quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A condenação de Madalena

O que seria para ser um dia comum na Uniban acabou por se transformar em um derradeiro tumulto, recheado de xingamentos e insultos. Uma demonstração de selvageria e de falta de educação por parte de estudantes que provaram ser mais ignorantes do que qualquer analfabeto trabalhador. O motivo para isso tudo: a ida de uma garota com um vestido curtíssimo e a subida da mesma por uma rampa, que dá acesso as outras salas.

Podemos começar reprovando sim a infeliz idéia de vestimento da estudante de turismo, Geysi Arruda, mas nada justifica. O que faltou à estudante foi bom senso e educação sobre comportamento, já que roupas também devem escolhidas de acordo com o local frequentado, mas novamente, nada justifica.

A aluna foi covardeamente cercada por vários estudantes que se sentiram incomodados com a roupa da moça e por isso começaram a xinga-la e humilha-la. Tal fato me lembrou Maria Madalena na história bíblica, a diferença é que aconteceu em pleno século XXI, e o que é pior, por universitários e sem um Jesus para salva-la.

Na noite da última terça-feira um circo de horrores foi montado para a volta da estudante. Curiosos ficaram na porta e alunos se preparavam para “recebe-la”, no entanto Geysi não apareceu. Com isso, os ignorantes e mimados estudantes da Uniban fizeram um pequeno protesto, usando nariz de palhaço e reclamando que a imagem da Uniban ficaria manchada pelo ridículo episódio, o que é no mínimo engraçado, já que o tumulto foi causado pelos mesmos e o nariz de palhaço é um detalhe que já está intríseco em cada um deles.

Uma aluna chamada Cláudia Rodrigues, de 27 anos, estudante de Marketing, disse que a culpa foi, sim, da garota. "Ela provocou. Se ela apenas sentasse na cadeira, isso não ia acontecer. Por que justamente nesse dia ela subiu pela rampa?", questionou. Outro aluno chamado Reginaldo Silva do Nascimento, de 28 anos, aluno do 3º ano de Turismo, foi um dos organizadores do protesto. "Eu quero limpar o nome da universidade em que estudo. Eu não fiquei três anos sentado para conseguir meu diploma e ver ele manchado por causa de uma palhaçada." Nisso que enxergamos a retórica: primeiro a audácia da senhora Cláudia, que se sentiu incomodada pelo fato da Geysi subir uma rampa com vestido curto. A não ser que a moça seja um freira, injustificável o argumento. Sabe a máxima “atire a primeira pedra quem nunca errou”? Pois então.

Quanto ao Reginaldo, o protesto é válido se há a conformidade de que a palhaçada foi plantada pelos estudantes e não pela moça, caso contrário, é hipocrisia da pior espécie.

Pelo visto, a Uniban nada esta fazendo para punir responsáveis pelo episódio que manchou a universidade diante o país. Assim, para variar, deve ficar nisso. Geysi esta decidida a retomar seus estudos sem se preocupar com o resto dos anos de perseguição que terá de enfrentar. O fato apenas provou que a selvageria esta dentro de muitos de nós, e se passar por rídiculos tem sido cada vez mais comum em uma sociedade dita avançada.

Dica do Post:

Muitos filmes e novelas conseguem êxito graças a uma ótima trilha-sonora. Foi assim com o filme “O Guarda-Costas” e a novala “Laços de Família”. Neste ano, o segundo filme da saga “Crepúsculo”, chamado Lua Nova, nos presenteia com uma trilha ótima, provavelmente melhor do que o filme. Com artistas do naipe de Thom Yorke e The Killers, o álbum possui ótimos e delicados momentos, em faixas ultajantes e que se tornam imperdíveis. A banda Grizlly Bear é o ponto alto do disco, enquanto que os ótimos Muse derrapam com uma fraca e rebuscada música. (.4estrelasde5.)

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Cidadão Kane (Citizen Kane, 1941)

No topo de várias listas sobre os melhores filmes da história do cinema, Cidadão Kane, mesmo após mais de 60 anos de seu lançamento, continua presente na história do jornalismo mundial, denunciando o que há de mais sujo nesse mundo e colocando em cheque quanto tempo mais tal obra terá enfoque tão presente nesta profissão.


Tendo um grande impacto ainda nos dias de hoje, na época de seu lançamento Cidadão Kane causou um enorme furor por parte dos espectadores e da crítica especializada, quando no corpo do filme valores morais são postos abaixo de acordo com o tradicionalismo presente na década de 40, e quando uma grande guerra começava e a imprensa representava um papel importantíssimo para a sociedade americana.

Dirigido, produzido, roteirizado e atuado pelo gênio Orson Welles – com pouco mais de 20 anos de idade, o filme começa com a pronúncia da palavra “Rosebud”, que será a espinha dorsal do longa e é dita pelo personagem principal, Charles Foster Kane (Orson Welles) minutos antes de sua morte. Após um documentário biográfico de mais ou menos dez minutos – contando resumidamente a vida social, econômica e política de Kane –, o filme começa com um grupo de jornalistas contestando a qualidade do documentário e a formação da pauta cujo propósito é descobrir o significado da última palavra dita por Charles F. Kane: “Rosebud”.

Mas então, surge a dúvida: como tais jornalistas sabiam qual foi a última palavra dita por Charles F. Kane se o mesmo estava sozinho na hora em que a pronunciou? Partindo da brilhante hipótese de que a cena funcionou como um segredo entre o personagem e o espectador, o diretor Welles nos coloca como divulgadores da notícia, algo inédito e fantástico no cinema da época, um detalhe de extrema importancia e que muitas vezes passa despercebido, sendo esse o ponto propulsor para que o filme siga.

Utilizando de uma narrativa não-linear e construindo por meio de flash-backs a história do longa, o diretor mostra uma árdua jornada do jornalista Thompson (Willian Alland) rumo à descoberta do significado da última palavra de Kane. O jornalista entrevista pessoas como a ex-mulher do magnata, o mordono e ex-funcionários e amigos, para tentar encontrar o que procura.

Orson Welles utiliza de recursos muito avançados para a época da filmagem, como a colocação do que está em primeiro e segundo plano em um jogo de câmeras, dando importância maior ao personagem que está focado em primeiro plano e continuando assim em sua sequência. A fotografia também possui papel importantíssimo, pois trabalha com a sombra como fator primordial para percebemos quando que Charles F. Kane faz suas tramas ou quando o diretor deseja que percebamos o clima sombrio da cena, acentuado com a trilha sonora.

