quarta-feira, 25 de junho de 2008

O avanço que atrasa.

Há um mês, jornais e revistas – além é claro da TV -, noticia a novela do casal de sargentos gays que estão sendo punidos devido algumas causas ao qual, segundo o exército brasileiro, entram em desacordo com as ordens do sistema das Forças Armadas do Brasil. Se não me engano, há uma acusação grave de deserção, o que culminaria em prisão, como previsto em lei e tudo o mais. Entretanto, pelo o que parece, o exercito esta aumentando a penalidade pelo simples fato do casal de sargentos terem assumido a sua homossexualidade em público, com entrevistas e tudo o mais.

Acredito que não. Já acompanho este caso há um certo tempo, e está parecidíssimo com uma novela, em que as vítimas são o dois sargentos e o bandido é o exercito brasileiro.

Sinceramente, pelo o que me consta, assumir o caso de ambos parece um ponto de escape pela punição que já estava por vir antes de todo o acontecido. E como a imprensa é total maleável, usa-la para colocar bandidos e mocinhos em uma história real é um negócio em tanto.

As pessoas, antes de julgar, devem ter noção de que antes de tudo, eles são sargentos, pessoas que sabem quais são as regras de um quartel e quais são as punições por quebra-las. Se realmente o júri estiver pegando pesado devido ao perconceito, é lógico que deve ser apurado com rigor e punido, porque isso seria vergonhoso. Agora usar da imprensa, da ilusão da população e de comunidades GLSs do Brasil para promover e tentar se livrar de um culpa que possui castigo, acho total vergonhoso.

Aplaudo ambos por terem se assumidos. Os brasileiros já passaram da hora de encarar os homossexuais com normalidade. Apesar de não ser o que desejo discutir aqui, me recuso a discutir sobre qualquer forma de preconceito, ainda mais se tratando de homossexuais, que acho de pura ignorância alguem não os aceitar.

Finalizando, para mim é mais um foco da mídia, já que o caso da menina Isabella Nardoni já estava saturado. As falas se repetem a cada reportagem. Choros. Reclamações. Esperemos enquanto assistimos do camarote de nossas poltronas. Pipoca?


Dica do Post:

Como não andam lançando nada de fabuloso para que eu recomende à vocês, indico o filme da imagem deste post, chama Delicada Relação, que trata da história de dois soldados homossexuais que tem de conviver com a mentira, com as mortes e com a dor de amar sem ser abertamente no meio de uma guerra triste. Ouvi muitos dizerem o contrário, mas achei o filme de uma realidade surpreendente e uma história que emociona muito. O filme é israelense, então vocês já podem imaginar que alvoroço causou no lançamento e divulgação. Colocando nota > 9.0
Também indico-lhes um dos álbuns que com certeza estará entre meus 10+ do final no ano: Attack & Release, dos Black Keys. Utilizando de uma mistura entre o folk e o blues com apenas uma guitarra, uma voz e uma bateria, tornando-se um delicioso rock alternativo, a dupla investe na força das letras e nos presenteia com um álbum fenomenal. Aproveitem e meu destaque vai para a última faixa.> .5estrelasde5.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Elas.


Com o recente lançamento do novo álbum da Alanis Morissete (Flavors Of Entanglement), comprovou-se que as mulheres dominam o mercado musical com uma facilidade incrível. E em todos gêneros.

Esse ano demonstrou-se então uma abertura incrível às vozes femininas. Alicia Keys abriu o ano com um álbum fantástico (As I am), de volta às raízes do soul, tecendo uma voz suave em um repertório que beira ao fantástico.

Enquanto isso, logo depois, cai na internet o novíssimo álbum do Portishead, com Beth Gibbons arrebentando nos vocais e trazendo um sossego inquieto aos nossos ouvidos.

Na Inglaterra, uma inglesinha aos moldes Barbie, surge com um estrondoso trabalho e uma voz exclusiva: Amy Duffy coloca em Rockferry tudo aquilo que nós, amantes de músicas de qualidade, necessitamos ouvir nas paradas de sucesso sem torcer o nariz.

No campo indie, em 2008 fomos premiados com um dos álbuns mais fantásticos da Chan Marshall com sua Cat Power (Jukebox), além do ótimo Seventh Three do GoldFrapp.

Aqui no Brasil, Ana Carolina se firma como uma das maiores intérpretes com o lançamento do dvd 2Quartos, com composições arriscadas para as audições brasileiras, mas que por causa disso merece reconhecimento. E Adriana Calcanhoto lança ums dos melhores álbuns de sua carreira (se não for o melhor), intitulado Maré. Ainda há a revelaçãozinha (já gasta) Mallu Magalhães, que surpreendeu, mas já enjoou.

E agora mais para o final deste primeiro semestre de 08, tivemos material novo da Joans (Joan as Police Woman) – fantástico por sinal - e como já dito, o da Alanis. Nas rádios, Madonna, Mariah, Rihanna, Britney e Colbie Caillat dominam. Dizem que esse momento é tudo conseqüência do fabuloso Back to Black da Amy Winehouse.. pode ser, e agradeço muito por isso. Mas sempre nos renderemos a divindades femininas na área da música. Então que venham muito mais veludo e suavidade nas canções, porque o ano apenas chegou a metade.

Dica do Post:
O post é sobre Elas, mas ELE é praticamente uma diva..e o melhor, é brasileiro: Ney Matogrosso, responsável por um dos melhores álbuns brasileiros já lançados nos últimos tempos. O perfeito "Inclássificáveis" abre como a canção imortalizada por Cazuza 'O Tempo Não Para', sendo cantada por bufos de emoção nítidos a cada verso forte, já próprio da música. Aliás, emoção é a palavra chave deste disco. Ney coloca sentimento em todas as canções, e isso é irrefutável, o que beira ao impressionante. 'Mal Necessário', 'Coisas da Vida'
e 'Inclássificaveis' possui tanto sentimento que imaginamos situações em que a música se insiriria em nossas vidas. Por outro lado, há as políticas como 'Ode aos Ratos', 'Porque a Gente é Assim' e 'Mente, Mente' que se firmam pela ácidez misturada com a beleza, e com um toque de raiva. Enfim: espetacular do começo ao fim. E vivas aos paêtes do mestre Ney.
.5estrelasde5.