muito adequado e prima por qualidade.

A direção de José Padilha foi excelente. Bons acertos nas câmeras, nas locações, no elenco. Muito bom mesmo. Padilha também assina a produção, junto ao Marcos Padro, e juntos fazem um excelente trabalho. Com alguns defeitos – apesar de que o diretor garantiu que essa versão não é a oficial-, mas que até passam despercebíveis aos nossos olhos.

O roteiro é um dos pontos altos do filme – se não for "o". Muitos o comparam à Cidade de Deus, mas na verdade, é o oposto do filme. Enquanto o fabuloso filme do Fernando Meirelles faz uma fiel retratação ao mundo do tráfico nas favelas brasileiras, Tropa de Elite mostra justamente o outro lado da história, o dos policiais e do BOPE – Batalhão de Operações Policiais Especiais. Com uma dupla história de drama mascarada pela violência, o roteiro prima em ser redondo e original, mesmo sendo baseado em um livro: Elite da Tropa.

O elenco é excelente e não decepciona em nenhum caso. Lógico, há os que se destacam. Wagner Moura brilha como o Capitão Nascimento, que enfrenta um forte drama no final de sua carreira e tem de ser forte e deixar as emoções de lado. Além disso, Moura também é responsável pela narração do filme, e o faz muito bem. Com esse papel e com sua atuação na presente novela (Paraíso Tropical), Wagner Moura fica no pódio de um dos melhores atores do Brasil. André Ramiro e Caio Junqueira também se dão bem na trama. Como uns dos protagonistas, cumprem com eficácia o papel, com destaque a atuação do Ramiro. Outra revelação é a atriz Fernanda Machado, que assim como na sua atual novela(Paraíso Tropical), se destaca em papel de importância mediana e assim, rouba a cena em suas aparições.

Por todos esses motivos, Tropa de Elite merece sim o título de melhor filme do século. Claro, se Cidade de Deus tivesse sido assaltado e vendido clandestinamente antes de ir pros cinemas, ocuparia este cargo, mas como isso não aconteceu, Tropa de Elite ganha esse espaço. Não é um filme para quem tem estômago fraco, mas é um filme capaz de mudar a opinião de muita gente. Deveria ser obrigatório todos os brasileiros assistirem, principalmente àqueles que nos governam. Tropa de Elite é um cru retrato de uma realidade abafada por todos nós.

NOTA: 10.0

LUTO POR UMA VOZ EM PESSOA, QUE POR ANOS TROUXE EMOÇÃO E AMOR AOS NOSSOS CORAÇÕES: LUCIANO PAVAROTTI . VOLTE A CANTAR COM OS ANJOS.

domingo, 2 de setembro de 2007

Selvagens

















Na última reportagem do programa Globo Repórter, exibido pela Rede Globo, a fundadora de uma casa de abrigo para onças, tocou em um assunto peculiar, que se tratando da relação homem X animal, é mais comum do que possamos imaginar. Ao ser perguntada sobre a preocupação em se manter onças sobre cuidados próprios ao invés de crianças carentes, a resposta foi clara e objetiva: "Eu conheço muita gente que está cuidando bem de criança. Todos os que cuidam uns dos outros estão fazendo aquilo que é possível. Eu escolhi os felinos porque não tinha ninguém mexendo com eles. Foi uma questão de opção. Mas, se um dia eu tiver que cuidar de uma criança, não vou me omitir. Nós somos parte de tudo isso. Para mim, é como se tudo tivesse uma alma só. O que eu não quero para esse animal é o que eu não quero para mim", conclui.

E no que condiz às nossas obrigações como seres humanos, ela está absolutamente certa. Aos que não concordam, pense que o mundo não é feito apenas de humanos e que apenas nossa espécie é tida como “racional” - termo esse que nem sei se ainda merece ser usado para nos definir.

Tanto se condenou as matanças de tigres na África pela pele ou de baleias no Japão por causa do óleo e atualmente, exemplos nojentos de maus tratos estão por toda parte, e passando despercebido por muitos. Ainda mais aqui no Brasil, onde o tráfico de animais raros é bem comum, e que já levou algumas espécies de nossa fauna à extinção e colocou outras em uma extensa lista de ameaças. Além disso, há o problema dos circos, que estão mais para freak shows do que para espetáculos maravilhosos. Nada contra os circos - arte circense é uma maravilha -, mas a situação com a qual os animais são tratados (sem querer generalizar, mas já generalizando), é acima do cruel. Mesmo tendo suas exceções, a louvável atitude dos estados Rio de Janeiro e Pernambuco – que proibiram circos com animais-, deve ser obrigatória em todos os estados brasileiros. É sim uma atitude radical, mas é a possível solução para o problema de maus tratos e abandonos nas estradas deste Brasil afora.