A direção e a roteirização – esta ganhadora do Oscar do ano de 1942, o único das oito indicações – são exuberantes, com uma riqueza de detalhes que fazem com que o espectador esteja atento durante cada minuto do filme. Orson Welles ainda extrai atuações magníficas de atores que haviam começado no próprio filme e ainda eram desconhecidos do grande público.

Sem dúvida, é necessário assistir Cidadão Kane mais de uma vez, com dois olhos: um de apreciador e outro de observador, já que há muitos detalhes a serem interpretados e que fazem o filme ser muito mais profundo do que realmente parece ser. A própria descoberta da palavra “Rosebud” nos direciona a um lirismo que parecia estar muito longe de todo o filme.

Orson Welles apenas teve o seu reconhecimento anos após o lançamento de Cidadão Kane, mas por qual motivo o filme ainda é tão presente? Infelizmente, as denúncias mostradas no decorrer do longa não passam de verdades ainda atuais, como o jornalismo-marrom que esta inserido em grandes veículos de comunicação mundial e a influência suja que a política tem na imprensa.

Talvez alguns não concordem com tamanha admiração de muitos por este filme, mas devido a sua importância histórica, a evolução nas técnicas cinematográficas para a época, a sua atualidade onipresente mesmo daqui a 60 anos e a denúncia explícita à política e a imprensa, realmente concluimos que Cidadão Kane é impecável, e deve ser digerido não importando idade e nem valores pessoais. É um fabuloso filme digno de nota máxima e que jamais será esquecido.

Dica do Post:

Muito em breve será lançado uma coletânea de músicas com propósito beneficente. O álbum intitulado “Rhythms Del Mundo”, faz parte de uma série que está em seu segundo disco e trará canções do pop e do rock já clássicas e as transformarão em ritmos cubanos, por meio de uma nova roupagem. E para divulgar, já foi liberada na internet a faixa em que a banda americana The Killers faz uma nova versão de “Hotel Califórnia” dos Eagles. É no mínimo curioso e vale à pena a audição.

sábado, 24 de outubro de 2009

Publicidade doentia

Foi noticiado recentemente que o problemático ex-polegar Rafael Ilha fora internado após tentar se matar com um pedaço de caco de vidro. Pelo visto, a reação de cidadãos normais com o acontecido foi a mesma: indiferença. Há coisas na mídia que de tão repetidas passam batidas, mesmo que o fato seja grave.

Várias “celebridades”, nacionais e internacionais, usam das tragédias para se auto-promoverem. Este efeito “tragédia = glamour” já começa a atingir mentes pequenas de cidadãos comuns. Na última semana o mundo parou com a história de um balão caseiro desgovernado que tinha dentro uma criança, que ao desamarrar o balão feito pelos pais acabou por ficar preso dentro dele. A notícia correu países e as buscas pelo menino acabaram por se tornar parte de uma conflituosa e agoniante trama, recheada de suspense e que no final pareceu (e foi) brincadeira, já que o moleque estava no sótão da casa, “escondido”. As aspas são justificadas pelo caso: a família do menino armou a história para atrair atenção da mídia para assim poder divulgar alguns negócios.

Na verdade, este tipo de história vende muito. O povo parece gostar de um barraco ou uma tragédia. Voltando as “celebridades”, muitas conseguem conquistar a fama novamente depois de tantas mazelas pessoais, aproveitando da perda de memória recente das pessoas. Grande exemplo disso é a cantora norte-americana Britney Spears, que depois de muito causar escândalos, lançou dois álbuns de sucesso e na semana passada obteve – novamente em menos de um ano – o primeiro lugar das músicas mais tocadas do site da Billboard com seu novo single “3”. Outras passam perto do ostracismo mas conseguem se manter, como a atriz Vera Fisher e a cantora Whitney Houston.

Entretanto há outros que ainda utilizam da polêmica para conseguir um minuto da atenção da mídia. Rafael Ilha é um grande exemplo disso. Um fracassado pelas drogas que já recebeu inúmeras ajudas, mas nunca teve uma verdadeira vontade própria para se auto-ajudar. O lamentável caso desta última semana só prova que o rapaz está cavando o fundo do poço em que ele se meteu novamente, mas mesmo assim ainda cava com câmeras filmando seu show pessoal e com uma gigantesca platéia para assistir ao espetáculo.

Dica do Post:

Por falar na dita-cuja, realmente “3”, da cantora Britney Spears, possui uma batida muito boa e o sucesso deve ser grandioso nas boates de todo o mundo. Assim como a eloqüente “Celebration” da matriarca do pop Madonna. A já citada Whitney Houston nos presenteia com “Million Dollar Bill”, uma dançante nostalgia à época da brilhantina Motown, mas com toques bem modernos. O grupo 3OH!3 se une a Katy Perry e juntos lançam o batidão “Starstrukk”, que promete incendiar pistas de dança com sua euforia. Para finalizar, procurem algum remix do novo sucesso da Rihanna, “Russian Roulette”, e se divirtam. Esses são os possíveis últimos maiores sucessos do pop neste ano. Aproveitem!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

O grito do macaco


Poucos dias após o anúncio de que o Rio de Janeiro foi a cidade escolhida para sediar as Olimpíadas de 2016, um confronto entre policiais e traficantes do Morro do Macaco toma proporções de conflitos em zonas de guerra internacional. Um helicóptero da Polícia Militar do Rio de Janeiro foi metralhado e explodiu ao aterrizar em um pouso forçado, deixando dois policiais mortos. Os números finais do conflito assustam: três políciais, três jovens civis e 18 criminosos mortos e muitos feridos.

Infelizmente a notícia teve grande repercussão nacional e internacional e o questionamento sobre se o Rio realmente foi a melhor escolha para sediar as Olimpíadas de 2016 parece ter sido o foco do argumentos.

Seria muita ingênuidade acharmos que até 2016 a capital que sediará os jogos olímpicos estará sob uma paz visível e que os crimes não afetarão o evento.

