sábado, 13 de setembro de 2008

Virou Moda!

A influência da mídia televisiva perante a sociedade, sempre foi algo explícito e vantajoso, já que tirar proveito dessa característica nada mais é do que satisfatório para empresas e afins. “Marketing é o que há!”, como costumam dizer.
Mas e quando há um excesso de informações desnecessárias apenas para preencher o Ibope ou levantar o que já foi esquecido da mídia?

Há umas duas semanas, no programa da “jornalista” Sônia Abrão havia uma discussão sobre o antigo programa do Chaves, cujo manchete era assim: “Chaves: Boa ou Má influência para as nossas crianças?”. No programa havia um pseudo-psicólogo que esculachava o programa, com dizeres de que incitava violência e maus hábitos às crianças.

Francamente. Acredito que Chaves fez e ainda faz parte da infância de uma grande porcentagem da população e até onde sei, nunca houve quaisquer resquícios de atos como violência ou adesão à males - como o cigarro - exclusivamente devido ao programa. Pelo contrário, Chaves possui o que atualmente falta nos programas infantis: a leveza. É suave, os papos são inocentes e reais, como moleques se falam diariamente nas ruas. Sinceramente, não o vejo como uma má influência nem aqui nem na China - ao contrário do programa da Sônia Abrão, mas disso nem necessito comentar.

Isso é o que fazem na busca pela audiência: exercer uma influência grande sobre os telespectadores, mesmo não pensando nas conseqüências. Mas que tipo de conseqüência? Várias...até mudanças no seu modo de viver, como acontece as vezes com programas como Globo Reporter. Concordo que é um dos melhores do canal aberto, entretanto as vezes há matérias que beiram ao irreal, olhando a óptica de que quem assiste é determinado público. Certa vez uma nutricionista estava falando sobre os malefícios que o feijão pode causar (!!!). Eu fiquei embasbacado com a falta de noção da coitada.

Esquece-se ela que o feijão nada mais é que o alimento mais consumido pela população brasileira e que a quantidade de nutrientes presentes nele, o tornam um dos mais favoráveis a alimentação do ser humano. Citei o dito feijão por ser o que mais causou impacto, mas a lista de alimentos que consideramos saudáveis, e que nem são tão assim, era grande. Acho desnecessário tal tipo de matéria, mas é aquilo: a busca pela audiência é um fator em que limites não existem. Nem limites de integridade social, em que artistas fazem tudo pela fama.

Nesta semana, o cantor baiano Netinho, que fez muito sucesso na década de 90 - e hoje em dia está meio esquecido -, soltou que era bissexual. Bom, disso todos talvez desconfiassem, talvez pelo motivo das suas danças e afins, mas por qual motivo aparente o cara foi se assumir logo agora? Fico revoltado pelo cara ser pai, ter mais de um filho, já ter sido casado e coisa e tal e hoje soltar uma dessas como se fosse falar que tingiu o cabelo. Logicamente que a notícia virou manchete e deu um certo burburinho, mas até quando? Será que o sr. Netinho não pensou no futuro e nas conseqüências que tal revelação poderia trazer para a sua vida e para a sua carreira? Mas enfim, mesmo não tendo nada contra isso, acredito na felicidades, e se ele se sentiu mais feliz assim, esta valendo. Porém ainda credito ser um jogo de marketing pessoal pesado. Afinal, aparecer na mídia não tem preço.

Aliás, tem preço sim: a alienação de uma massa da sociedade guiada por conselhos e manchetes que beiram ao artificial. Não caiam nessa!

