sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A inveja de Al Capone.


A importunação de panfleteiros e vendedores autônomos no dia-a-dia nas ruas de nossas cidades, apesar de desgastantes, podem ser entendidas, já que cada um tem seu trabalho e isso deve ser respeitado. No entanto, é frustrante ser parado e intimado, mesmo sob alegação de compromissos ou de falta de tempo, por àqueles que se auto-proclamam difusores da fé pela Igreja Universal do Reino de Deus.
Nos poucos minutos de diálogo com o tal difusor, é extremamente perceptível a falta de noção de realidade dessas pessoas. Qualquer problema pessoal é interpretado como maldição demoníaca, e tudo têm cura pelas mãos do senhor naquela igreja.

Convenhamos, não há máfia maior. A chamada IURD tem em suas posses nada mais nada menos do que dois jornais de grande tiragem de cópias, 30 rádios, uma emissora nacional de televisão (uma das maiores do Brasil, diga-se de passagem), além de nada mais nada menos do que sete milhões de fiéis espalhados por mais de dois mil e quinhentos templos pelo Brasil. Além disso, há as influências nas áreas jurídicas e políticas de nosso país com grande escala no poder. O fundador da igreja, o Bispo Edir Macedo (que se auto denominou Bispo, diga-se de passagem), tem um patrimônio milionário ao qual se soma jatinho e casas no exterior.

Com o devido respeito aos fervorosos fieis e sua crença, é visível e agoniante a presepada que se forma dentro dessas igrejas. O dízimo, por exemplo, é de 10% da renda de cada família (às vezes de cada salário particular do fiel). O dinheiro tem de ser somado ao montante de 10 mil, que é o valor separado tirado de cada igreja para ser enviado à matriz em Porto Alegre – RS.
Os dizeres de cartazes na rua beiram ao cômico. Neles há curas para doenças como câncer e leucemia, além de promessas de como salvar uma dívida sem importar o tamanho dela. E por aí vai. O mais triste é ver que há a esperteza intrínseca nesse negócio, com um investimento na massa mais pobre de cada cidade. Famílias em estado de pobreza lamentável são atraídas à essas Igrejas sob a promessa de uma vida melhor e com resoluções de seus problemas.
Não digo isso sem conhecer a fundo o trabalho dessas entidades, e àqueles que duvidam, basta procurar uma dessas igrejas e tirar suas próprias conclusões.
Há também o lembrete de que o dono é Edir Macedo, pessoa que enfrenta diversos processos na justiça, além de um histórico terrível, incluso vídeo famoso no You Tube.
Gostaria de enaltecer que sob hipótese alguma este é um texto de inferiorização ou preconceito à religião, mas basta uma pequena vasculhada pela internet ou até mesmo um simplório encontro com um “difusor da fé evangélica” para termos uma noção do que esta bem à frente de nossos olhos e não enxergamos.
Com tamanha articulação neste negócio envolvido, e com tanto dinheiro que isso traz, até o grande Al Capone se sentiria figura tosca comparado à tudo isso. Deus seja louvado!
Dica do Post:
Dois álbuns britânicos foram recén-lançados, e nos trazem o que a de melhor no old e new rock.
Oasis traz em seu vintage “Dig Out Your Soul”, canções que se perdem nas empreitadas da banda. E olha que isso não se torna uma crítica, porque o álbum é bom. Neste, os irmãos Gallagher trabalham juntos em 3 faixas do álbum e que talvez sejam as melhores. Uma mistura de beatles com, hã, Oasis e que dá certo, apesar do psicodelismo exagerado. Destaque para a faixa "Falling down" (.2/5estrelasde5.).
Bem diferente na sonoridade do Oasis, o tri Keane chega com seu Perfect Symmetry, um álbum completo e que melhor define a banda. Fugindo das comparações de Coldplay e Doves, o Keane monta um álbum que apesar de bucólico, é empolgante. Agudos e sintetizadores agora são mais frequemtes e nem por isso chatos. Ponto alto da banda. Destaque para a faixa "Lovers are Losing" (.3/5estrelasde5.).