Mas também não podemos deixar o pessimismo se alastrar e fazer com que cada assalto no Rio de Janeiro seja motivo para reprovação da escolha da COI (Confederação Olímpica Internacional) para o Rio sediar os jogos.

O trágico conflito no Morro do Macaco não pode ser espelho para o que acontecerá daqui a praticamente seis anos. É uma probabilidade, enorme, diga-se de passagem, mas teremos de ser mais crentes de que os projetos anti-violência serão mais estratégicos e benéficos, ressaltando que o foco não deve ser as Olimpíadas de 2016, e sim um futuro melhor para a maravilhosa e machucada cidade do Rio de Janeiro.

Dica do Post:
Aos apaixonados por ficção eis que um presente é entregue pelo diretor dos filmes da fabulosa trilogia “O Senhor dos Anéis”, Peter Jackson. “Distrito 9” conta a história de um gupo de extra-terrestres que se refugiam na África do Sul após defeito em sua nave espacial, e assim, causam conflitos contra humanos. Produção simples mas que impera com uma criatividade inteligentíssima e uma simplicidade de bom agrado. História extremamente ficcional mas redonda, e com um lirismo recheado de valores de uma sociedade incapaz de receber bem o que é diferente. Não percam!
Nota: 9.0

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Alô palhaços!

Esta é a mensagem que nós, clientes da Caixa Econômica Federal recebemos diariamente durante esta ridícula greve dos bancários. Justamente o banco que seria o responsável por cuidar do povo brasileiro com zelo e dignidade, agride a moral de cada um de nós com uma paralisação egoísta e de que nada acrescentará para um bom serviço futuramente.

Aos bancários, uma simples busca no Google faz estudar melhor sobre a empresa Federal onde trabalham. Em uma das metas que a empresa almeja alcançar durante sua jornada quase diária, está a Valorização do Ser Humano, Transparência e Ética com os clientes. Hoje em dia, isso funciona mais como uma piada. Diariamente, mesmo durante a greve, é notável e desesperador algumas centenas de clientes que vão ao banco tentar algo, ao menos um atendimento ou uma ajuda, já que a vida pessoal e profissional de verdadeiros trabalhadores não acaba.

O desejo é que o banco perca muitos clientes, para que assim comece a dar valor, mesmo sendo fantasioso isso, seria uma boa iniciativa.

A egoísta greve da Caixa Econômica Federal acaba por ser um espelho da bagunça que esta nossa economia. O abuso a paciência e colaboração da população parecem ser fatores determinantes na hora de se pensar em ganhar mais as nossas custas. Infelizmente, o que nos resta é sentar e esperar que alguém saia ganhando deste jogo, cujos fantoches somos nós, o passivo povo brasileiro.

Dica do Post:

A celebração mórbida a um artista parece ser bem comum após a morte de algum. Tem sido assim com Michael Jackson e não será diferente, aqui na America Latina, com a figura da carismática e imortal Mercedes Sosa. A famosa portenha é dona de uma das vozes mais bonitas que já tivemos o prazer de escutar. Infelizmente nos deixou bem recentemente, mas temos uma grande obra com mais de 50 álbuns para apreciar. Na internet há várias coletâneas, e vale muito a pena. A originalidade e o empenho humanitário nas letras a fazem importante para a nossa história. Vá com Deus Mercedes!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Construindo uma embalagem

“Nenhum país tem tanta certeza do seu futuro quanto o nosso”, afirmou o presidente Lula durante cerimônia da disputa pela vaga da sede das Olimpíadas de 2016, em Copenhague. O presidente, talvez, nunca disse tamanha verdade.

Com o país sediando eventos como a Copa do Mundo de Futebol em 2014 e as Olimpíadas em 2016, o sentimento que deveria ser de euforia se perde em uma preocupação vigente com os problemas sociais brasileiros, já que ficará a dúvida: será que o dinheiro gasto com as obras para receber estes eventos será paliativo com as necessidades carentes do povo? É difícil acreditar que o país esteja preparado para isso, já que estamos por cima de uma crise que nunca acaba. Neste ano, escândalos no Congresso Nacional e atentados à Legislação brasileira foram recorrentes e explícitos. O PIB não consegue mais atingir o patamar dos primeiros anos do governo Lula e o IDH do país não é dos melhores. Promessas e mais promessas tornam este um país do futuro, mas todos nós sabemos que nunca foram muito de cumprir. Será gasto uma quantidade exorbitante com esses dois eventos e os problemas que realmente tornam este um país subdesenvolvido continuarão a existir, e o que é pior, com um provável crescimento.

Dinheiro para fazer esta quermesse esportiva foi logo sendo divulgada para todos os cantos, como se não fosse problema para o país. Enquanto isso, muitas famílias nordestinas ainda vivem mensalmente com 70 reais mensais, além de outras milhares no sul desabrigadas e sem dinheiro por causa de tragédias com que nada têm culpa.

Talvez esta seja uma visão muito descrente e que não possua nada de similar no futuro do Brasil, e a torcida para que isso seja verdade é grande. No entanto, não é improvável que aconteça. Ao invés de vivermos de aparências e mostrar ao mundo um país que não existe, porque não começar desde já a construir uma nação de qualidade social para que realmente sejamos creditados a país muito bem desenvolvido? Recursos temos espalhados por aqui, o que falta é um maior comprometimento com as causas sociais e uma maior responsabilidade com as finanças do país. Enquanto a corrupção continuar consumindo as entrelinhas brasileiras, viveremos dentro de uma caixa suja e estragada de papelão, envolta por um belo e limpo papel de presentes.

Dica do Post:

Foi divulgada hoje pelo site oficial do cantor a música que seria o próximo single do imortal Michael Jackson. “This is it” é uma habilidosa balada que traz Jackson em uma fabulosa e nostálgica performance. É incrível que o timbre inconfundível e a qualidade marcante ainda estejam lá, com isso, a tristeza em saber que a volta triunfal não vai mais acontecer se torna momentânea. Nos cinemas, o documentário de mesmo nome da canção estreará em breve em sessões curtas e especiais, não percam!