Além disso, mudar a legislação referente à crimes ambientais, é algo a ser feito o mais rápido o possível, já que as leis aplicadas a esses tipos de crimes são muito brandas e quando não o são, possuem tantas cláusulas que o bandido fica sossegado ao ser condenado.

Este é um problema de cada um de nós. Pensar em ajudar estes animais somente em casos extremos é puro egoísmo. São pedaços do ciclo de vida ao qual fazemos parte. Atualmente os papéis estão trocados... Não dá para saber quem são os selvagens da história. Mas isso podemos mudar, e seria bom que começássemos desde já, antes que cantos e rugidos não possam ser mais ouvidos naturalmente.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Soulcrusher by Operator


Ser presenteados sempre com boa música não é nenhum sacrifício, ainda mais se tratando de um Hard Rock de qualidade. Ok, anda meio difícil se achar alguma banda de hard rock muito boa, mas que seja diferente das outras. Mesmo tendo de suportar esse clichê a cada novidade mainstream de peso, a banda que lhes indicarei é um dos achados deste ano.

Antes, é merecido o reconhecimento de uma banda que busca qualidade cada vez mais, mesmo não conseguindo. O Velvet Revolver (foto2) foi um tipo de Audioslave bem sucedido. Em 2004 lançaram um fantástico álbum, Contraband, que trazia um Slash e um Matt Sorun potentes e um Scott Weiland ainda dando pro gasto. Bebendo na fonte oitentista do hard rock, o álbum teve seu sucesso e o fez por merecer. O segundo trabalho lançado este ano, Libertad, não repetiu a mesma fórmula. Tentaram inovar, mas não o conseguiram, ficou algo meio óbvio e mostrou uma fraqueza: A (antes) bela voz do ex-Stone Temple Pilots, Scott Weiland, rendeu-se aos abusos do cantor e parece maquiada no Libertad. Uma pena. Enquanto isso, o ex-vocalista do citado Audioslave, Chris Cornell (foto3) também cai na qualidade em seu segundo álbum solo. Não que Carry On seja ruim (estamos falando do Cornell ok?!), mas comparado a seu antecessor, Euphoria Morning, a qualidade é bem inferior.

Então já que o Scott anda mal nas cordas vocais, e o Cornell anda mal em músicos, porquê não coloca-lo à frente do Velvet Revolver e acabar de vez com essa história? Nada disso, para isso temos o fantástico Operator (foto4), banda de rock´n roll puro que equilibra bem o que esses dois citados têm a oferecer.

“Achado” pela Atlantic Records, depois de uma demo lançado pelo vocalista Johnny Strong, em um projeto solo, e após uma união com alguns ex-integrantes de bandas, o Operator vem trabalhando em seu cd de estréia desde 2005. Soulcrusher teve seu lançamento ainda neste mês de agosto, e já vem obtendo boas críticas diante seu primeiro trabalho, e o melhor, aceitação do público: o álbum está desde sua estréia no Top 10 da Billboard, na categoria “Mainstream Rock”, e não é por menos.

Soulcruscher já começa estourando. A música que dá nome ao álbum também é o primeiro single - com um clipe censurado. Começando com uma voz a lá Cornell (assim como no álbum todo) e crescendo para gritos e uma guitarra enfurecida de bons riffs, a primeira música de trabalho é uma das melhores do álbum e uma ótima escolha para estrear. E por assim se segue quase todas as faixas. Ótimas músicas pesadas e algumas baladinhas desnecessárias, mas até boas por causa da bela voz.

A Operator peca em não criar uma identidade. A forte semelhança com a voz do Chris Cornell, pode ser uma cruz para a carreira do Strong, o que é uma pena. O produtor, erroneamente, parecer querer tirar proveito dessa qualidade. A mixagem das músicas lembra um pouco o grunge da época do Soundgarden. Aos ardorosos fans nem tanto – soa mais como um hard rock a lá Velvet Revolver mesmo-, mas para quem apenas curte o som da primeira grande banda do Chris, sendo meio leigo nas músicas deles, vai começar a comparar, o que é a pior coisa a ser feita. Outro erro está nas músicas consideradas ''baladas''. Se usassem da esperteza, fariam um álbum arrebatador, forte mesmo, com poucas músicas lentas. Seria fantástico. Este clichêzão de que tem de ter baladas nos cds, é questionável, ainda mais neste caso.

A Operator lançou um ótimo álbum em 2007, infelizmente não é um dos melhores, mas vale muito a pena conhecer o trabalho da banda. Tomara que a “maldição do segundo disco” não pegue a banda, e o próximo álbum seja arrematador, caso contrario, viria um possível triste fim.

.4 estrelas de 5.

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