terça-feira, 29 de maio de 2007

Piratas do Caribe 3 - O Fim do Mundo (Pirates of the Caribbean: At World's End, 2007)

Após uma mínima espera de um ano, o último filme da trilogia "Piratas do Caribe" chega aos cinemas de todo o mundo embargado com o melhor que o mundo cinematográfico tem a oferecer, mesmo que para os fervorosos fans, seja um término meio do que decepcionante.

[SINOPSE] Lorde Cutler Beckett (Tom Hollander) e sua Companhia das Índias Orientais assumiram o controle do navio fantasma Flying Dutchman. Sob o comando do almirante James Norrington (Jack Davenport), saem matando piratas. Para salvar a pele dos que restam, Will Turner (Orlando Bloom), Elizabeth Swann (Keira Knightley) e o capitão Barbossa (Geofrey Rush) precisam reunir os Nove Lordes da Corte da Irmandade para tentar derrotar Beckett. O último que falta é Jack Sparrow (Johnny Depp), que está preso no baú de Davy Jones (Bill Nighy). Para salvar Sparrow, eles viajam até Cingapura e enfrentam o pirata Sao Feng (Chow Yun-Fat) para recuperar os mapas que os levarão ao fim do mundo, onde está o último dos nobres.

É impossível não começar essa crítica sem ao menos apontar o belíssimo trabalho técnico que este longa traz. “O Fim do Mundo”, último filme da famosa e bem sucedida trilogia “Piratas do Caribe”, se sobressai diante os outros em diversos quesitos, mas principalmente nos efeitos visuais e de som. A viagem durante o longa é envolvente, com uma trilha-sonora, ora bela e suave ora forte e sombria, e com imagens de efeito que beiram (se não chegam) à perfeição, além de um sistema de som que faz com que nosso coração fique numa intensa arrítmia. Aliás, este ano está poderoso neste quesito, com filmes como Homem-Aranha 3 e o aguardado Transformes, que promete assustar nesta categoria técnica. Que venha o Oscar!

Também se torna obrigatório se dar os créditos à maquiagem, o estrondoso cenário e o fabuloso figurino, apesar de que os estúdios Disney sempre se sobressaem neste quesito.

Bem diferente do cansativo “Baú da Morte”, “O Fim do Mundo” consegue conciliar todos os entraves deixados no segundo filme sem parecer monótono. Entretanto é bom deixar claro que as principais tomadas e mudanças no roteiro, se dão em breves momentos, o que requer uma concentração no decorrer do longa, caso contrário há o perigo de se perder durante as quase três horas de sessão.

Com o fim dessa trilogia, o que (talvez) mais sentiremos falta é do excêntrico Jack Sparrow, que brilha neste filme e consegue o tão injustamente demorado título de protagonista- para quem não sabe, este personagem devia ser secundário. Falar que Johnny Depp é um formidável ator, é a mesma coisa que falar que Gisele Bündchen é linda ou que rock´n roll é bom demais, ou seja, desnecessário. Mas é bom salientar, que Jack Sparrow ficará marcado na história do cinema, o que é raro atualmente. Com o seu jeito afetado e o ótimo humor, sem dúvida é o ponto alto da trilogia.

Créditos também a bela Keira Knightley, que enfim consegue fazer de Elizabeth Swann uma protagonista digna de protagonista, indo de empreitadas de ação à romance, sem tornar nada profissional demais. Orlando Bloon continua fazendo seu trabalho, sem prejudicar e nem vanglorizar o longa, apesar de seu personagem dar uma guinada massa neste último filme. Na verdade, ninguem desaponta neste filme, só se destacam, como Geoffrey Rush e Bill Naghy, além dos já citados. Há! A participação do guitarrista da banda Rolling Stones, Keith Richards, é muito bem-vinda. A sintonia com Depp é incrível, e apesar da pouca participação, não desaponta.

Assim, é incontestável que “Piratas do Caribe e o Fim do Mundo” seja visto nos cinemas. São quase três horas de puro entretenimento. Apesar de ser o último da trilogia, há algumas brechas que podem ser de uma possível seqüência, que é bem provável que não seja de grande sucesso. A não ser que o filme seja especifico do personagem Jack Sparrow, como já se foi proposto. Infelizmenta o filme peca em algumas perdas no roteiro, o que pode deixar os verdadeiros fans descontentes, mas a ida ao cinema para assisti-lo vale cada centavo.
Nota: 8.7

quinta-feira, 24 de maio de 2007

O embelezamento da criminalidade no Brasil

Visto a repercussão do post anterior, e algumas interpretações erradas sobre o objetivo do artigo, este novo post irá tratar de um mal que já encoberta já há algum tempo nosso país: a vanglorização da mídia e do Estado com os criminosos.

Isso mesmo. Parece estranho falar sobre isso, mas é o que acontece. Só pegando como exemplo o caso anterior, mesmo que o secretário-geral do Condepe, Ariel de Castro Alves, estivesse certo quanto ao dizer que o acontecido tinha sido um bizarro exemplo do que estamos nos transformando por causa da violência, é preocupante a garra com que ele falou que iria apurar o caso. Decerto que foi um crime sim, mas comparado à casos bem mais tristes e cruéis que acontecem contra a “sociedade justa”, em que punições e apurações são bem levianas, é revoltante tal ímpeto ao apurar o caso.

