quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Justiça Comprada.


Em um caso em que a falta de honra se confunde com masculinidade e que a procura por justiça se confunde com vergonha, abre-se mais um capítulo triste na história do judiciário brasileiro, que com este caso, provou que bandidos de colarinho branco possuem sim vantagens explícitas neste lugar chamado Brasil.

O promotor Thales Ferri Schoedl (foto) foi absolvido das acusações de homicídio simples – pela morte do jovem Diego Mendes Modanez – e tentativa de homicídio, pelo atentado ao amigo de Diego, Felipe.




Segundo Thales, em 30 de Dezembro de 2004, o promotor saiu com a namorada Mariana Ozores Bartoletti, quando em um grupo de 4 rapazes, um deles teria mexido caluniosamente com a namorada do réu. Envolvido em uma discussão e acuado pelos quatro jovens, o réu teria disparado tiros, da qual teria acertado Diego e Felipe, matando o primeiro.


O caso se desenvolveu até hoje, sendo que nestes anos todos, o réu/promotor ficou em liberdade provisória e no último mês voltou a exercer a função como se nada tivesse acontecido, ganhando um salário que muito difere da realidade da maioria dos brasileiros honestos deste país.


A decisão de absolver o promotor foi feita por unanimidade (!!!) pelos desembargadores, que concordaram que o réu agiu em legítima defesa (!!!).


Dentre as peças que não se encaixam, há o fato do réu e da vítima estarem em uma mesma festa, e que poderiam acionar a segurança a qualquer momento, além da esfarrapada colocação do desembargador que relatou o processo, Barreto Fonseca (companheiro de trabalho do réu), que disse na íntegra: "O réu só fez o disparo usando meio necessário. Ele era bem menor em estatura do que as vítimas. Apesar do número de disparos, não se pode dizer que foi um uso imoderado da arma porque ele atirou antes para o alto e para o chão".



É de se pensar: Se o promotor fosse um balconista, ganhando seus dois salários mínimos (bem diferentes dos 10 mil reais mensais ganhos por Thales) e cometesse o mesmo tipo de crime, teria ele o mesmo tratamento e a mesma absolvição no caso? Provavelmente não. Felizmente ainda pode ser recorrido, mas todos nós sabemos como terminará este caso não é mesmo?


É um lamento que a justiça de nosso país seja controlada pelos mais poderosos. É um jogo onde a hierarquia da fortuna prevalece e a dignidade vira chacota.

Dica do Post:

Fim de ano chegando e os planos para viagens vão sendo feitos. Férias? Quem não gosta? rs. Fazer uma viagem inesquecível sempre esta nos planos da vida de todo mundo, mas nem sempre o orçamento permite. Mas e quando, por meio da simpatia e educação de berço, pode-se economizar uma quantia razoável com hospedagem, por exemplo? É aí que entra a dica do post: o Coach Surfing (surfando no sofá) é um site onde há interação entre viajantes de todo mundo, que oferecem o sofá da casa para hóspedes de todas as partes do mundo. Você pode oferecer sua casa ou pedir hospedagem em qualquer canto do mundo, podendo assim conhecer uma cultura mais afundo sem ao menos gastar com nada. A experiência é válida e o site é divertidíssimo. O bloggueiro que vos fala vai tentar uma hospedagem no Rio de Janeiro para o final de semana do show da cantora Madonna, se tudo der certo, posto a experiência. Enjoy it!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

O Jogo da alienação.

A mídia sempre foi a precursora de modismos e influências na vida da maioria das pessoas no mundo. Ditar tendências, gírias, modos de vida, enfim, características que adotamos devido a algo passado pela mídia e que, por algum fato, nos simpatizamos com determinada coisa a ponto de a adotarmos.. Sejam filmes, novelas, músicas, ou bandas estilosas, todas elas de alguma forma fazem parte de nossa vida.

A mídia senhores (as), é um veículo que ao mesmo tempo em que destrói, pode vangloriar determinado artista visando exclusivamente o lucro. Exemplos são vastos, mas o que me fez escrever sobre isso foi o novo auge ao qual a “cantora” Britney Spears se encontra no momento depois de tantos baixos.