Ricardo Kotscho – Uma Vida de Reporter: Do Golpe ao Planalto


São mais de quarenta anos como assíduo jornalista. Assim, Ricardo Kotscho é tido como um dos principais profissionais do ramo no Brasil e possui uma grande influência tanto nas redações dos grandes jornais brasileiros quanto no governo federal, tendo sido um grande assessor do presidente Luis Inácio Lula da Silva. E é com uma rica história autobiográfica que Kotscho conta em seu livro, Do Golpe ao Planalto – Uma vida de repórter, sua trajetória como um jornalista idealista sob uma ótica pessoal e muito bem detalhada.

No decorrer do livro, Ricardo conta como sua profissão variava. A sua versatilidade lhe permitia contar fortes detalhes, por exemplo, como o jornalista investigativo que desvendou um esquema de lavagem de dinheiro que fazia com que funcionários federais levassem uma vida bastante vantajosa e não condizente com os salários que cada um ganhava oficialmente. Kotscho narra também suas empreitadas como correspondente internacional e jornalista esportivo, além de divertidas tentativas como repórter televisivo.

Fatos políticos e historicamente importantes para o país são narrados minuciosamente pelo jornalista, como a efervescente era da ditadura militar, com a implantação do lamentável AI-5 e a morte (assassinato) de seu amigo e companheiro de trabalho, o jornalista Vladimir Herzog – narrada aqui com profundidade, entoando uma sublime homenagem ao amigo.

Kotscho também conta como aconteceram fatos importantes para o povo brasileiro, como a famosa greve dos operários no ABC paulista – quando conheceu o seu amigo Lula -, a volta dos exilados políticos e a campanha das Diretas Já, ditas com todas as letras e com uma emoção que transcende o livro.

Partindo para o final da década, Kotscho comenta como foi ser assessor de Lula durante suas tentativas à presidência do país, e ainda faz um apanhado geral nos tempos atuais, enquanto ainda trabalhava com o presidente. O jornalista também relata um lado real (e por vezes cruel) de um Brasil que ele conheceu por um todo durante as caravanas com o atual presidente.

Assim, Do Golpe ao Planalto – Uma vida de repórter se torna leitura obrigatória a todos os estudantes de jornalismo, já que mostra os verdadeiros percalços aos quais estarão submetidos caso realmente estejam dispostos a fazer da profissão a sua para sempre. Porem, tendo uma linguagem de fácil compreensão, torna-se um ótimo livro para se recomendar a qualquer pessoa e presenteá-la com uma agradável leitura e uma história de vida profissional digna de ser chamada de brilhante.

Dica do Post:

Aproveitando o gancho literário, indico-lhes o diário pessoal e profissional do jornalista Ricardo Noblat, intitulado O Que é Ser Jornalista? O livro é mais cru na questão histórica e muito mais vigente na profissional. Nele, estudantes de jornalismo encontrarão claras dicas de como construir bons textos e como enfrentar situações do cotidiano da profissão. É um livro para ser lido e relido algumas vezes. Usufruam!

Improvável Mudança

O Linkin Park está em estúdio para gravação do novo álbum da banda, que deve sair no primeiro semestre de 2010. Em entrevista a revista norte-americana Rolling Stone, um dos vocalistas da banda, Mike Shinoda, disse: "O novo cd soará como uma ‘comida estranha’ para os fans. É algo como se você experimenta pela primeira vez e pensa que nunca provou nada como isso, mas acaba gostando. Nós temos que gravar o disco e ver no que vai dar".

Se em Minutes to Midnight, de 2007, o Linkin Park já apostava em uma visível – mas não bem-vinda – mudança, este próximo álbum pode ser a projeção ou a decadência dos norte-americanos. O Linkin Park conquistou uma legião de fiéis fans tocando um estilo original, em que o peso do metal vinha em contraponto a batidas de eletro com rap. Álbuns como o Hybrid Theory, de 2001, são históricos. Durante três anos a banda anunciou que produziria algo totalmente inovador e diferente do histórico da banda, e com isso surgiu o Minutes to Midnight, um álbum muito bem trabalhado, mas com uma visível imaturidade. Nesse, as melodias estão mais suaves e o rap – junto ao eletrônico - parece ter sido extinto quase por inteiro. Soa muito mais como uma experimentação do que propriamente como uma inovação. Apesar disso, é muito interessante e possui ótimas canções, deixando a banda ainda com o título de uma das melhores bandas de rock da atualidade.

Neste ano fomos surpreendidos com um ótimo som. “New Divide” foi escrita e produzida para o segundo filme da série Transformes e, apesar de bastante comercial, é puramente de qualidade e mostra uma banda muito bem amadurecida, com um instrumental inteligente e um vocal poderosamente bem encaixado.

Mesmo ditando uma certa mudança no som da banda, ainda acho inacreditável que virá algo realmente novo. Mudança é o que o bandas como The Killers e Silverchair fazem, álbum após álbum, mas o mainstream faz com que os ótimos Linkin park se restrinjam um pouco. Aos fans, devemos ficar na torcida e esperar muita qualidade para vir. 2010 já esta chegando, aguardaremos.

Dica do Post:

Em um ano fraco para a música, três lançamentos surpreendem pela ousadia e pelo fabulosismo.

Em agosto, os antigos garotos do Arctic Monkeys mostram grande amadurecimento em um terceiro álbum de estúdio. Hambug traz um experimentalismo quase surreal e que muito difere do seco britpop que fez o sucesso da banda. A produção do talentoso Josh Homme (Queens of the Stone Age) fez com que a fase adulta de cada um gritasse mais alto, apesar de uma evidente semelhança com as músicas da própria banda de Homme.

Em setembro, somos contemplados com dois ótimos trabalhos. O Pearl Jam volta com uma fúria evidente em seu Backspacer. O grunge é resgatado pela banda, que também investe em baladas com uma clara influência do ótimo trabalho solo do vocalista Eddie Vedder, intitulado Into the Wild.

Quem também surpreende fazendo o mesmo é o Muse. Com o experimentalismo de sempre, a banda constrói um álbum conceitual e viajante em The Resistance. As músicas são esculpidas de forma gradual e alternativa, e recheia nossos ouvidos com verdadeiras orquestras comandadas por uma única voz, e que voz...

Aproveitem!

A louvação pelo desprezível

Dizem que toda forma de arte deve ser respeitada, isso sem dúvida, cada qual com o seu devido gosto. Mas o que dizer sobre a atual circunstancia em que se encontra a cultura musical brasileira aos olhos do povo?

