Em um discurso em um outro evento de inauguração, agora em Pernambuco, o excelentíssimo presidente Lula, resolveu apontar suas perspectivas de futuro para o Brasil.
Com o relatório estatístico publicado recentemente pelo IBGE e que apontava que o crescimento do PIB em 2006 foi de apenas 2, 9%, Lula mostrou-se apático com o resultado e salientou: "O fato de o PIB ter crescido 2,9% é um número maior do que aquele que os analistas previam, menor que aquele que eu desejo e menor do que o Brasil deseja. Agora, é importante lembrar que nós só podemos falar de crescimento hoje porque a economia brasileira está arrumada", disse. Ainda enfatizando o PIB, o presidente parece descontente com o apoio dos brasileiros em seu atual mandato, e aproveitando a oportunidade, clama seu mais novo projeto de aceleração, o PAC (ainda em fase de construção): “O PIB vai crescer na medida que a gente crie uma dinâmica no país, que as pessoas acreditem nas coisas que estão sendo feitas”, completou Lula.
Aproveitando o gancho, o presidente vangloria o atual momento da economia brasileira e diz que este é o momento para se colocar as estratégias de crescimento em ação: "O Brasil assume agora a responsabilidade de fazer do crescimento a mola mestra pela qual as outras coisas irão acontecer no nosso país. As condições estão dadas: o Brasil está preparado, a confiança do mundo empresarial é muito grande, a disposição do governo de fazer todas as coisas possíveis para atrair investimentos será concretizada", planeja Lula.
O presidente ainda discursou sobre a violência no país, mostrando-se preocupado, mas perdido com um problema deprimente como esse. Assim, disse não haver culpados: “A questão da segurança é uma questão que hoje não tem um culpado, não tem dono, nem tem um inocente. Acho que todos nós, governantes e não-governantes, temos uma parcela de culpa”. E ainda completa: "É preciso que assumamos a responsabilidade, não apenas enquanto prefeito, governo estadual, governo federal, mas enquanto sociedade brasileira. Precisamos encontrar soluções para evitar que o Brasil continue a ser visto nas páginas dos jornais como um país que tem muita violência", afirma.
Questionado sobre quais seriam as soluções para resolver a mazela, Lula diz: “A questão da violência não será resolvida apenas com o aumento da quantidade de policiais ou presídios. Sem investimentos em educação, com a formação profissional da juventude, e sem a possibilidade de ter emprego, esse problema só tende a crescer, e não a diminuir", destaca o presidente.
Infelizmente, tal discurso do presidente, mostrou-o fraco diante tantos problemas. Concordo quando diz que para um crescimento satisfatório, precisa-se da união e do apoio de todos os brasileiros. Mas como a sociedade vai apoiar planos sem base? O projeto do PAC poderia ser uma boa, mas precisaria de um estudo sucinto em cima dele, e não apenas do presidente e seus subordinados, mas de todos integrantes do Estado. O PAC, mesmo sendo um projeto econômico, engloba o país por um todo, mas os problemas do Norte do país, são diferentes do Centro-oeste. Tem-se de verificar isso também.O problema da violência, que hoje esta sendo algo extremamente debatido em todo o país, teve pouca clareza no discurso de Lula. Todos sabemos que projetos na educação e a diminuição do desemprego acarretarão em uma diminuição na criminalidade. O que realmente queremos, são os projetos em ação, ou pelo menos divulgados pelo presidente. A forma que Lula está se posicionando diante os problemas do país, está soando como apenas promessas, o que realmente é prejudicial à sua imagem de presidente.
E o pior disso tudo, é a passividade com que Lula se encontra, demonstrada por ele mesmo no discurso: “Eu é que decido o dia, a hora e quando fazer. Estou muito tranqüilo. Penso que poucas vezes na história o presidente trabalhou sem pressão como eu tenho trabalhado”, disse ele se referindo a si próprio, e completa: “A minha equipe é ganhadora. Você acha que um time que foi campeão ou uma escola de samba que foi campeã tem vontade de mudar sua direção? Eu não tenho nenhuma preocupação de mudar o governo. Não tenho pressa, não tenho pressão, não tem espaço na minha cabeça”, referindo-se a demorada realização da reforma ministerial. Assim, o que nos resta é criticar. Não sei em que parte de seu mandato antigo e novo Lula teve uma equipe verdadeiramente “ganhadora”. Uma das poucas coisas que aprecio no presidente da Venezuela, Hugo Chávez, é a força com que encara (erradamente, mas...) certos problemas de seu país. E isto falta em Lula. Um punho forte para comandar um gigante como é o Brasil.
"Não falta só um dedo. Mas olhos, ouvidos e comprometimento!" [1]
Blog do Fernando Teixeira
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