terça-feira, 28 de agosto de 2007

Soulcrusher by Operator


Ser presenteados sempre com boa música não é nenhum sacrifício, ainda mais se tratando de um Hard Rock de qualidade. Ok, anda meio difícil se achar alguma banda de hard rock muito boa, mas que seja diferente das outras. Mesmo tendo de suportar esse clichê a cada novidade mainstream de peso, a banda que lhes indicarei é um dos achados deste ano.

Antes, é merecido o reconhecimento de uma banda que busca qualidade cada vez mais, mesmo não conseguindo. O Velvet Revolver (foto2) foi um tipo de Audioslave bem sucedido. Em 2004 lançaram um fantástico álbum, Contraband, que trazia um Slash e um Matt Sorun potentes e um Scott Weiland ainda dando pro gasto. Bebendo na fonte oitentista do hard rock, o álbum teve seu sucesso e o fez por merecer. O segundo trabalho lançado este ano, Libertad, não repetiu a mesma fórmula. Tentaram inovar, mas não o conseguiram, ficou algo meio óbvio e mostrou uma fraqueza: A (antes) bela voz do ex-Stone Temple Pilots, Scott Weiland, rendeu-se aos abusos do cantor e parece maquiada no Libertad. Uma pena. Enquanto isso, o ex-vocalista do citado Audioslave, Chris Cornell (foto3) também cai na qualidade em seu segundo álbum solo. Não que Carry On seja ruim (estamos falando do Cornell ok?!), mas comparado a seu antecessor, Euphoria Morning, a qualidade é bem inferior.

Então já que o Scott anda mal nas cordas vocais, e o Cornell anda mal em músicos, porquê não coloca-lo à frente do Velvet Revolver e acabar de vez com essa história? Nada disso, para isso temos o fantástico Operator (foto4), banda de rock´n roll puro que equilibra bem o que esses dois citados têm a oferecer.

“Achado” pela Atlantic Records, depois de uma demo lançado pelo vocalista Johnny Strong, em um projeto solo, e após uma união com alguns ex-integrantes de bandas, o Operator vem trabalhando em seu cd de estréia desde 2005. Soulcrusher teve seu lançamento ainda neste mês de agosto, e já vem obtendo boas críticas diante seu primeiro trabalho, e o melhor, aceitação do público: o álbum está desde sua estréia no Top 10 da Billboard, na categoria “Mainstream Rock”, e não é por menos.

Soulcruscher já começa estourando. A música que dá nome ao álbum também é o primeiro single - com um clipe censurado. Começando com uma voz a lá Cornell (assim como no álbum todo) e crescendo para gritos e uma guitarra enfurecida de bons riffs, a primeira música de trabalho é uma das melhores do álbum e uma ótima escolha para estrear. E por assim se segue quase todas as faixas. Ótimas músicas pesadas e algumas baladinhas desnecessárias, mas até boas por causa da bela voz.

A Operator peca em não criar uma identidade. A forte semelhança com a voz do Chris Cornell, pode ser uma cruz para a carreira do Strong, o que é uma pena. O produtor, erroneamente, parecer querer tirar proveito dessa qualidade. A mixagem das músicas lembra um pouco o grunge da época do Soundgarden. Aos ardorosos fans nem tanto – soa mais como um hard rock a lá Velvet Revolver mesmo-, mas para quem apenas curte o som da primeira grande banda do Chris, sendo meio leigo nas músicas deles, vai começar a comparar, o que é a pior coisa a ser feita. Outro erro está nas músicas consideradas ''baladas''. Se usassem da esperteza, fariam um álbum arrebatador, forte mesmo, com poucas músicas lentas. Seria fantástico. Este clichêzão de que tem de ter baladas nos cds, é questionável, ainda mais neste caso.

A Operator lançou um ótimo álbum em 2007, infelizmente não é um dos melhores, mas vale muito a pena conhecer o trabalho da banda. Tomara que a “maldição do segundo disco” não pegue a banda, e o próximo álbum seja arrematador, caso contrario, viria um possível triste fim.

.4 estrelas de 5.

