segunda-feira, 8 de março de 2010

Os 10 melhores álbuns de 2009

Pois então, será essa uma volta? Ou um ensaio de volta como todas as outras vezes? Eu gosto deste espaço por demais e sinto muita falta, ao mesmo tempo que tenho muita pouca pró-atividade em escrever, mesmo quando tenho uma idéia ótima para um post. Porque será? Mas resolvi tornar minha vida virtual mais agitada, usando ferramentas como o Twitter, o Formspring, o Facebook, o Orkut e o Blogger. E para iniciar (de fato) a temporada 2010 deste blog, trago a minha relação dos dez melhores álbuns de 2009, nada atrasado, já que o Oscar foi ontem. Aos amigos, perdão por esta falta de sincronia em minhas postagens e desculpe-me também pelo layout cafona, procurarei corrigir isso. Agora morando na grande cidade do Rio de Janeiro, onde notícias fervem e a vida não para. Boa sorte para mim!! E Feliz 2010 à todos, atrasadamente!


[1º]

Muse – The Resistance

The Resistance fecha com chave de ouro uma trilogia futurista criada pelo Muse. Se em Uprising temos um doloroso hino militar e político com um pouco de esperança, em Exogenesis ficamos a mercê de 15 minutos orquestrados divididos em três atos para narrar um história viajante sobre o mundo daqui há alguns anos. Pode parecer loucura, mas os meninos do Muse tentam apenas pôr um pouco de fábula e crítica em suas músicas, misturando e genializando com a instrumentação. É indescritível a junção dos elementos sólidos de uma banda com a apresentação de sintetizadores e pianos. Ainda temos a tortuosa e potente voz de Matthew Bellamy que defere elegância ao álbum e o faz ser o melhor de 2009.

[2º]

Arctic Monkeys – Hambug

Esqueça tudo o que você, até então, já tinha ouvido do quarteto fantástico britânico. A bateria acelerada com a guitarra e a voz, derivados da euforia adolescente em seus dois primeiros álbuns deram margem a um novo som, algo indescritível, carregado de uma esnobação visível de arrogantes jovens roqueiros que se tornaram adultos. E isso não é defeito. Hambug é sublime na finessi que trata o rock. Aqui temos reclamações da fama, nostalgia da recente adolescência e contos de amor não correspondidos, tudo com uma instrumentação delicada e madura. Alex Turner esta irreconhecível, visualmente e também na voz. Não deixaram de ser os macacos artísticos de sempre mas também não repetiram a fórmula que funcionou muito bem no passado dos, agora, quatro rapazes britânicos.

[3º]

Then Croocked Voltures - Then Croocked Voltures

Este foi, sem dúvida, o album de rock mais aguardado do ano. Com Josh Homme (Queens of the Stone Age) nos vocais e guitarras, John Paul Jones (Led Zepellin) no baixo e Dave Grohl (Foo Fighters) na bateria, o título de super-banda veio como conseqüência e a cobrança foi suprema. Se não fizeram um clássico, só o tempo vai dizer, mas aqui temos o que há de melhor na sujeira do rock n’ roll. Then Croocked Voltures é a soma de experiências roqueiras diversas que se chocam em um excelente projeto que soa como uma aula aos novatos em ação.

[4º]

Franz Ferdinand – Tonight

Se a maturidade vem com o tempo, chegou rápido aos escoceses do Franz Ferdinand. Depois de reinventarem o rock indie e se auto-colocarem no patamar de queridinhos da crítica, pós dois fabulosos álbuns, a banda se consagra com o dançante Tonight. Neste temos batidas eletrônicas permeando todo álbum e um decoro dançante que funciona muito bem nas pistas. Pelo nome e pelas canções do álbum, este era o propósito da banda que supera em criatividade e maturidade.

[5º]

Morrissey – Years of Refusal

O eterno vocalista do The Smiths se encontra neste álbum. É escutável a experiência de Morrissey que faz questão de entrar em conflito com seus instrumentistas. As músicas possuem uma velocidade contagiante que entra em contraponto com a calmaria e a leveza da voz do cantor, que destila um ar de segurança, com canções que falam desde o abandono seguido de pedido de perdão, até uma machista visão de quem pode ou não terminar uma relação. É o poderoso Morrissey firmando seu lugar na história da indústria fonográfica.

[6º]

Pearl Jam – Backspacer

O álbum solo de Eddie Vedder (In to the Wild, 2007) foi um divisor de águas na carreira do Pearl Jam. Agora temos uma busca por mais público, uma preocupação maior em agradar novos visionários. Vedder volta a berrar nos microfones assim como fazia na época de “Ten”, mas também destila sabedoria e segurança nas faixas acústicas, cheias de influências cowntrys e folks, assim como em seu trabalho solo. Backspacer pode soar pop e perdido, o que não seria um defeito se tratando da grandeza do Pearl Jam, mas aos mais sensíveis, o que se percebe é um conjunto de canções que apenas tentam contar uma história, apenas voltar ao classicismo do rock. É muita experiência divulgada.

[7º]

Animal Collective – Merriweather Post Pavillion

Conhecidos por fazer um som bem rebuscado, variando do chato ao genial, o Animal Collective surpreende com um jogo de canções profundas e que incomodam com tantos detalhes e influências. Começando pela capa, ficamos diante à uma figura ótica, que parece estar viva diante nossos olhos.Nas músicas, temos desde o canto gregoriano até a psicodelia hippie setentista. O som minimalista deixa o álbum com um teor de sensibilidade enorme, mas aqui o investimento no mainstream funciona, e as músicas estão mais pop e alcançáveis. São lamentações e lamúrias bonitas, que nos fazem viajar eternamente na busca pelo bom inconsciente. É uma viagem sideral instigante e animadora. Uma superação genial de um grupo que não tenta enganar ninguém.

[8º]

Céu – Vagarosa

Com uma indústria decadente, muitos se perguntavam o que havia acontecido com a estreante Céu, a moça que recebeu elogios e elogios em seu disco de estréia, cinco anos atrás. Pois a mesma moça volta casada e mãe e com um impressionante segundo disco. Vagarosa é complicado. É cheio de nuances e influências que se perdem na aveludada voz de Céu. As letras tratam de relacionamentos afetivos, e o ritmo voa do hippie reggae ao bossa samba com toque indie. É muita informação para um álbum só, por isso o cuidado na escuta. Céu é hoje, a melhor opção de representação nacional no exterior. Vagarosa é um clássico.

[9º]

Air – Love 2

O Air ainda se mantém como exemplares únicos de uma bossa eletrônica. A genialidade se encontra onipresente em fones de ouvidos, necessários para se captar os detalhes únicos de poesias narradas em seus ouvidos. Sussurros, expressões...estão todas lá, apresentadas pela dupla francesa que reinventou o modo de se escutar música eletrônica. Durma e sonhe com os sintetizadores psicodélicos de Godin e Dunckel te levando aos mais belos sonhos.

[10º]

Jamie Cullum – The Pursuit

Cullum não mudou. Ainda bem. Esta moda de experimentar novos estilos ainda não chegou ao jovem inglês que toca perfeitamente um delicioso new jazz. A maturidade juvenil e as experimentações com a voz e com o piano permanecem durante todo o álbum. Agora, ainda somos agraciados com toques de sintetizadores e instrumentos eletrônicos que dão um certo charme a certas canções, mas que não fariam falta também. Cullum também apela ao pop - como em uma regravação de Rihana -, mas não perde a sensualidade e a canastracidade que o fizeram ter nome e sobrenome no mercado musical.