O Brasil, aos olhos dos estrangeiros, sempre foi visto com um país de pouca qualidade musical, com certa e respeitável qualidade em canções de Bossa Nova e de sambas com apelo tropicalista, como foi o caso da aclamação mundial à Tom Jobim e ao Gilberto Gil, por exemplo, respectivamente um dos principais nomes dos ritmos citados. Até o final de década de 80, priorizava-se no país uma cultura com maior apelo crítico, visto os duros momentos pelo qual a sociedade brasileira da época sofria.

Mas infelizmente, a partir da década de 90, o turbilhão de músicas descartáveis pareceu tomar a cabeça do brasileiro, que se rendeu a apenas ver na arte uma forma de diversão, sem se lembrar que a cultura é um magnífico meio para divulgarmos aquilo que realmente nos importuna no país. Lógico que não tenho nada contra as bandas de axé ou as de funk, cada um faz seu trabalho dignamente, o meu objetivo é dizer que o senso crítico do brasileiro vem se deteriorando a cada dia, e o espelho dos sucessos musicais aqui no país nos aponta claramente isso.

Ressalto também que não digo que a safra cultural brasileira atual é de péssima qualidade, na verdade, estamos produzindo artistas de calibre internacional, com ótimos álbuns e que nada perde para o que vem de fora. Porem, esse tipo de mercado musical não sai do ostracismo, salvo raras exceções.

Decerto que este não é um problema exclusivamente brasileiro, já que culturas como a argentina e a norte-americana também parecem vangloriar a falta de criatividade e o ritmo esdrúxulo, mas isso é imutável. Talvez seja um comentário preconceituoso, e o que se diz ser de qualidade para uns, é porcaria para outros. Na verdade, cultura musical, pelo visto, é a identidade de cada um. É que nem religião e futebol, não podem ser discutidos. Músicas são feitas para serem prazerosas e totalmente de caráter pessoal.

Por isso, o melhor a se fazer é ser original e curtir o que mais lhe chama atenção. Críticas são apenas opiniões pessoais comercializadas pela mídia. Como dito anteriormente, isso é algo imutável. A adoração pelo o que é desprezível está intrínseca em um povo, que apenas busca a singularidade e a simplicidade de músicas para fugir das complicações da vida.

Dica do Post:

A Onda (Welle, Die – Alemanha, 2008), filme em cartaz nos melhores cinemas alternativos do país, possui a consistência de um bom drama e ainda levanta questionamentos escondidos por uma sociedade com um passado triste, como a alemã.

Sinopse: Rainer Wegner, professor de ensino médio, deve ensinar seus alunos sobre autocracia. Devido ao desinteresse deles, propõe um experimento que explique na prática os mecanismos do fascismo e do poder. Wegner se denomina o líder daquele grupo, escolhe o lema “força pela disciplina” e dá ao movimento o nome de A Onda. Em pouco tempo, os alunos começam a propagar o poder da unidade e ameaçar os outros. Quando o jogo fica sério, Wegner decide interrompê-lo. Mas é tarde demais, e A Onda já saiu de seu controle. Baseado em uma história real ocorrida na Califórnia em 1967.

O filme cutuca uma ferida não cicatrizada da Alemanha, mas também aponta a responsabilidade de controlar em nós mesmo a figura fascista que se esconde em nosso âmago sentimental. Fabuloso!

Nota: 10,0

terça-feira, 19 de maio de 2009

Cuidado com a Gripe?











Após confirmados casos da gripe suína no país, o que antes apenas causava um leve ar de preocupação, hoje já é causa de medo ingênuo, já que para muitos é mais um novo mal do século, assim como foi a ebola na África e a gripe aviária na Ásia.


Logicamente que devemos nos preocupar, já que ainda não há vacinas contra a doença e no México mortes ocorreram comprovadamente devido a gripe. Mas até aonde a escala de preocupação deve ir? Será que a rapidez e a articulação da mídia – que já a comparou a Peste Bubônica – não são exageradas se tratando de algo que estás sendo combatida a rédeas curtas? Se bem que a culpa toda não é da mídia, já que OMS divulgou uma escala 5 de até 6 no teor de periculosidade da doença. Desesperador não? O temor é pelo fato de mais tarde os governos quererem usar medidas drásticas que nem a do governo mexicano, que “orientou” que a população evitasse abraços, beijos, cumprimentos físicos, além de mandarem lavar as mãos constantemente. Aqui no Brasil, onde já ha um murmurinho de medo entre a população, o único lucro vai para a rede farmacêutica, que vende máscaras e remédios contra gripes rapidamente. Abrangendo, a situação em certos aeroportos as vezes chega a ser constrangedora, como no Rio de Janeiro, onde há um verdadeiro interrogatório para saber se você esta contaminado ou não, fora que muitos hipocondríacos já não entram em um avião sem mascara, o que torna tudo muito ficcional.

O que nos resta é torcer e evitar a paranóia. Já há casos de sacrifícios desnecessários de porcos aqui no país e se dermos vazão a ignorância, a coisa tende a piorar. Ao governo, um maior destaque a informação sobre a doença deveria ser passada à população de classes abaixo da C, em que o acesso a informação não é tão grande assim, além de não deixar a opinião do povo dividida e confusa, já que Lula fala uma coisa e o Temporão fala outra. E que peguem pesado no combate a essa gripe, pois se a Dengue é um vergonhoso problema para nós, o que será do país com uma Gripe Suína?

Dica do Post:

E já esta na internet (para variar) o mais novo álbum de inéditas do Green Day. Apesar de repetir a fórmula Opera Rock do multiplatinado American Idiot, a banda novamente nos presenteia com um som de qualidade, e nos leva a canções que certamente serão sucessos - talvez não tão exarcebado quando seu anterior. 21st Century Breakdown é contagiante e redondo, mas peca por não ser original.

(.3.5estrelasde5.)

domingo, 10 de maio de 2009

O "Justiceiro" de Teto de Vidro

O deputado Sérgio Moraes (PTB-RS), criticou ferrenhamente a atitude da imprensa perante o seu trabalho de informar. O discurso abusado e de autoridade a lá coronelismo, apenas serviu para fixar uma imagem que o Brasil já está cansada de ver: a do político canastrão acima do poder que faz troca de favores com seus amigos, mesmo estando abaixo de um teto de vidro.