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domingo, 26 de agosto de 2007

“O desafio de se conviver com a diferença”















Olá galera!!
Bom, como todos sabem, hoje foi o dia da aplicação da prova do ENEM, que estava ridícula este ano. Abaixo trago-lhes a cópia fiel da minha redação. Bom, o tema é o título, espero que eu vá bem, hehehehe. Abraços!!
Diego Moretto

Desde a construção de uma sociedade civilizada, aceitar diferenças – sejam elas econômicas, religiosas ou culturais-, ocasionalmente sempre foi uma tarefa mal sucedida, defeito esse que inúmeras vezes foi o propulsor de sangrentas guerras e, ainda hoje, motiva vergonhosas demonstrações preconceituosas.

Mesmo tendo na história geral de nossa sociedade, exemplos cruéis de preconceitos que foram responsáveis por grandes tragédias – como o Holocausto-, ainda vivemos sob um sistema em que não há oportunidades e aceitação para todos, devido a dificuldade de se conviver com certas diferenças. Países desenvolvidos, como França e EUA, são vistos pelos imigrantes como “terras de oportunidades”, e assim, buscam nesses países uma melhor condição financeira, já que a situação de onde prouveram, não é das mais fáceis. O problema é quando esses países de primeiro mundo adotam atitudes xenofóbicas. Em 2007, na França, novamente o caos se instalou com vandalismos e protestos por parte dos franceses, que exigiam a expulsão e não-aceitação de imigrantes. O presidente francês Sarcozy – cujo pais não são franceses-, anunciou que uma das metas de seu governo será diminuir o fluxo de imigrantes que entram no país. Nos EUA, o preconceito contra árabes e latinos, por exemplo, é manifestado abertamente entre a população americana, semelhante à sofrida pelos negros há algumas décadas no país. No Brasil – um dos países com a maior diversidade cultural do mundo-, a aceitação de diferenças da sociedade, não é muito corriqueira. Temos um maldoso repulso aos nordestinos em São Paulo, a ação dos chamados “skinheads” contra negros e homossexuais no sul, além de exemplos como atear fogo à um mendigo e espancar uma empregada doméstica.

Sendo assim, é triste saber que mesmo vivendo em uma sociedade avançada como a nossa, há diversos exemplos de preconceitos arcaicos, semelhantes àqueles que ficaram marcados na história de nossa civilização por meio de histórias cruéis. O Brasil, que deveria ser o país com a cultura mais linda devido a diversidade, tornou-se o país da desigualdade social e econômica. Em âmbito mundial, alternativas de conscientização – com ajuda da ONU-, poderiam ser repassadas à todos os países, para que se tente combater a xenofobia. No Brasil, programas governamentais que buscam oportunidade à todos, poderiam ser colocados em prática, junto à empresas e à população. Além, é claro, da educação de nossa civilização, começando com as crianças, ensinando a aceitar as diferenças e que todos nós somos iguais perante a lei, para que assim, no futuro, possamos desfrutar de uma sociedade mais justa e igualitária.

NOTA: 92, 85 PNTS.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

As Flores do terror

O blog DM traz dois posts hoje, devido um duplo motivo: Além de estar comemorando o 100º post com a crítica abaixo, o blog necessitava de uma publicação. Espero que gostem de ambos. Abraços!


Em plena era do egocentrismo, do capitalismo exaltado e do egoísmo como característica marcada da sociedade moderna, é de se estranhar algumas bonitas atitudes diante uma tragédia. Pega-se o exemplo do terrível terremoto que matou centenas de pessoas no Peru, ocorrido ainda neste mês. A mistura do terror que foi o desastre junto à precariedade do país causou um alarde em todo o mundo, que começou a fazer uma mobilização em cada parte do planeta. Doações vieram de diversos lugares: desde os vizinhos como Brasil e Bolívia até de paises europeus. Além é claro da ajuda da ONU, que neste quesito, sempre é um grande propulsor em tarefas humanitárias.

A tragédia no Peru, falando-se na solidariedade, se assemelha muito à ocorrida em 2005 na Ásia: o temido Tsunami. Foram belas as ações, que iam de escolas de ensino fundamental à megas doações de celebridades e governos. Cada um, em todo mundo, doava como podia. A solidariedade veio em conjunto.