Spears é a capa e recheio da edição de dezembro da revista Rolling Stone americana, nada mais nada menos do que revista com maior influência no campo da música mainstream no mundo. Sucessora de fracassos na vida pessoal, que se acumula em perda da guarda dos filhos e internação em clínica psiquiátrica, Britney é hoje (novamente) a maior artista pop com menos de 30 anos.

Após o lançamento do ótimo Blackout no final do ano passado, seus singles, ao serem lançados, não saem do pódio de listas especializadas das mais tocadas. Seu novo sucesso, Womanizer, foi recorde de downloads pagos e seu novo cd (Circus, 02/12/08), assim como o anterior, é esperado por milhões no mundo todo. Fora isso, há as (estranhas) vitórias nos prêmios da MTV americana e européia. Sim, Britney voltou com tudo.

Mas o que é estranho, é que por dois anos a cantora apenas era vista como um fracasso ambulante. Tida como a sucessora de Madonna, Brit já tinha seu fim decretado por todos do show business. Manchetes e mais manchetes ditavam 24hrs do dia de Spears, procurando qualquer indício de barraco ou coisas afins. É lamentável, mas era o que acontecia.

Hoje, fotos com crianças na escola e entrevistas de arrependimento entram em detrimento à vida de Spears há pouco mais de um ano. É um jogo de negócios. Britney ainda gera muito dinheiro ao show business, suas músicas, por menos talentosa que a cantora seja, sempre são sucessos e sempre são ótimas, se tratando na categoria em que ela se encaixa. Circus já pode ser baixado e escutado, e nele é visto mais um “disco de ótimos produtores”, ou seja, há tantos mecanismos nas músicas que fica difícil perceber a Britney da época de Baby One More Time... (seu primeiro grande sucesso), mesmo assim, é um bom álbum e venderá que nem água novamente.

A mídia tem esse poder: ao mesmo tempo em que destrói, põe o artista lá em cima. É tudo alienação. Mexer com a mente das pessoas virou moda para se ganhar dinheiro. Infelizmente é inevitável. São conseqüências da nova era.

Dica do Post:
Começou a temporada de ótimos filmes no cinema. Assistir a todas as seções anda sendo uma tarefa complicadíssima, mas sempre arrumamos tempo para a arte não é mesmo? Assim, a dica de hoje vai para mais um filme deslumbrante do ótimo Woody Allen. Vicky Cristina Barcelona é uma comédia romântica recheada de inteligência e bom gosto. Cada personagem se encontra em total sintonia e harmonia e uma história totalmente redonda. Grande destaque à Penélope Cruz, que arranca boas risadas com sua eufórica Maria Elena.
[SINOPSE] Duas jovens americanas, Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson), vão passar as férias de verão em Barcelona. Vicky é uma mulher sensível e está prestes a se casar; Cristina é dada a aventuras sexuais. As duas viverão um intenso - mas complicado - romance entre elas e também com Juan Antonio (Javier Bardem), um carismático pintor que vive uma tempestuosa relação com a ex-mulher Maria Elena (Penélope Cruz).
NOTA: 9,0

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

007 - Quantum of Solace (2008)

De tirar literalmente o fôlego, o novo filme da franquia 007 consagra Daniel Craig como um dos melhores agentes de toda franquia (se não for “o” melhor), além de se tornar um dos melhores filmes de ação de 2008, assim como foi seu anterior Casino Royale.

[SINOPSE] James Bond (Daniel Craig) está desiludido pela traição da única mulher que se permitiu amar. Mesmo diante da desfeita, Bond encontra forças para ir em busca da verdade e descobre que a organização que chantageou Vesper é muito mais complexa e perigosa do que pode imaginar. Durante as investigações, o serviço de inteligência descobre um traidor e coloca Bond e a linda e vingativa Camille (Olga Kurylenko) lado a lado no caso. Camille apresenta-o a Dominic Greene (Mathieu Amalric), empresário que tem ligações com a misteriosa organização. Bond descobre que Greene planeja controlar os recursos naturais mais preciosos do planeta, utilizando aliados na tal organização e manipulando contatos dentro da CIA e do governo britânico. Isso se Bond não conseguir impedi-lo antes.


