quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A condenação de Madalena

O que seria para ser um dia comum na Uniban acabou por se transformar em um derradeiro tumulto, recheado de xingamentos e insultos. Uma demonstração de selvageria e de falta de educação por parte de estudantes que provaram ser mais ignorantes do que qualquer analfabeto trabalhador. O motivo para isso tudo: a ida de uma garota com um vestido curtíssimo e a subida da mesma por uma rampa, que dá acesso as outras salas.

Podemos começar reprovando sim a infeliz idéia de vestimento da estudante de turismo, Geysi Arruda, mas nada justifica. O que faltou à estudante foi bom senso e educação sobre comportamento, já que roupas também devem escolhidas de acordo com o local frequentado, mas novamente, nada justifica.

A aluna foi covardeamente cercada por vários estudantes que se sentiram incomodados com a roupa da moça e por isso começaram a xinga-la e humilha-la. Tal fato me lembrou Maria Madalena na história bíblica, a diferença é que aconteceu em pleno século XXI, e o que é pior, por universitários e sem um Jesus para salva-la.

Na noite da última terça-feira um circo de horrores foi montado para a volta da estudante. Curiosos ficaram na porta e alunos se preparavam para “recebe-la”, no entanto Geysi não apareceu. Com isso, os ignorantes e mimados estudantes da Uniban fizeram um pequeno protesto, usando nariz de palhaço e reclamando que a imagem da Uniban ficaria manchada pelo ridículo episódio, o que é no mínimo engraçado, já que o tumulto foi causado pelos mesmos e o nariz de palhaço é um detalhe que já está intríseco em cada um deles.

Uma aluna chamada Cláudia Rodrigues, de 27 anos, estudante de Marketing, disse que a culpa foi, sim, da garota. "Ela provocou. Se ela apenas sentasse na cadeira, isso não ia acontecer. Por que justamente nesse dia ela subiu pela rampa?", questionou. Outro aluno chamado Reginaldo Silva do Nascimento, de 28 anos, aluno do 3º ano de Turismo, foi um dos organizadores do protesto. "Eu quero limpar o nome da universidade em que estudo. Eu não fiquei três anos sentado para conseguir meu diploma e ver ele manchado por causa de uma palhaçada." Nisso que enxergamos a retórica: primeiro a audácia da senhora Cláudia, que se sentiu incomodada pelo fato da Geysi subir uma rampa com vestido curto. A não ser que a moça seja um freira, injustificável o argumento. Sabe a máxima “atire a primeira pedra quem nunca errou”? Pois então.

Quanto ao Reginaldo, o protesto é válido se há a conformidade de que a palhaçada foi plantada pelos estudantes e não pela moça, caso contrário, é hipocrisia da pior espécie.

Pelo visto, a Uniban nada esta fazendo para punir responsáveis pelo episódio que manchou a universidade diante o país. Assim, para variar, deve ficar nisso. Geysi esta decidida a retomar seus estudos sem se preocupar com o resto dos anos de perseguição que terá de enfrentar. O fato apenas provou que a selvageria esta dentro de muitos de nós, e se passar por rídiculos tem sido cada vez mais comum em uma sociedade dita avançada.

Dica do Post:

Muitos filmes e novelas conseguem êxito graças a uma ótima trilha-sonora. Foi assim com o filme “O Guarda-Costas” e a novala “Laços de Família”. Neste ano, o segundo filme da saga “Crepúsculo”, chamado Lua Nova, nos presenteia com uma trilha ótima, provavelmente melhor do que o filme. Com artistas do naipe de Thom Yorke e The Killers, o álbum possui ótimos e delicados momentos, em faixas ultajantes e que se tornam imperdíveis. A banda Grizlly Bear é o ponto alto do disco, enquanto que os ótimos Muse derrapam com uma fraca e rebuscada música. (.4estrelasde5.)

7 comentários:

O Antagonista disse...

Meu caro Diego, e ainda chamam aquilo de universidade? O próprio nome dá idéia de diversidade, de universalidade, um território para se expandir a mente em todos os sentidos, e não contraí-la ao ponto daquela ridícula demonstração de homens e mulheres das cavernas incapazes de simplesmente ignorar algo que eles não concordam, mas que faz parte da liberdade e do direito pessoal da vítima: o direito de escolher o comprimento de seu vestido.

Lari Bohnenberger disse...

Sem comentários! A hipocrisia está cada vez mais presente nas relações sociais. Eu acho o máximo que os caras, ainda por cima, se acham no direito de colocar nariz de palhaços e se colocarem nos papéis de 'vítimas da palhaçada', ao invés de provocadores da mesma. Se eles não tivesse feito o escândalo que fizeram, o vestido curto teria passado completamente desapercebido, e assas alturas ninguém mais lembraria.
Sem comentários!

Matheus Galvão disse...

Eu sou homem, mas este caso é extremamente machista: quer dizer que ela é errada pq estava com a roupa curta, mas os homens que estavam feito animais sobre a carniça estavam agindo normalmente, agindo como homens... me poupoe!!!

Arthurius Maximus disse...

Uma mostra clara de como não se deve educar pessoas, de falta de competência administrativa e da mais pura desorganização.

Uma vergonha para uma universidade. Pode-se avaliar a qualidade das mentes formadas lá como dantescas e extremamente autoritárias.

Ju disse...

nos mulheres temos todo o direito de usarmos o que quisermos, mas cabe a nos também ter o discernimento de saber o local e a ocasião em que convêm usar determinada peça de roupa, o vestido rosa-choque na minha opinião não é muito adequando para ir à faculdade, mas para uma balada estava ótimo, ela errou em não saber se vestir de acordo com o local, com a ocasião, e os estudantes erraram mais ainda em fazer esse tipo de linchamento, absurdo e retrógrado, se a desculpa foi do vestido, quantas e quantas mulheres seriam linchadas todos os dias por não saberem discernir as vestimentas certas, usando minisaias em faculdades e locais de trabalho. Isso foi um absurdo!! Mulher tem liberdade para o usar o que quiser, mas para não ser mal compreendida tem que ser onde e quando se usa um micro-vestido.

Danilo Moreira disse...

Pra mim aquilo foi coisa de gente (provavelmente meninas) que nao gostavam dela e incentivaram aquela cena toda. O resto foi só no embalo.

Digo isso pq tem tanta menina exibida por ai que so falta vir só de lingeries, e ninguém fala nada.

Mas, cá entre nós, aquilo de fato nao é roupa pra se ir numa faculdade. Mas quem tem que repreender ainda sim de maneira educada é a propria faculdade, nao os alunos.

Isso manchou mesmo o nome da Uniban. Tanto que já vi piadinhas como Unibane ou Unitaliban,e por ai vai.

Parabéns pelo post crítico, e desculpe pela ausencia.

Gde abraço!!!

Agora, convido você a conferir essa história:

IMORALIDADES

http://blogpontotres.blogspot.com/

Atualizado!!

Unknown disse...

Fala Diego!

Cade os novos posts? Assunto é o que nao falta para atualizar esse blog! ;)