Outro tipo de boa ação, e talvez até um pouco mais importante, é quando o que vale é apenas o bom coração de cada um, como aconteceu no desastre da cidade americana de New Orleans. O susto que foi ver a nação mais poderosa do mundo tão frágil quanto qualquer outra, deu um ímpeto de força maior para a civilização, de uma forma a se unir. Usei-a como exemplo por causa da vergonhosa indiferença do governo americano com o tamanho da tragédia. Das duas uma: ou o presidente não sabia o que fazer e realmente ficou acuado com um desastre tão grande, ou houve um caso de inépcia e ignorância - o que se tratando de George W. Bush é o mais provável. Assim, já que a população havia sido “esnobada” pelo governo, o que restou foi a mobilização de quem estava prestando atenção do horror que estava New Orleans. Mais uma vez, a ajuda de artistas da música e do cinema e de vários outros do ramo, foram essenciais para a reconstrução da cidade. Parte do mérito também vai para o prefeito de New Orleans, que conseguiu ultrapassar a barreira do desespero e, na medida do possível (verbas) ajudar à sua cidade.

Aqui no Brasil (país ao qual sempre fica à frente dessas ajudas humanitárias), os acidentes da Gol e da TAM não trouxeram doações de todo mundo, mas causaram um sentimento de união por parte do povo brasileiro, que fizeram passeatas e protestos em revolta ao descaso das autoridades diante soluções do problema.

Talvez seja até triste falar disso, já que pelo visto tem-se de acontecer um triste acidente, ou um desastre, para que a civilização se una em prol da ajuda humanitária. O que anda acontecendo de grave no mundo, como a fome e as doenças, são problemas que se tivessem um olhar maior da população seriam de proporções menores. Infelizmente são poucas pessoas e instituições que se preocupam com a desnutrição da Etiópia ou a marginalização nas favelas brasileiras, por exemplo. Assim fica no ar a questão do porquê de esperar acontecer algo tão triste e ruim para fazermos algo pelo outro. Deixo no blog o parabéns há algumas escolas públicas daqui de Vitória/ES pela iniciativa das doações que serão enviadas às vítimas no Peru.

Os Simpsons- O Filme (The Simpsons - The Movie, 2007)

Comemorando, \o/, o 100º post publicado no Blog desde sua estréia, há 7 meses...

Após 10 anos e 18 temporadas, a família mais amada da televisão mundial chega às telonas, escrachando com um ótimo humor e uma história que parece mais um episódio, sem deixar de ser fantástico.

[SINOPSE] Homer, o patriarca da família, causa a poluição do lago de Springfield. Isso causa grandes danos à cidade. Uma das sugestões de como solucionar o problema, é colocar uma espécie em volta de de bolha Springfield, isolando-a do mundo.

Se tratando da técnica do filme, o diretor, David Silverman, acertou em usar o mesmo processo de animação que utiliza no seriado, sem muitos toques inovadores. Assim a película não perdeu a simplicidade original da série. As dublagens originais são bem cômicas e traz algumas surpresas (como a participação do ator Hank Azaria, que dubla mais de 10 personagens). Mas a brasileira passa longe de desapontar, ou seja, pode assistir tranqüilo.

O roteiro é super afiado, o que traz um distanciamento da série. Com piadas mais fortes, linguagens mais pesadas e uma crítica que pega desde políticos americanos até celebridades reais e fictícias. Mas também pudera, foram 15 roteiristas que criaram um roteiro revisado 158 vezes (!!!), e por incrível que pareça deixaram a história redonda, sem partes ou sub-histórias quebradas. Outro ponto positivo foi a inteligência em não contar a história da família mais conhecida do mundo, o que – se tratando dos Simpsons-, seria totalmente desnecessário.

A trilha sonora também é outro acerto. Desde o rock do Green Day no começo do longa, até as satirizadas e irônicas músicas durante o filme dão um toque mais do que especial.