Se a escolha de Martin Campbell no filme anterior foi certeira demais, o que dizer quando se anuncia uma troca de diretores em apenas um filme lançado? A escolha de Mark Foster causou certo rebuliço ao ser anunciada. Isso porque os antigos trabalhos de Foster, apesar de impressionantemente ótimos, eram direcionados ao drama ou ao romance. Ao pegar uma forte ação como são os filmes da franquia 007, o diretor ficou com uma responsabilidade enorme, já que o último longa havia sido sucesso de bilheteria e crítica, mesmo a franquia ter estado um pouco conflitante com seu público (devido à era Pierce Brosnan). Entretanto, Foster utiliza de suas ferramentas e as incrementa no violento filme, e isso faz com que emoções se misturem e o toque de vingança, que é o ingrediente principal deste longa, se torne bem mais saboroso e apreciativo.


Bond, dessa vez tem de vingar a morte de sua amada Vésper e também vingar a tentativa de assassinato de sua chefe M, à quem tem grande admiração e respeito, mesmo não demosntrados. Com, isso a pancadaria rola solta. A utilização das câmeras de Foster é de total sintonia com filme. As cenas de ação chegam a arrancar calafrios e nos fazem perder o fôlego literalmente. Seja na água, na terra ou até no ar, James Bond é capitado com uma maestria surreal, e desperta aquilo que todos desejam sentir ao assistirem à uma boa ação nas telonas.


O que peca neste longa é o roteiro artificial. A trama além de não redonda como eram em Casino, é recheada de furos. O vilão do filme chega a ser onipresente, e os pseudos-vilões não agradam. O tom político do filme funciona – o embate pela procura por petróleo e água em um país morto como a Bolívia -, e as cenas de fala maior servem como pausa das grandes e fenomenais cenas de ação, o que é categoricamente positivo.


Daniel Craig está fenomenal. Indo do charmoso ao violento, o ator transmite ao público quem realmente deve ser James Bond. Craig bate pra valer, espanca, não pensa duas vezes antes de matar e não tem dó nem piedade de ninguém, nem ao menos quando se vê com o coração dilacerado devido ao último romance. Cenas deste filme mostram o protagonista humano, e que não age por si só. O personagem apenas peca na perda do mulherengo, característica marcante de Bond.
Judi Dench novamente brilha como a chefa M. Em poucas cenas ela consegue ser versátil ao ponto de mostrar fúria pelas desobediências de Bond e ainda, menos que disfarçadamente, mostra seu lado afetivo com aquele agente turrão.
Se Eva Green conquistava pela beleza, a nova bondgirl Olga Kurilenko (Camille) traz talento à uma mulher de garra e princípios. Papel difícil e que foi completado com caráter e ótima atuação. Com um elenco cheio de harmonia como esse, dificilmente sairia algo ruim.


As captações junto à trilha sonora são ótimas, e seguem o padrão hollywoodiano de ser.
Quantum of Solace consagra a franquia como indispensável a cada ano. Agora sim, temos um James Bond como ele deve ser: charmoso, ruim, vingativo, inteligente e forte. Uma dica? Respire fundo o quanto você puder antes do filme, porque serão 1hr e 50 minutos de puro êxtase sufocante.
NOTA: 8.5

Dica do Post:
O final de década de 70 e toda a década de 80 foram cruciais para o surgimento e glorificação das bandas de hard/rock/metal. Bandas como Metallica, Skid Row, Guns, entre outros, possuem um histórico fantástico e marcante nessas décadas. Entretanto, nenhuma delas se iguala na importância que o AC/DC tem sobre o Hard Rock mundial. Foi Back in Black (ainda com o falecido Bon Scott nos vocais) que levou o metal na casa de todos, sendo um dos discos mais vendidos da história. Foram eles que tiraram o sossego de artistas do pop e levaram a violência da pancadaria aos quatro cantos do mundo. Utilizando de letras cheias de clichê e um som pesadíssimo, a banda tem um marco histórico incrível em meio a tragédias e fracassos. E em 2008 eles voltam com um álbum que novamente prende a respiração de qualquer um - assim como o 007. Black Ice repete todos os artifícios dos últimos álbuns, inclusive a facilidade de tornar o cru uma qualidade essencial. Novamente ouvirão uma voz rasgada, uma bateria estraçalhada e uma guitarra nervosa. Assim como deve ser um bom disco de hard/rock/metal. Assim como o AC/DC sempre ensinou aos seus categóricos e bons discípulos na música.
.(.4/5estrelasde5.).

