segunda-feira, 21 de julho de 2008

Infelicidade pelo divino.


Por parte das civilizações, analisando de uma forma ampla e geral, o respeito com as religiões sempre foi mútuo – é lógico se tratando a partir do século XX. A opção de cada um em seguir um preceito religioso sempre foi de livre arbítrio e sem contestação alguma, pois o que move mesmo uma fé é o respeito e a generosidade com o próximo. Atualmente é visível que a religião serve como ponto de escape aos problemas sociais que nos rodeiam. Não exclusivamente, lógico, mas a fé faz com que milhões e milhões se movimentem em busca de uma paz espiritual e de palavras que confortem uma vida atormentada. Assim, a religião se torna um propulsor de bondade nesse mundo, o que torna o convívio bem mais fácil.

Mas as chamadas religiões abrâmicas (cristianismo, islamismo e judaísmo), e que possuem maioria no mundo, possuem dogmas que visto a época em que estamos, é total descabível, já que fogem do padrão “seja um ser humano feliz”. Falo do preconceito contra os homossexuais, que são recriminados pelas religiões. A condenação é total e em alguns casos, há ainda o risco de sessões de terapia com lavagem cerebral e cura, como se homossexualismo fosse doença.

É lógico que há particularidades em todas as religiões, mas é de total afronta que não reconheçam que a prática homossexual já vem antes de Cristo, e que isso é uma prova irrefutável. Ao meu ver, é um sentimento que vem da pessoa e não uma opção casual de uma vida parada. Aliás, as explicações para quem é gay ou lésbica há de monte... uma mais estapafúrdia que a outra. Quando que vão cair em si que isso não é doença? Que na verdade, é praticada há milhares e milhares de anos? Que há religiões que idolatram o homossexualismo por seus deuses possuírem visíveis tendências homossexuais? E que nessas relações, há sim o sentimento mais belo e verdadeiro desse mundo, que é o amor. Será isso de total insignificância?

Reprimir é tão banal e nem de longe funciona. Chega a ser o cúmulo do ridículo a Igreja Católica condenar a prática entre duas pessoas do mesmo sexo, sendo que a lista de padres gays e pedófilos é tão extensa quanto a falta de senso comum dessa comunidade. Na Bíblia e no AlCorão dizem claramente que a pratica homossexual é pecaminosa e errada, o que não é mesmo. Assim como há homens e mulheres héteros e que nem por isso são comportados sexualmente, há também gays. Isso não é de escolha de carne, e sim do que vem do coração. Pode parecer piegas, mas o que nos move com audácia e coragem é o amor. E isso há de mais em qualquer tipo de relação sincera. Por isso atualmente, é visível que muitas religiões estão perdendo fiéis pelo fato de não possuírem uma abertura humana para novos (já velhos) conceitos de paixão.

Assim, não deixa a Bíblia contraditória, já que nela é descrito como regra divina de humanidade, em que todos são iguais à todos e, por outro lado, há a condenação e o choro com frases do tipo “Quando um homem se deita com um homem como se deita com mulher, o que ambos fizeram é uma abominação; serão mortos, o sangue deles recai sobre eles”.

Esses dogmas são ultrapassados e as vezes somos obrigados a rir de tamanhas loucuras que a Igreja Católica insiste em falar. Falo da Igreja Católica que é a que mais tenho contato. Condenações e sugestões vem de toda parte, mas ninguém chega até a pessoa e pergunta se anda tudo bem, apresentando soluções para que eles chamam de “errado”. Ninguém faz isso, apenas condenam, pois é mais fácil.

E assim continuamos a aceitar e conviver com esse preconceito burro, ao invés de enfrentarmos tudo de frente. Mas enfim, penso que o amor, não importa o modo praticado, é para ser vivido e de forma bela. O que importa na religião é o que está dentro do coração e da mente. O que te levará há algum lugar melhor não é se privar de amar não, são atitudes do dia-a-dia. Penso que ainda há uma ponte enorme e fervente para os homossexuais atravessarem e serem feliz sem preconceito, no entanto, o botão do disconfiômetro crente já deveria ter sido ligado há muito tempo.

Dica do Post:

Aproveitando o tema "homossexualismo" do post, indico-lhes um livro maravilhoso e 3 filmes diferentes mas que tratam do mesmo assunto de forma fabulosa:

Livro: O Terceiro Travesseiro - Nelson Luiz de Carvalho. (Nota: 8.0)

Filmes:
"Bubble" por Eytan Fox (9.0).
"Má educação" por Pedro Almodóvar (9.6).
"Shortbus" por John Cameron Mitchell (8.5).