terça-feira, 31 de março de 2009

Descaso Humilhante.


É com vergonha que relato que nos dois maiores hospitais públicos do Espírito Santo, Hospital São Lucas e o Hospital Dório Silva, na comida em que é servida aos funcionários e pacientes foram encontrados coisas como dente humano, lâmina de bisturi e barataS. Além disso, muitas irregularidades foram diagnosticadas pelos profissionais da vigilância sanitária, entre elas o armazenamento de bebidas ao lado de sangue e o carregamento das carnes em situações precárias de um porta-malas de um carro Escort enferrujado.

Já houve a denúncia e o pedido de que a empresa terceirizada responsável por cuidar da higiene nos hospitais, a Ki Sabor, seja substituída por uma mais séria e com melhor desempenho no trabalho. Apesar da explícita denúncia, com cobertura exclusiva da imprensa, o governo ordenou que fosse feita uma vistoria de 90 dias (!!!) e avisou que abrirá uma petição para que seja votada a possível modificação da empresa responsável pela manutenção da cozinha hospitalar.
É incrível o processo lento com que tratam um assunto tão sério em nosso estado. Que a saúde já estava precária, todos estão cansados de saber, no entanto, é ridículo que após uma verificação cabal e nojenta como essa, apenas se faz o cruzamento de braços e estendam o problema por mais tempo. Aliás, é um erro deixar que empresas terceirizadas cuidem de um serviço tão absurdamente importante. Isso só faz com que o governo seja beneficiado em detrimento da população. Enquanto isso, os pacientes e os funcionários são postos em humilhante situação escrava, já que a comida a que são submetidos vem de um lugar bem duvidoso. É esperar e ver no que vai dar, mais um capitulo da novela da precária saúde capixaba.
Dica do post:
A empresa de viagens CVC abriu uma demanda enorma de promoções de pacotes para a Semana Santa. Sem dúvida vale a pena conferir o site e dar uma olhada nos bons preços de algumas viagens nacionais, internacionais, seja o transporte com avião ou ônibus. Se divirtam e relaxem!

sábado, 21 de março de 2009

Festival Just a Fest Rio de Janeiro - 20.03.2009


Por incrível que pareça, 2009 já começou com um gás potente em relação à shows internacionais que se torna inacreditável por estarmos no Brasil. A lenda de que nosso país esta na rota das turnês realmente parece estar vingando atualmente. Só falando no ano até março, já pudemos conferir Elton John, Keane e Iron Maiden em espetáculos que sobrepõe ao excepcional. Salvo raras exceções, a formalidade e o cuidado com tudo que rodeia os festivais e shows internacionais aqui no Brasil estão surpreendendo, já que a tranqüilidade e o não aborrecimento têm se tornado marca de certos concertos. Com isso, mais um fabuloso festival paira por aqui. “Just a Fest” nos presenteia com nomes como Los Hermanos, Kraftwerk, e Radiohead – em sua primeira visita ao país. Abaixo, o comentário deste festival que aconteceu no Rio e acontecerá em São Paulo. Inesquecível.

Los Hermanos: É com o verdadeiro clima de irmandade que a banda chegou ao palco caloroso com uma platéia não muito cheia na Praça da Apoteose no Rio de Janeiro. De mãos dadas e sendo muito carinhosos com seus fans, a banda entrou já com um clima que lembra os solos de Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante: praiano, onde a calmaria desperta o desejo de ter alguém próximo. Com exceção de certos momentos, o show teve muito de caráter acústico, com hits inesquecíveis como “O Vento”, “Assim será” e a bela “A Flor”. Tocando a característica “Todo carnaval tem seu fim”, os Hermanos deixam no ar a dúvida que permaneceu durante todo show: será esta apenas mais uma calorosa apresentação única, ou realmente teremos a melhor banda jovem brasileira junta novamente?

Kraftwerk: Definir sem conhecer é complicado, mas um show eletrônico como foi o do Kraftwerk é a prova de que idade nada tem a ver quando se pensa primeiro que a maturidade e a experiência é quem conta na hora de botar para ferver. E foi assim durante toda a apresentação dos europeus. Com batidas estrondosas, recheadas de grooves e psy, o quarteto comandava uma cabine louca, com apenas 4 laptop’s e telões gigantescos com imagens que nos fazia flutuar pelo psicodelismo visual. Uma apresentação esnobada mas inesquecível que os alemães proporcionaram - mais uma vez – aos brasileiros.