Dica do Post:

Estreou nesta sexta-feira em todo o Brasil, o fabuloso filme de Fernando Meirelles. "Ensaio sobre a cegueira". O filme "conta a história de uma inédita epidemia de cegueira, inexplicável, que se abate sobre uma cidade não identificada. Tal "cegueira branca" - assim chamada, pois as pessoas infectadas passam a ver apenas uma superfície leitosa - manifesta-se primeiramente em um homem no trânsito e, lentamente, espalha-se pelo país. Aos poucos, todos acabam cegos e reduzidos a meros seres lutando por suas necessidades básicas, expondo seus instintos primários. À medida que os afetados pela epidemia são colocados em quarentena e os serviços do Estado começam a falhar, a trama segue a mulher de um médico, a única pessoa que não é afetada pela doença. O foco do filme, no entanto, não é desvendar a causa da doença ou sua cura, mas mostrar o desmoronar completo da sociedade que, perde tudo aquilo que considera civilizado. Ao mesmo tempo em que vemos o colapso da civilização, um grupo de internos tenta reencontrar a humanidade perdida. O brilho branco da cegueira ilumina as percepções das personagens principais, e a história torna-se não só um registro da sobrevivência física das multidões cegas, mas, também, dos seus mundos emocionais e da dignidade que tentam manter. Mais do que olhar, importa reparar no outro. Só dessa forma o homem se humaniza novamente."*
Fernando Meirelles, neste filme, firma como um dos melhores diretores do cinema mundial e, assim, finca sua importância como brasileiro. O filme é repleto de estrelas, como Mark Ruffalo e Julianne More, e possui atuações extraordinárias e emocionantes, assim como é seu roteiro. O filme que abril o festival de Cannes neste ano (e que foi aplaudido em pé por 6 minutos), é um dos melhores do ano e sério candidato à varias estatuetas no Oscar. Não percam!
Nota: 9,5

*Descrição retirada do site Cinema com Rapadura.

12 comentários:

O Antagonista disse...

Cara, concordo plenamente contigo.

Se todos os programas infantis atuais tivessem a leveza e a sensibilidade do programa do Chaves, nossas crianças estariam correndo bem menos perigo.

A Sonião Abraão é patética, é uma vampira que vive das desgraças dos outros... e quando falta desgraça para ela falar, aí ela inventa alguma bobagem para discutir, juntamente com seus convidados canastrões.

Valeu, ótimo post, ótimo assunto.

Mari disse...

Olá,Diego
Navegando na Blogosfera cheguei aqui.Gostei muito do seu Blog.Vc escreve bem sobre assuntos interessantes!
Não posso nem conceber que um programinha de jornalismo marron como o da Sônia Abrão ,que sobrevive das repetitivas desgraças alheias, possa ter intenção de discutir "más influências para as nossas crianças"!!
Tomara que toda má influência fosse o bom e inocente Chaves!
Isso é que eu chamo de apelo!Essa "senhora" só consegue sobreviver nas costas de alguém!
Quanto ao Netinho,como diríamos nós ,os cariocas,"demorô"!Acredito que seja jogada de marketing ,sim!
Li o livro "Ensaio sobre a Cegueira" ! Muito bom!Boa dica do site!
Parabéns pelo Blog e sucesso!

Flavia Melissa disse...

beibe, falar mal do chaves perto de mim não tem vez!!!
acredita que outro dia eu consegui a façanha inédita de ter conseguido assistir um episódio que eu AINDA NÃO TINHA VISTO? não acreditei!

agora, essa do netinho é demais... eu tava mesmo lembrando dele outro dia, cantando mila... jogo de marketing total!

e o filme, é bom então? tentei ler o livro um milhão de vezes, mas não consegui... quem sabe o filme rola?!

beijinhos querido, ótima semana :)

Anônimo disse...

Isso é verdade. As pessoas não desejam mais srem lembradas e comentadas pelo talento que tem. A bunda, a escatologia e a capacidade de escandalizar e chocar é que são valorizadas hoje pela "mídia". Infelizmente, o Brasil deixou de ser celeiro de grandes mestres da cultura em todas as áreas, para se tornar o país da bunda e da mediocridade.

Mari disse...

Diego
Obrigado por passar no meu Blog e comentar.
Passando por aqui,não vendo post novo resolvi entrar no My Diorama...Li quase todos os posts e fiquei encantado..
Cara,vc escreve muito bem...Por que deixou de lado aquele blog?
Pena que vc não fez propagada e lindos posts deixaram de ser lidos e comentados.
Até enviei o post "Destino" (início) para uma "amiga"(mais do que isso,vai)...tem tudo a ver conosco...desculpe,mas foi devidamente creditado!