No seguimento, Os Simpsons agrada. O problema se dá na repetição da fórmula, ou seja, nada diferente do que você viu na série, mas nem por isso o filme desaponta. Ao contrário, é uma ótima diversão. Tratar de assuntos do momento – como Aquecimento Global-, de forma satírica e irônica foi um grande acerto. Depois de tanto tempo, o filme merecia um tratamento mais refinado, um tempinho a mais (são apenas 87 minutos), algo mais inovador. Mas já que temos a sorte de ainda contarmos com a série televisiva, rezemos para que – pelo menos por enquanto-, não estejam pensando em fazer outro longa da animação. Tentem assistir ao filme com a sala cheia de fans adultos. Boas risadas!

NOTA: 8.6

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Meme da vez...


Dá-lhe caros leitores. Como há dois meses, os Memes se tornaram mais do que comuns no mundo da blogosfera – o que é ótimo-, o amigo Adrian Masella, me indicou para mais um interessantíssimo.

Consiste em indicar as 3 ou as 5 maiores invenções da humanidade. Bom, é meio do que impossível colocar as 3, ou 5 maiores. Assim, coloquei as 3 que vieram em minha mente, perdoem se forem babacas, hehehe.

Rock

Não poderia começar esta lista sem listar o que é o motor de todos os meus dias. Com mp3 nos ouvidos, em qualquer hora à qualquer lugar. Nada melhor do que uma boa guitarra, balanceada com um baixo, agitada por uma bateria e levada por uma voz que é capaz de mover montanhas. Sem dúvida o Rock está no pódio das maiores invenções de todos os tempos.

Livro

Talvez a invenção mais antiga dessas minhas 5 listadas. É absolutamente incrível como podemos usufruir de uma boa leitura. Peço licença e me restrinjo às leituras casuais, porque meu ódio por livros de exatas cresce a cada dia. Assim, nada melhor no fim de noite, depois de um dia cheio, em contato com sua devida cama, a leitura de um inteligente romance policial, ou uma encantadora história medieval e indo mais além, a descrição detalhada e verídica de uma guerra. Não importa a preferência, o livro é sim capaz de nos fazer viajar sem ao menos sair do lugar, impressionante.

Filme

Poderia ser colocado junto ao livro, a diferença é que ao viajar, sabemos para onde estamos sendo guiados e a realidade é bem mais intensa. Junto aos filmes, claro, vem os cinemas. Cada poltrona traz uma história, e por mais vezes que você vá, cada uma é única. Acompanhado ou sozinho, rir de uma comédia, se assustar com um terror, chorar em um drama ou se deliciar em um romance, são características inexplicáveis de um filme e que em um mundo totalmente estressante, como atualmente é, se torna um fator indispensável na vida de qualquer pessoa.

Chocolate

Pode acreditar, é isso mesmo. Quem é o maior companheiro depois de uma desilusão amorosa? Quem é o maior companheiro para uma iniciação amorosa? Ou menos romântico... ao assistir à um filme, ao vibrar com um jogo, ao se acalmar depois da dependência em cálculo e estatística, ao acordar, depois de almoçar.......enfim! Seria frustrante não coloca-lo nesta lista, apesar de que ele venceu por bem pouco o chopp gelado, hehehehehe.

Internet

Essa sim, é uma invenção muito louca. A internet foi o maior catalisador de coisas boas e ruins já inventado no mundo. Da cola escolar no Google às fotos gratuitas da Playboy, a internet é a única coisa que me vem ao imaginar onde achar algo, onde achar qualquer coisa. É uma ferramenta impressionante e que de longe desbanca outro invento fascinante: o telefone. É com ela que fecho meu ciclo, esquecendo de muita coisa, mas estas já deram para sacar bem, como a tecnologia, independente de qual, é essencial.

Agora, como segue as regras, envio o Meme para mais três blogs amigos:

Fernando Teixeira Pensamentos Equivocados d´O Arroto

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

O novo preconceito


















Semana passada, a Universidade Federal do Espírito Santo, divulgou em nota que reservará 40% das vagas do próximo vestibular para alunos de escolas públicas. A medida saiu para ofuscar o último vestibular, que não teve nenhuma cota de reserva - e por isso ajudou a comprovar a grande idiotice que é esse sistema.

Na verdade, idiotice é uma palavra um pouco forte, pois o sistema é bem trabalhado, pena que a adoção dele surte fatores não muito dignos de ovações.