Radiohead: Se este não for o show do ano, não sei o que pode barrar. A primeira apresentação do Radiohead (foto) por terras brasileiras foi indescritível. Em mais de duas horas de show, a banda presenteia 25 mil fans brasileiros com um set list louvável, fazendo um apanhamento de TODA sua carreira de sete álbuns. Thom Yorke grita, chora, pula, ri, briga... e transforma o palco em seu infinito particular, sendo emotivo e dramático quando deve ser, e pulsante e animado nos momentos certos. Isso sem se tornar caricato e teatral. Clássicos como “Paranoid Android”, “Idioteque” e “Air Bag” se misturaram com as ótimas do premiado último trabalho da banda, In Rainbows (2007), como “Nude”, “Videotape” e “Jigsaw falling into place”. Infelizmente, houve a pessoal decepção dos britânicos não tocarem a belamente triste e inesquecível “Fake Plastic Trees”, mas que foi retardada pelo acústico de “Creep” no final, fechando um concerto fabuloso e único, que se tornará lenda aos que foram e que deixa um vazio enorme, apenas aguardando a próxima vinda de uma das melhores bandas da história do rock.
Dica do Post:
Caso vc leitor não conheça alguma dessas bandas, aconselho investir na ideia e pesquisar. Dos inteligentes brasileiros dos Los Hermanos, passando pelo insano quarteto alemão do Krafertwerk e chegando aos geniais do Radiohead, você terá uma experiência profunda e eterna, e que vale muito a pena conhecer.

quinta-feira, 19 de março de 2009

'Scream' by Chris Cornell [2009]


Se versatilidade na música é a alma do atual negócio, com bons frutos saindo de remanescentes como Kings of Leon e Keane, o que diríamos quando o melhor vocalista de rock n’roll vivo anuncia que seu próximo álbum solo será produzido pelo rei da produção de black music? Até então, apenas um insegurança bate, mas a confiança ainda é plena. Um erro.

Scream, terceiro álbum solo de Chris Cornell (ex-Soundgarden e ex-Audioslave) já chega sob o rótulo de pior disco do ano, mesmo sendo lançado em março. O que parece inacreditável perdura por quase em uma hora de um som tosco e que apenas serve para mostrar o quão perdido e egocêntrico está Cornell e o quanto Timbaland é característico e repetitivo.

O primeiro single, Part of Me, possui estranho arranjo com toque indiano e já começa com batidas fortes, lembrando ícones do pop atual como Madonna e Justin Timberlake. Sendo um álbum conceitual – o que é mais doloroso ainda, pois funciona como se fosse uma música só, sendo que nenhuma salva -, a próxima faixa, Time, é um dos momentos de derrota total do álbum, sendo impossível escuta-la até o final. Infelizmente, isso acontece muitas vezes durante o disco, que varia do ruim para o terrível.

Não se sabe mesmo o que aconteceu. O visual, o disco, o clipe, nada salvam nesta nova empreitada de Cornell. Minto: o vocalista ainda continua potente nos microfones, mas nem isso se torna motivo para escutar Scream mais de uma vez (que até possui uma capa boa). Se tínhamos em Euphoria Morning (1999) um alternativo de absoluta qualidade e em Carry On (2007) um experimento cru mas que deu certo, em Scream temos o álbum mais comercial já lançado pelo artista, que assumiu de vez uma veia pop ridícula e que faz vergonha a seus verdadeiros fans e a sua própria carreira.

Ao menos, Chris Cornell possui um histórico brilhante, com muitos discos clássicos e que são provas do quão fabuloso ele é, por isso, apenas nos sobra torcer para que esta seja apenas uma empreitada insignificante e passageira, pois fracassada ela já é.

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Dica do Post:

Se já possuímos, infelizmente, o pior disco do ano, possivelmente também já temos o melhor: Merriweather Post Pavilion, dos caras do Animal Collective.

Com um disco existencialista e conceitual, a famosa banda de Baltimore cria um disco de vanguarda mas sem ser nostálgico. Inovador mas não único. Com camadas belas e muito bem trabalhadas, com muita psicodelia e barulho, faz com que MPP se torne o absurdo pensante da banda, com toques geniais e que funcionam como uma crônica fíctícia da humanidade. É prazeroso por no repeat e escutar, escutar e escutar….. Ouçam “My Girl”, “Lion in a Coma” e “Brother Spot”, e encontrarão o ponto mais genial do álbum.

(.5estrelasde5.)