Abraço

Diego Moretto disse...

Pois é pessoal. Pelo visto, a imagem de um Brasil onde a sem-vergonhice é a principal característica - imagme difundida lá fora-, parece ser àquela q estão querendo preservar. Assim, o que é bom eles contestam, já que tem de variar um pouco o assunto. A mídia anda nojenta de se assistir. raras coisas ainda dão vontade de ligar a televisão e Chaves é uma delas, ao contrario do programa da Sônia Abrão, esse sim, como disseram, esta marcado para o limbo da televisão brasileira.
Abração a todos e muito obrigado pelos comentários galera. vlw e voltem sempre!!! =)

Unknown disse...

eu digo e repito: quem diz que não se diverte com chaves é porque quer ser 'do contra' ou tem um grave problema de caráter!!! rsrs

ih... já tem quase um ano que estou sem tv em casa. posso ser sincero? não me fez falta alguma!

Diego Moretto disse...

Pois é meu caro. Concordo que o Chavez é um dos melhores programas infantis já feitos. Gosto muito tbm.
Quase 1 ano sem TV? Pow! Admiro-te. Acho q eu não conseguiria,rs.

Danilo Moreira disse...

Me lembrei uma vez na escola de um professor de história, um gênio, mas um esquerdista radical mau-humorado, dizendo que Chaves era programa de criança retardada.

O Chaves foi produzido entre 1971 e 1983, naquela época, não se tinham noções sobre o que "faz mal ou não" para uma criança ver, tanto que se formos pegar o Chaves, encontraremos agressão a crianças (Seu Madruga batendo no Chaves), discriminação social, bulliyng, cigarro, manipulação de pessoas (principalmente pela Chiquinha), falta de educação, e uma série de maus-exemplos.

Mas como diz a própria Chiquinha:

- Bom, sim, e daí?

E os famosos ditados: "A vingança nunca é plena, mata a alma e envenena", ou "As pessoas boas devem amar os seus inimigos", onde ficam nessa história?

Lamento muito a Sonia Abrão, que já fora uma excelente jornalista no passado, ter decaido tanto a esse ponto. Chaves é um seriado excelente, pq simplesmente faz rir, mesmo que já tenha o visto zilhoes de vezes. E lamento também esse psicologo, pq se Chaves promove a violencia, imagina se a criança, dependendo de onde ela mora, colocasse os olhos na rua. Seguindo essa linha de raciocinio, então ela nao pode sequer sair de casa.

Qto ao Netinho, deixa ele, é jogada de marketing, só que se por um lado ele o faz, é pq sabe que do outro lado sempre haverá gente que dará polemica, como o grande publico.

Deixe-me adivinhar, ele revelou isso no Superpop da Luciana Gimenez?

Abçs!!!!!

Diego Moretto disse...

Nem fale cara! Acho que quem teve "infancia Chaves" sabe o quão o problema foi e é importante em nossa vidinha. Um comentário xulo desses é de revoltar qualquer um. Eu tbm vejo os "maus exemplos" na série, mas eles são passados de forma tão suave e inocente q não chega a prejudicar ninguem, ao meu ponto de vista.

E acredite: Netinho se "revelou" em grande estilo...com entrevista ao G1, rs. Mas ele ja deve ter ido ao Superpop provavelmente,rs.

Vlw pela visita camarada. Adorei. Abraço!

Viviane Righi disse...

Chaves para mim é pura inocência e diversão garantida, dentro de uma simplicidade contagiante. A maldade está na cabeça de quem quer, não na cabeça das crianças.

Abraços!

Diego Moretto disse...

Essa frase resume bem Viviane o que eu queria dizer com este post sobre o Chaves: " A maldade esta na cabeça de quem quer."

Obrigadão pela visita e volte sempre.
;)