Se repararmos bem, Lula adotou a criação desse sistema, buscando fugir de alternativas mais promissoras mas com um pouco mais de tempo para se adotar. A pressão por soluções rápidas, e a forte cobrança do povo devido suas ilusórias promessas, são apenas alguns dos fatores que transformaram esse programa em uma solução que parecia um milagre do governo: eficácia misturada com rapidez. Um tiro no pé na verdade.

Com uma educação fundamental e média (com exceção das federais) medíocres, o estudante chega à universidade federal sem base nenhuma. Além de isso ser sim um fator super importante, se manter economicamente nestas universidades (mesmo elas sendo públicas), não é nada fácil, ainda mais para alguém que tem de provar fazer parte da baixa renda brasileira – o que é outra coisa ridícula: o sistema prima em combater o preconceito com a inclusão social, mas escracha o preconceito em sua forma mais sutil. A reserva para estudantes de escolas públicas ainda é menos do que quando era para negros, essa sim era triste e perigosa, e podia gerar mais desigualdade por raça ainda no futuro.

Tocando no assunto do preconceito e lembrando-lhes do título deste artigo, neste programa, temos nada mais nada menos do que uma forma rara de preconceito, onde quem é injustiçado é o estudante de escola particular, aquele que se encontra em uma posição considerável confortável de vida. Qualquer forma de preconceito deve ser banida, mas ainda sim a realidade é outra. Como o ensino público brasileiro é incrivelmente ruim, muitos pais (que não tem condições), colocam seus filhos em escolas particulares com um árduo sacrifício, para que, por meio de seus primogênitos, consigam uma situação melhor de vida. Isto é fato na maioria das escolas particulares. Além disso, os bolsistas também são excluídos da reserva de cotas, o que é outro absurdo.

Como vêem, a situação é desestimulante. É incrível como é comum acontecer ações sem estudos neste país. O governo teve seus acertos, como foi é o programa Universidade para todos (os pré-vestibulares de qualidade para estudantes de escolas publicas) e o ProUni. Mas sem dúvida, o sistema de reserva é de extrema infelicidade. Funciona como um atestado de ignorância para esses alunos beneficiados, além de contribuir para a formação de profissionais incapacitados no mercado. Nem sempre a mistura entre eficácia e rapidez dá certo....

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

O paradoxo da (in) eficácia da Polícia

Inevitavelmente, nós brasileiros, começamos a conviver com a desesperança. Foram desilusões que iam de um presidente que se dizia forte, mas era fraco, de um sistema que era invejado e que se mostrou podre e de uma polícia que sempre foi tida como a nossa salvação, mas que tem cometido tantos erros tristes que também entra na lista das desesperanças de nosso Brasil.

No começo desta semana dois acontecimentos nos fizeram ficar em dúvida: Será que somos tão injustos ao se referir às polícias (civil, militar e federal) como ineficazes? Ou realmente é mais um tipo de falha ao qual não teremos bons resultados em tão breve tempo?

Na última terça, um dos maiores traficantes do mundo e o segundo homem com maior recompensa na procura (o primeiro é o Bin Laden), foi preso em São Paulo. O colombiano Juan Carlos Ramírez-Abadía, residia no país já há algum tempo e vivia como um milionário, assumindo cargos importantes e com vários projetos em pauta, inclusive a construção de um aeroporto ao qual ajudaria nas viagens de seus comparsas na entrega de suas drogas. A Polícia Federal (que aliás este ano vem surpreendendo) fez um ótimo trabalho, sendo até a ovacionada pela imprensa internacional. Como viram, nem tudo está perdido, entretanto...

No final de semana, no município da Serra (ES), o vereador Antônio José Denadai (PL), foi detido após ser pego em alta velocidade pela polícia. O vereador não quis parar o carro, iniciando uma perseguição. Após ser algemado e levado em camburão, o deputado se recusou a fazer o teste do bafômetro. 3 horas e muitos copos de água depois, o teste foi feito, comprovando que estava sim com um nível de álcool superior ao permitido. O vereador pagou uma fiança de 350 reais e foi solto. Segundo ele, os policiais bateram e o roubaram, já que tinha 10 mil reais em seu porta-malas ( dinheiro que vai ter de explicar a origem...).