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Desafiando Gigantes (Facing the Giants, 2006)


O que fazer quando tudo ao seu redor desmorona? Quando problemas parecem ser mais comuns do que se imagina e os desastres sobrepõe os momentos de felicidade? Das duas uma: ou cavar cada vez mais fundo o buraco onde se encontra, ou entregar o coração e a alma à Deus e esperar pelo o que vier. Desafiando Gigantes mostra o que pode acontecer caso a segunda opção seja a escolhida. Com um roteiro fraco, péssimas atuações e um diretor que beira ao amador, o filme consegue tocar fundo telespectadores passivos, com situações que espelham (de forma demasiada irreal) uma vida cotidiana e que poderia acontecer com qualquer um.

SINOPSE: Em seis anos à frente do time de futebol americano Shiloh Eagles, o treinador Grant Taylor nunca levou sua equipe às finais. O fracasso invade sua casa, quando descobre que não pode ter filhos com a esposa. Ao mesmo tempo, Grant descobre que pode ser demitido. É quando ele ora a Deus e recebe a mensagem de um visitante inesperado. Nesse instante, o treinador irá desafiar tudo e todos, a fim de provar que Deus lhe deu coragem e força para vencer.


Alex Kendrick é o nome maior do filme. É ele quem dirigiu e escreveu o longa, atua como protagonista e ainda de quebra é diretor de elenco. Multiuso? Que nada. Kendrick é o responsável por transformar um filme grandioso e lindo em um desastre cinematográfico, repleto de erros e de defeitos que denigrem a imagem de um ótimo filme aos mais avisados.


Sendo um filme abertamente evangélico, o roteiro prega o que a devoção ao senhor divino pode fazer em nossas vidas. Isso posto no dia-a-dia foi de uma grandeza enorme e emocionante, entretanto, as falas são feitas e repetidas constantemente, o que torna falso e soa enjoativo. É idêntico as falas de um pastor lendo a bíblia e proclamando. O roteiro peca também na história demasiada previsiva. Tudo o que você pensa que vai acontecer, acontece, sem surpresas. Apesar de tudo isso, defino a história como empolgante e muito emocionante. Lágrimas escorrem nos primeiros momentos do filme. A força da proclamação no roteiro e as situações causam um calafrio surpreendente e é isso que faz o filme ficar ótimo.


Quanto as atuações, fracas, praticamente amadoras, mas mesmo assim conseguem passar a motivação do recado. Lembram aqueles “fatos reais” dos programas da emissora LURD? Pois é, idênticos. Na verdade o filme é uma superprodução seguindo o mesmo estereotipo. O protagonista, Kendrick, consegue passar tanta emoção como uma porta, e isso prejudica e muito o andar da carruagem.


Como diretor então nem se fala. As captações das câmeras de modo amplo, muito usada por iniciantes, acabam por estragar momentos emocionalmente proveitosos, uma pena, porque poderia dar muito certo caso fosse usado da forma adequada.


Agora, diga-se de passagem, outro grande acerto do “faz-tudo” no filme foi a trilha sonora. Recheada de hits do gospel contemporâneo são aplicados à medida certa nas cenas, algumas dando até impulsos contagiantes.


Assim, Desafiando Gigantes é um filme para a vida. Traz ensinamentos grandiosos e faz o coração chorar de uma forma surpreendente. É tocante e lindo. Ser uma péssima produção cinematográfica não o impede de passar a belíssima mensagem ao qual o filme se propõe. Esqueça dos defeitos e curta este que provavelmente será um filme inesquecível para a sua vida.
Nota : 7,5


Dica do post:
Se preparem que no próximo dia 29/10 (às 21hrs) será exibido simultâneamente na Holanda, Alemanha e Inglaterra, além de mais de 36 salas de cinema em 18 cidades brasileiras o documentário/show "Arctic Monkeys at Apollo", filme produzido durante um show realizado na última turnê dessa que é hoje uma das melhores bandas de rock alternativo. Não percam!