A imprensa nacional, que na sua grande maioria é mentirosa, tenta fazer valer a sua opinião, quando a sua opinião, todos sabemos, é induzida. Ela usa o seu espaço de forma tendenciosa para manchar a imagem deste Congresso.” Disse Moraes em discurso dia 07 , que aliás ressaltou sob o episódio lamentável com uma jornalista do jornal O Globo. Segundo o político, a repórter havia perguntado se ele não achava vergonhoso certos deputados terem sido eleitos, após o parlamentar defender Edmar Moreira, mais conhecido como “o deputado do castelo de 25 milhões de reais”. A resposta de Sérgio Moraes foi: “vergonha é você trabalhar com quem não gosta. Mas é induzida. Que triste emprego! Tem que trabalhar com mesquinhez, distorcer, conduzir de forma mesquinha o processo neste parlamento. Eu não aceitaria, porque minha honra e minha personalidade não permitem mentiras. A minha conduta é reta, e não vou curvar-me. Eu sempre digo: em nome de meus filhos, prefiro apanhar de pé a ser acariciado ajoelhado”. E ainda salientou: “vocês jornalistas podem bater o quanto quiser que nós sempre nos reelegemos”. Além de dizer que está se “lixando” com o que escrevem a imprensa brasileira, pois é “pautada em mentira”.

Deu no que deu. O deputado foi indiciado pelo Supremo Tribunal Federal por supostas ligações ao tele-sexo provindo de dinheiro público, já que o telefone usado seria de uso profissional, e não pessoal. Para Moraes, é claro, é apenas uma coincidência e alega total inocência, mas para àquele que defende que um deputado mineiro, com salário que não ultrapassa 15 mil reais, pode ter um imóvel avaliado em R$25 milhões de reais, meia palavra basta não acham?

Dica do Post:

No último mês de abril comemorou-se o Dia do Jornalista. Como, para variar, eu estava com indisponibilidade de internet e tempo para este blog, não pude vibrar com a data junto aos leitores. Bom, para não passar em branco recomendo 3 filmes que assisti neste último mês e que mostra a importância dessas que para mim é a mais bela profissão do mundo.

O Custo da Coragem, Verônica Guerin: A história trata das investidas da jornalista Guerin para desarmar um grande esquema de máfia que estava tomando conta da Irlanda. Filme impactante e com uma atuação impecável da talentosa Cate Blanchet.

Boa Noite, Boa Sorte: Fabulosa película que trata da trajetória de Ed Murrows ao confrontar o Senador Joseph Maccarthy, que na época, perseguia todos que pudessem estar ligados a qualquer coisa sobre o comunismo.

O Preço de uma verdade: Muitos poderiam acha-lo de segunda pela capa, mas o conteúdo é de arrepiar. Pondo em ponto a ética e a veracidade do novo jornalismo, o filme surpreende com a falta de noção e esperteza do jovem jornalista Stephen Glass. Incrível.

domingo, 26 de abril de 2009

Meme!




Bom, quando ficamos fora do mundo virtual, vivemos em uma angústia diária, as vezes querendo fazer algo e não poder por falta disso. Infelizmente, já faz quase um ano que não tenho acesso livre à uma internet (por isso a escassez de posts e de comentários em blogs amigos alheios), desespero esse que provavelmente acabará na próxima semana, quando enfim chega um lap para moi. E para que as moscas não ocupem o espaço de abril deste blog, resolvi criar um Meme que há muito tempo tenho vontade de fazer. Como gosto bastante de listas, colocarei aqui os meus 10 álbuns favoritos, e o Meme consiste em que cada indicado crie sua lista de 5 álbuns favoritos e repasse a corrente adiante, comentando, é claro, o porquê da escolha de cada disco. Abraços, repassem a corrente para quantos desejarem e em breve voltarei!!!

1º Diorama by Silverchair (2002)

Se há obras-primas na pintura, como 'O Grito' de Edward Munch, ou no cinema como '2001 – Uma Odisséia no Espaço', do Kubrick, na música há o Diorama do silverchair. A banda australiana, conhecida pela versatilidade álbum à álbum, lançou este fantástico disco em 2002, surpreendendo a todos pela beleza de cada instrumento e pela poesia nas palavras do eterno jovem gênio Daniel Johns. Aqui, a orquestração junto ao rock dos meninos, constrói canções que são verdadeiros teatros para os ouvidos, com atos e agudos, além de coros fantásticos, sendo retaliados por cordas sinfônicas em paralelo com instrumentos de uma boa banda de rock. Diorama não é apenas o meu álbum favorito desde os 14 anos, é uma concepção que jamais esquecerei. Ouçam: Acroos the Night, Tuna in the Brine e Without You.

Temple of the Dog by Temple of the Dog (1991)

Este álbum foi uma homenagem que amigos fizeram à um vocalista morto por overdose. E é incrível. Aqui temos membros do Soungardem e Pearl Jam em canções que são um marco no grunge melódico. O timbre juvenil e potente, com escala 8 de Chris Cornell ultrapassa o fantástico e da uma diferença significante em muitas músicas. É o álbum em que a emoção é evidente, e nenhum outro o barra. Fantástico. Ouçam: Say Hallo 2 Heaven, Hunger Strike e Call me a Dog.

Breath by Leaves (2002)
Os irlandeses do Leaves usaram da beleza e da força do inverno Irlandês para que este álbum tivesse a sintonia certa para se ouvir sozinho, ou com apenas mais uma pessoa. As músicas, de caráter melancólico em sua maioria, entram suavemente pelos ouvidos e pairam em nossas mentes como se revelassem um lado desconhecido nosso. É alegremente triste e puramente europeu. Impossível? Ouçam o álbum. Ouçam: Suppose, I Go Down e Crazy.

Audioslave by Audioslave (2002)

Audioslave = banda formada por ex-integrantes do Rage Against the Machine junto ao ex-vocalista do Soungarden, Chris Cornell. Preciso dizer mais alguma coisa? A junção destas duas potências resultou em um álbum estrondoso, com Cornell mostrando a qualidade de sua voz em um rock n’roll seco e avassalado pela guitarra original de Tom Morello. É uma experimentação de garagem que rendeu um dos melhores álbum desta década. Fenomenal. Ouçam: Cochise, Light My Way e Getaway Car.