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O Atraso no Progresso.


Finalmente as eleições americanas chegaram ao fim, junto à ela também finalizou-se o referendo popular na Califórnia afim de decidir sobre a contínua permissão ou não dos casamentos entre homossexuais.

A vitória de Barack Obama sem dúvida é um marco na história dos EUA. Agora não apenas temos um negro (tão combatido preconceituosamente no país nas décadas anteriores) no mais alto escalão político do mundo, como também temos um libertário, alguém com uma visão de mundo maior, com ideais e promessas que beiram ao genialismo para uma nação retrógrada como é a norte-americana.
A derrota de McCain também deve ser lamentada, mas os EUA e o mundo precisavam de alguém como Obama. Pulso fraco? Talvez, o tempo dirá, mas a questão é que é entregue em suas mãos um país falido, destruído pela ganância e falsa soberania do governo passado. Obama terá de lidar com problemas que demorarão anos para se resolverem. É pressão demais, e se ele não conseguir desta vez, não conseguirá nunca mais. À ele toda sorte do mundo, porque fazer com que a locomotiva chamada EUA se mova com a mesma força e velocidade de anos atrás mantendo o país estável vai ser de um trabalho imenso e amargo. Mudar o modo de vida de um povo acomodado e “cabeça-dura” como é o norte-americano não é uma tarefa mole e percalços virão a galope.

O primeiro já veio. Com 52,1% foi decidido proibir o casamento entre pessoas do mesmo sexo na Califórnia. Logo a Califórnia, o estado gay do mundo. Essa decisão não apenas interferirá na vida dos homossexuais do local, que por causa da ignorância e da falta de senso da população local são obrigados a conviverem com a indiferença que não existe. O prejuízo também virá pela Califórnia ser um dos 3 estados com maior renda pelo turismo nos EUA. E pasmem, é o estado com maior circulação de dinheiro (falando em Turismo, com bares, boates, hotéis, tudo incluído) vindo da comunidade GLS no mundo.
Com a decisão de tal referendo, além de se criar uma aversão ao estado em si e sua população, faz com que algo que trazia um montante respeitável de dinheiro se perca pela estapafúrdia absurda do resultado de tal referendo. A conseqüência vai vir o mais rápido que eles imaginam, o país está em crise financeira grave e por questões pessoais decidem se livrar de um negócio rentábilíssimo.

Infelizmente, agora, a “Proposta 8” vai ser implantada, e com isso desce-se um degrau na escala do progresso humano/social ao qual o EUA finalmente se submeteu com a vitória de Barack Obama. O temor fica pela amplitude que esse resultado pode ter, já que com um assunto delicado desses a população norte-americana não teve os cuidados e preparos necessários para decidir sobre suas próprias leis e tudo o que elas carregam, assim, pensar em um voltar por cima com a ajuda de Obama o mais rápido o possível é de extrema dúvida, só que desta vez não temos um presidente incapaz para botarmos a culpa.

Dica do Post:
As boysbands da década de 90 foram sem dúvida a maior febre adolescente da época. Não tinha para ninguém. Com o sucesso de N´Sinc e Backstreetboys outros conjuntos apareceram, mas sem fazer o sucesso fenomenal das duas primeiras citadas. Músicas de qualidade duvidosa, o que mais impressionava em certas canções era a junção das boas vozes masculinas que traziam sons muitas vezes de qualidade. É provando isso que o Westlife lançou há um tempo atrás (2006) um ótimo disco de covers e que eu há poucos dias conheci. Intitulado The Love Álbum, o cd traz sucessos da década de 80 e 90 regravadas com coros, agudos, junções de vozes masculinas e femininas e até passadas acústicas. É um belo disco, vale a pena escuta-lo. (.4estrelasde5.)