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O letal vírus chamado “crise econômica norte-americana”.


O mês de setembro revelou ao mundo o que ninguém, muito menos a nação em questão, acreditaria acontecer de forma tão vertiginosa: uma grave crise econômica capaz de colocar um país do porte dos EUA em um precipício onde, caso não articule ações financeiras de forma inteligente e rápida, pode fazer com que tenha – em pouco tempo – uma queda catastrófica, não levando apenas ele, e sim uma grande parte da economia mundial.

Prever soluções ou apontar problemas é uma tarefa complicada para este tipo de crise, já que tudo não segue uma ordem, e depende de diversos fatores para que se tente amenizar a crise.

Mas o que levou a maior economia do mundo a chegar a este ponto no mercado financeiro mundial? Acredite, fatores há dezenas, mas os EUA, nos últimos anos, passou por um governo que se acomodou em comandar um país de ponta no mercado mundial. Assim, investimentos surreais – como em equipamentos “anti-ETs” na Nasa - e guerras sem fundamento (Iraque, por exemplo), trouxeram ao país o que se pode chamar de “surto” na economia: pensou-se haver um saldo e na verdade, existia outro bem diferente, o que causou o baque. Em véspera de eleições para troca de presidente, Bush entrega um governo defeituoso e que necessitará de uma reforma na economia urgente, assim que o novo presidente assumir as rédeas do país, o que também tem sido mais um problema, já que nem McCain nem Obama citam isso em seus discursos. O povo norte-americano, assim como o sir George W. Bush, é um povo acomodado, acostumados a um modo de vida que muita será afetado nos próximos anos, para que assim a economia possa se reerguer, e não passar isso à eles é um erro grotesco e que causará problemas no futuro.

A crise atual já se expandiu para quase todos os continentes do mundo, com exceção apenas da África e da Oceania, que não possuem um contato gigante com a economia norte-americana. De resto, a diminuição de importações, o alto preço de exportações - conseqüências que fazem qualquer inflação subir - , além do seguro que os países tem com os EUA, fizeram - de forma silenciosa - com que economias sofressem um frenessi negativo e que não foi interpretado como culpa da crise por muitos países, incluso o Brasil.

Por aqui, Lula dizia sorrindo que a crise não afetará muito a economia de nosso país. Errado. Somos muito dependentes dos EUA, acreditem. São eles que exportam uma quantidade absurda de produtos de nossa nação, além de serem o apoio oficial de nossa economia. É para lá que Lula corre com uma crise aqui. Então, seja no Brasil, seja em qualquer país desenvolvido na Europa, não adianta se deliciar com a queda da economia americana, porque os maiores afetados (depois dos norte-americanos, claro) seremos nós.
Porque podem falar o que quiser, chamar o país de imperialista ou capitalista, mas somos (digo em nome do mundo) atualmente dependentes de uma potencia mundial com as características dos EUA. Essa crise, apesar de grande e assustadora, certamente será contornada com empréstimos em cima de empréstimos, assim como sempre aconteceu, contudo, que nossos líderes fiquem alertas e rezem para que aquele país não afunde, pois caso isso aconteça, a vala não será preenchida apenas por ele.
Dica do Post:
O que dizer quando uma das mais lindas vozes da atualidade se encontra com um dos caras mais inteligentes do atual cenário musical? Alicia Keys e Jack White lançam o single que guiará a trilha sonora do novo filme de James Bond, "007 - Quantum of Solace". Intitulada de "Another Way to Die", a música traz um mistura carismática do Blues com o Rock, passando pelo Rythin n' Blues. Bem diferente - mas nem por isso melhor - do single feito no último filme pelo cantor Chris Cornell, que elevou a máxima potência a trilha do filme com a ótima "You Know My Name". Confiram os dois videos e aguardem o lançamento do filme, marcado para 2 de novembro.
*links dos videos nas músicas.