Há exatamente uma semana, o Autódromo Cidade, em Buenos Aires, em seus extensos 160 hectares, ficou pequeno diante as 50 mil pessoas presentes na edição de 10 anos do Creamfields da cidade portenha.
Com um line up diversificado e que procurava agradar à gregos e troianos, fomos presenteados com nomes como Calvin Harris, Paul van Dyk, Carls Cox e David Guetta.
Tudo funcionava conforme deveria: posto médico atencioso – com uma grata distribuição de água aos necessitados -, banheiros e bares bem distribuídos e localizados, segurança eficiente e uma vibe positiva que há muito não se vê no Brasil.
Em cada tenda/palco (foram seis), a visão era praticamente a mesma. Sorrisos vestidos de camisas com estampas legais, ou seminus, juntos, suados, cada com sua água, formando um mar lindo de se ver, sob o perfume da maconha no ar e uma energia que seria capaz de ascender Buenos Aires por inteiro caso houvesse algum blackout. Não houve brigas, não houve mortes, não houve desmaios. As pessoas procuravam se divertir, e foi assim até o fim do festival.
O imenso bar do energético Speed roubou a cena. Lá se concentrava o eletrônico roots, pesado, com nomes argentinos como Luis Nieva e Mina. Explosões circenses, cornetas, fogos... tudo fazia explodir dentro de você a sensação de estar em um paraíso. Uma grande sacada dos criadores e que fez total diferença no festival.
Dos DJs afora o headline, o grande destaque foi o inglês Sasha, presente na Cream Arena. O DJ/produtor comandou durante exatas duas horas um público devoto e que dançava conforme seu set. Foi incrível e para muitos, inesquecível.
David Guetta era a grande aposta desta edição do Creamfields. O DJ-estrela entra em palco saldando os argentinos, por trás o telão de leds perguntava “BsAs, are u ready?” em letras garrafais. Após isso, robôs-humanóides adentram ao show e Guetta brilha em uma performance onde a busca pelo pop é o objetivo principal. Singles como Sexy Bitch fazem o público cantar junto e vibrar em um ídolo. Guetta ainda arranca lágrimas tocando uma versão eletrônica-fúnebre de The Time of My Life.
Entretanto, isso tudo, pelo visto, não foi o suficiente. Com exatos 40 minutos de espera, Fatboy Slim adentra ao palco principal e de cara projeta no meio do palco um planeta desconhecido, o seu mundo, gigantesco e que rodava não-se-sabe-como lentamente enquanto seu set começava. Gritos explodiam na platéia e Slim parecia mandar um belo “cala a boca” intrínseco à Guetta, firmando-se como único rei desta vertente. As projeções desta nova turnê do Fatboy Slim são realmente de tirar o fôlego. Exatas, sem exageros e incrivelmente mágicas.
E assim, às 6 horas da manhã, sob lasers incríveis de despedida, a décima edição do Creamfields Buenos Aires se encerra com um gosto de quero mais. Muito bacana ver que na Argentina ainda não se perdeu o brilho de liberdade que um festival pode causar. Aqui no Brasil, infelizmente, perdemos. Agora é esperar o ano que vem e conferir novamente este, que é um dos melhores festivais de música eletrônica da América Latina – se não for o melhor.
3 comentários:
lendo seu texto me senti estando lá!
É verdade, a descrição do Diego é extremamente vívida.
Olá amore, Muito bom texto... sou de Lisboa- Portugal e adorei o blog... já estou a seguir.
www.makebafonica.blogspot.com
segue lá
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