Day and Age by The Killers (2008)

Sempre gostei bastante da euforia dos Killers. Penso que as músicas, sempre exorbitantes demais, sempre foram minha cara. E quando escutei Day and Age não foi diferente. Brandon Flowers aqui canta todas as músicas em uma excitação original, cheio de agudos e vibratos em que o vocalista busca eternamente se manter em suas músicas. O sentido messiânico do álbum talvez seja para conquistar um maior número de fans. Não precisou de muito para ser um de meus favoritos. Ouçam: Human, Neon Tiger e Good Night, Travel Well.

Neon Bible by Arcade Fire (2007)

The Arcade Fire é atualmente sinônimo de genialidade, é não é por menos. Em seu segundo álbum, os canadenses montam uma experimentação surreal e fazem com que canções ultrapassem o real. As letras são poesias e os instrumentos cada vez mais minuciosos e variados. É um disco para se deliciar a cada música e ir descobrindo, em um mundo fora do seu, um lugar maravilhoso e paralelo. Ouçam: Ocean of Noise, Windowsill, My Body is a Cage.

A Rush of a Blood to the Head by Coldplay (2002)

O Coldplay aqui investe em um mainstrem visível, mas mesmo assim constrói canções absurdamente belas e fortes. Pôr a força de uma bateria ladeada por uma calmaria vocal, já marca da banda, faz com que as letras funcionem com mais clamor e emocionam mais. O cd é repleto de momentos geniais, que parecem nos levar para obscuras memórias de nossa vida. É tocante e incrível. Ouçam: A Rush of a Blood to the Head, Amsterdã e Politik.

50º Aniversary Motown (2009)

A gravadora Motown é responsável pela melhor fase da música na década de 60 e 70. Dela surgiram ícones como Michael Jackson, Diana Ross e Marvin Gaye. Esta compilação lançada em 2009, possui músicas escolhidas por fans da eterna gravadora, e vem reunida em 3 discos. Cada música é uma prova do que atestei: fazem parte da melhor parte da música das décadas de 60 e 70. Fabuloso! Ouçam: Todas!

Acústico MTV - Nirvana (1994)

Este praticamente, álbum póstumo, mostrou o porquê temos em Kurt Cobain o último ídolo do mundo. A revolucionária banda, deixou de lado o tom underground e assumiu a beleza de cordas e da suavidade acústica, colocando influências distintas em cheque. Temos o melhor acústico da história graças a ousadia da banda, que transformou covers em hinos e fez do fim de uma história uma emocionante marca na vida de todos. Ouçam: Where Did U Sleep Last Night, Lake of Fire e All Apologies.

In Rainbows by Radiohead (2007)

Talvez não seja apenas por ser um divisor de águas na história da música, ou por ter sido feito pela banda com maior potencial filosófico genial atualmente. O que se sabe, é que, música por música, temos a prova de que o mercado musical criativo mundial está em falta. A cada susurro, a cada tom elevado ou dançante, é um chamativo para que possamos refletir sobre aquele som e sobre a vida. É belo demais para ser descrito de forma tão fugaz. Ouçam: Jigsaw Falling Into Place, Nude e Videotape.

Agora indicarei 10 dos meus blogs favoritos, que peço sinceras desculpas pela ausência e que em breve voltarei. Grande abraço a todos e espero que gostem do Meme. DIEGO MORETTO.

http://do-gmas.blogspot.com/

http://blogpontotres.blogspot.com/

http://jucymm.blogspot.com/

http://oelementofogo.blogspot.com/

http://flaviamelissa.blogspot.com/

http://misquilinas.wordpress.com/

http://vladirduarte.blogspot.com/

http://pensamentosequivocados.blogspot.com/

http://exagerosdoleo.blogspot.com/

http://www.champ-vinyl.blogspot.com/


terça-feira, 31 de março de 2009

Descaso Humilhante.


É com vergonha que relato que nos dois maiores hospitais públicos do Espírito Santo, Hospital São Lucas e o Hospital Dório Silva, na comida em que é servida aos funcionários e pacientes foram encontrados coisas como dente humano, lâmina de bisturi e barataS. Além disso, muitas irregularidades foram diagnosticadas pelos profissionais da vigilância sanitária, entre elas o armazenamento de bebidas ao lado de sangue e o carregamento das carnes em situações precárias de um porta-malas de um carro Escort enferrujado.

Já houve a denúncia e o pedido de que a empresa terceirizada responsável por cuidar da higiene nos hospitais, a Ki Sabor, seja substituída por uma mais séria e com melhor desempenho no trabalho. Apesar da explícita denúncia, com cobertura exclusiva da imprensa, o governo ordenou que fosse feita uma vistoria de 90 dias (!!!) e avisou que abrirá uma petição para que seja votada a possível modificação da empresa responsável pela manutenção da cozinha hospitalar.
É incrível o processo lento com que tratam um assunto tão sério em nosso estado. Que a saúde já estava precária, todos estão cansados de saber, no entanto, é ridículo que após uma verificação cabal e nojenta como essa, apenas se faz o cruzamento de braços e estendam o problema por mais tempo. Aliás, é um erro deixar que empresas terceirizadas cuidem de um serviço tão absurdamente importante. Isso só faz com que o governo seja beneficiado em detrimento da população. Enquanto isso, os pacientes e os funcionários são postos em humilhante situação escrava, já que a comida a que são submetidos vem de um lugar bem duvidoso. É esperar e ver no que vai dar, mais um capitulo da novela da precária saúde capixaba.
Dica do post:
A empresa de viagens CVC abriu uma demanda enorma de promoções de pacotes para a Semana Santa. Sem dúvida vale a pena conferir o site e dar uma olhada nos bons preços de algumas viagens nacionais, internacionais, seja o transporte com avião ou ônibus. Se divirtam e relaxem!

sábado, 21 de março de 2009

Festival Just a Fest Rio de Janeiro - 20.03.2009


Por incrível que pareça, 2009 já começou com um gás potente em relação à shows internacionais que se torna inacreditável por estarmos no Brasil. A lenda de que nosso país esta na rota das turnês realmente parece estar vingando atualmente. Só falando no ano até março, já pudemos conferir Elton John, Keane e Iron Maiden em espetáculos que sobrepõe ao excepcional. Salvo raras exceções, a formalidade e o cuidado com tudo que rodeia os festivais e shows internacionais aqui no Brasil estão surpreendendo, já que a tranqüilidade e o não aborrecimento têm se tornado marca de certos concertos. Com isso, mais um fabuloso festival paira por aqui. “Just a Fest” nos presenteia com nomes como Los Hermanos, Kraftwerk, e Radiohead – em sua primeira visita ao país. Abaixo, o comentário deste festival que aconteceu no Rio e acontecerá em São Paulo. Inesquecível.