O que temos neste caso, é a força de um cargo alto. O vereador, apesar da pequena fiança, não sofreu com nada. A sua carteira de motorista continua como estava, não precisará responder processo e muito menos será condenado por alguma coisa. Agora fica a pergunta, por que isso? No que ele é melhor que o resto da população, que seria sem dúvida mantida presa e com diversos processos nas costas? A notícia causou grande ofuror local, já que a população ficou, com razão, revoltada. O caso todo é triste: porque a demora em se aplicar o teste do bafômetro? Porque a fiança tão baixa? Porque não manteram preso? Porque não foram tirados pontos da carteira?? São muitos porquês desnecessários.

São dois casos totalmente contraditórios, que apesar de mostrarem uma luz verde em um túnel bem escuro, ainda nos dão incerteza se podemos confiar na polícia como deveríamos. O caso de terça-feira mostra que é possível sim, só aplicar algumas soluções. Será que a unificação das polícias seria uma boa? Um reajuste de salário? Maiores condições de armamentos?? Entre tantas várias que deveriam ser estudadas, para que casos como o do último sábado não voltem a acontecer.

Agradecimento especial à amiga Priscilla Torezani pela indicação de tema... o branco ainda me persegue. Obrigado Pri e Feliz Aniversário.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

A má influência da mídia brasileira

O que se fazer em um país onde o analfabetismo literário predomina, a televisão é o principal meio de informação e o povo é passivo a ponto de deixar que coloquem seu país abaixo sem fazer nada? A resposta é desconhecida até então. O problema é quando, o único meio de fazer com que as pessoas criem uma opinião e tenham consciência do que anda acontecendo no Brasil, nos trai, fazendo apenas o necessário para se vender matéria, se tornando veículos de comunicação aproveitadores de oportunidades, o que é verdadeiramente triste.


A mídia brasileira funciona da seguinte forma: aproveita-se ao máximo o acontecimento da semana e espera outro igual ou tão grande para poderem abafar o caso e partir para outra. A exemplo disso, temos o recente caso do triste acidente com o vôo do avião da TAM, o que causou alarde em todo nosso país, nos deixando com um luto eterno por àquelas vítimas do descaso. Não se falava, não se lia, não se ouvia outra coisa, tudo passado pela mídia envolvia o acidente. OK, era de extrema importância se tratar do assunto, e abriu mais ainda a ferida que ronda o sistema aéreo brasileiro, mas o que esta sendo discutido neste artigo, não é a importância das matérias passadas pela mídia (isso em um outro post...) e sim a responsabilidade em passar informação com credibilidade e clareza para o público.

Enquanto não se via mais nada além do acidente da TAM, Renan Calheiros continuava fazendo do senado seu circo, onde os palhaços eram o publico e até agora, nada se resolveu; não se sabe mais nada sobre os jovens que espancaram a doméstica e pior, abafaram a história de outros jovens que também espancaram um idoso e de mais outros que espancaram uma professora. Aqui no estado (ES), um crime bárbaro aconteceu - padrasto matou entiado de 2 anos a socos porque ele queria brincar e não o deixava dormir-, digno de ser passado na mídia, mas... ainda tinha de se vender a tragédia da TAM....

Infelizmente isso acontece muito. Aliás, pegando o gancho, esse foi um dos motivos do caos aéreo ter perdurado tanto tempo. As pessoas esqueceram da fatalidade que foi o acidente da GOL, e em muito pouco tempo.

Este artigo critica mais a desonestidade da mídia com a população, mas o povo tem uma culpa muito grande nisso também. A mídia especializada tem mais, já que nosso país não tem uma cultura em que se cultua busca por informação. Se ao menos, déssemos mais importância às páginas de política e economia dos jornais, ao invés das de esportes e celebridades, muita coisa mudaria. A opinião gera senso de luta, o que é algo raro em nosso país. Torço para que esta tragédia da TAM não seja esquecida também, apesar de que, pelo visto, já foi...

OBS: Dois agradecimentos: O 1º vai ao Henrique Fogli pela indicação de matéria em um momento de puro branco e ao blog Macaco Primata (e ao seu blogueiro) por me dar uma dica bem feliz, justificar meu texto. Aos dois, muito obrigado!!!