Los Hermanos: É com o verdadeiro clima de irmandade que a banda chegou ao palco caloroso com uma platéia não muito cheia na Praça da Apoteose no Rio de Janeiro. De mãos dadas e sendo muito carinhosos com seus fans, a banda entrou já com um clima que lembra os solos de Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante: praiano, onde a calmaria desperta o desejo de ter alguém próximo. Com exceção de certos momentos, o show teve muito de caráter acústico, com hits inesquecíveis como “O Vento”, “Assim será” e a bela “A Flor”. Tocando a característica “Todo carnaval tem seu fim”, os Hermanos deixam no ar a dúvida que permaneceu durante todo show: será esta apenas mais uma calorosa apresentação única, ou realmente teremos a melhor banda jovem brasileira junta novamente?

Kraftwerk: Definir sem conhecer é complicado, mas um show eletrônico como foi o do Kraftwerk é a prova de que idade nada tem a ver quando se pensa primeiro que a maturidade e a experiência é quem conta na hora de botar para ferver. E foi assim durante toda a apresentação dos europeus. Com batidas estrondosas, recheadas de grooves e psy, o quarteto comandava uma cabine louca, com apenas 4 laptop’s e telões gigantescos com imagens que nos fazia flutuar pelo psicodelismo visual. Uma apresentação esnobada mas inesquecível que os alemães proporcionaram - mais uma vez – aos brasileiros.

Radiohead: Se este não for o show do ano, não sei o que pode barrar. A primeira apresentação do Radiohead (foto) por terras brasileiras foi indescritível. Em mais de duas horas de show, a banda presenteia 25 mil fans brasileiros com um set list louvável, fazendo um apanhamento de TODA sua carreira de sete álbuns. Thom Yorke grita, chora, pula, ri, briga... e transforma o palco em seu infinito particular, sendo emotivo e dramático quando deve ser, e pulsante e animado nos momentos certos. Isso sem se tornar caricato e teatral. Clássicos como “Paranoid Android”, “Idioteque” e “Air Bag” se misturaram com as ótimas do premiado último trabalho da banda, In Rainbows (2007), como “Nude”, “Videotape” e “Jigsaw falling into place”. Infelizmente, houve a pessoal decepção dos britânicos não tocarem a belamente triste e inesquecível “Fake Plastic Trees”, mas que foi retardada pelo acústico de “Creep” no final, fechando um concerto fabuloso e único, que se tornará lenda aos que foram e que deixa um vazio enorme, apenas aguardando a próxima vinda de uma das melhores bandas da história do rock.
Dica do Post:
Caso vc leitor não conheça alguma dessas bandas, aconselho investir na ideia e pesquisar. Dos inteligentes brasileiros dos Los Hermanos, passando pelo insano quarteto alemão do Krafertwerk e chegando aos geniais do Radiohead, você terá uma experiência profunda e eterna, e que vale muito a pena conhecer.

quinta-feira, 19 de março de 2009

'Scream' by Chris Cornell [2009]


Se versatilidade na música é a alma do atual negócio, com bons frutos saindo de remanescentes como Kings of Leon e Keane, o que diríamos quando o melhor vocalista de rock n’roll vivo anuncia que seu próximo álbum solo será produzido pelo rei da produção de black music? Até então, apenas um insegurança bate, mas a confiança ainda é plena. Um erro.

Scream, terceiro álbum solo de Chris Cornell (ex-Soundgarden e ex-Audioslave) já chega sob o rótulo de pior disco do ano, mesmo sendo lançado em março. O que parece inacreditável perdura por quase em uma hora de um som tosco e que apenas serve para mostrar o quão perdido e egocêntrico está Cornell e o quanto Timbaland é característico e repetitivo.

O primeiro single, Part of Me, possui estranho arranjo com toque indiano e já começa com batidas fortes, lembrando ícones do pop atual como Madonna e Justin Timberlake. Sendo um álbum conceitual – o que é mais doloroso ainda, pois funciona como se fosse uma música só, sendo que nenhuma salva -, a próxima faixa, Time, é um dos momentos de derrota total do álbum, sendo impossível escuta-la até o final. Infelizmente, isso acontece muitas vezes durante o disco, que varia do ruim para o terrível.

Não se sabe mesmo o que aconteceu. O visual, o disco, o clipe, nada salvam nesta nova empreitada de Cornell. Minto: o vocalista ainda continua potente nos microfones, mas nem isso se torna motivo para escutar Scream mais de uma vez (que até possui uma capa boa). Se tínhamos em Euphoria Morning (1999) um alternativo de absoluta qualidade e em Carry On (2007) um experimento cru mas que deu certo, em Scream temos o álbum mais comercial já lançado pelo artista, que assumiu de vez uma veia pop ridícula e que faz vergonha a seus verdadeiros fans e a sua própria carreira.

Ao menos, Chris Cornell possui um histórico brilhante, com muitos discos clássicos e que são provas do quão fabuloso ele é, por isso, apenas nos sobra torcer para que esta seja apenas uma empreitada insignificante e passageira, pois fracassada ela já é.

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Dica do Post:

Se já possuímos, infelizmente, o pior disco do ano, possivelmente também já temos o melhor: Merriweather Post Pavilion, dos caras do Animal Collective.

Com um disco existencialista e conceitual, a famosa banda de Baltimore cria um disco de vanguarda mas sem ser nostálgico. Inovador mas não único. Com camadas belas e muito bem trabalhadas, com muita psicodelia e barulho, faz com que MPP se torne o absurdo pensante da banda, com toques geniais e que funcionam como uma crônica fíctícia da humanidade. É prazeroso por no repeat e escutar, escutar e escutar….. Ouçam “My Girl”, “Lion in a Coma” e “Brother Spot”, e encontrarão o ponto mais genial do álbum.

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