E se pararmos para pensar, isto acontece muito, principalmente em informações fornecidas pela mídia. A retratação do criminoso como mais um “vacilo” da sociedade moderna, tornou-se praxe na comunicação social, sendo ainda passada em letras de música, filmes de sucesso e dramalhões de horário nobre. Não é muito incomum ouvirmos que certo homem tornou-se bandido pois não teve oportunidade na vida. É engraçado ouvirmos isso, sério. Imaginem se todos os miseráveis deste país se tornassem bandidos? Todos sabem a resposta.
Esse é um dos principais erros que são passados à nós como História. A figura do traficante que sempre conviveu com aquele mundo e se tornou apenas mais um produto do meio, pois as portas sempre estiveram fechadas à ele, é passada continuamente à nós.

Assim, questões como a diminuição da maioridade penal e a pena de morte são assuntos considerados muito “cruéis” para serem tratados pelo Estado, que se sai como um órgão esperançoso demais, pois acredita que o assaltante que matou dois, ou aquele traficante que matou sei-lá-das-quantas, tem conserto. Deste modo, o Estado funciona mais como uma “retificadora incompetente de vidas”, em que promete que cada individuo preso, sairá com as condições necessárias para ser tornar um cidadão do “bem”.

Assim, isso torna-se um dos principais pontos fracos do nosso Estado. A preocupação em achar um motivo pelo qual tal homem se transformou em bandido e esquecer das tragédias cometidas por ele, já se transformou rotineiro nas apurações de casos e comentários sobre crimes. É impactante demais para acreditar, mas é o que anda acontecendo em nosso país, fazendo com o que o povo tome as rédeas da situação e derrame sangue culpado.

Muitos creditam a causa da violência à sociedade, o que é muito fácil de ser feito, uma vez que a sociedade é algo muito abstrato, que não tem um centro, sendo formada por um conjunto de indivíduos. Dessa forma, quando se fala em mudar a sociedade, se fala em mudar cada indivíduo para atingir o objetivo de uma forma geral. Portanto a culpa vai para a sociedade e não para a ineficiência do Estado em gerir suas riquezas, que são arrecadadas dos cidadãos.

Com isso vem em seguida a justificativa da desigualdade social. Fazendo a relação equivocada de Pobreza = Violência. O que na prática não se justifica, uma vez que vemos no Brasil que a violência não é exclusividade dos pobres. Os políticos, que tem grande poder aquisitivo e muitas influências, roubam milhões dos cofres públicos, e na maioria das vezes prejudicam não só uma pessoa, mas centenas com o dinheiro que não foi para a saúde, por exemplo. Há também muitos empresários que cometem crimes em busca de dinheiro ou poder, e eles não são pobres! A justificativa da pobreza só estaria correta sem que todos que roubassem fosse exclusivamente para sobreviver, comprar comida, e não para enriquecer.

Nosso país sofre de uma Anomia muito grande. Há um constante desrespeito das leis instituídas, e isso é muito comum de ver, basta o ato de avançar o carro no sinal vermelho, estacionar em local proibido, pichar paredes ou qualquer outra atitude que vá ao contrário do que a lei determina. Esse desrespeito cresce na medida que é tomado como bom exemplo por um número maior de indivíduos.

Muitas marcas ainda vem da época da ditadura, quando o conjunto de regras era maior e mais controlado, porém de uma forma totalitária, o que é muito perigoso. Nesta época foi criada a imagem do policial malvado e do bandido Hobin Wood, que é bom e vira ladrão para combater “as injustiças”. Partido dessa ótica vemos que o bandido é idolatrado, enquanto o policial, que está para manter a ordem, é tido como o vilão da história. Obviamente a polícia deve agir com a inteligência, da forma menos violenta possível, mas as vezes é preciso de a força para manter a ordem, e quando isso é feito muitas vezes é condenado, quando a mídia e o Estado enaltecem o criminoso e deixam o cidadão honesto desprotegido.

Não há lugar para os presos no Brasil, e nem uma forma de reeducá-los para voltar a convivência na sociedade. Isso se deve as poucas penitenciarias, leis frouxas e falta de um programa carcerário eficiente. O sujeito é preso, amontoado e ainda consegue controlar o crime de dentro da cadeia. Deveríamos fazer igual a países que colocam os presos para trabalhar e gerar seu próprio sustento, realizar obras públicas e pagar sua dívida com a sociedade, esta que só aumenta a cada dia, uma vez que a estadia do delinqüente é paga pela própria população.

Só sairemos rumo a algum destino melhor quando remunerarmos bem os policias e colocarmos os bandidos para trabalhar. Felizmente com as recentes atuações da Polícia Federal, que capturam tanto corruptos da elite quanto traficantes do morro, a imagem da instituição tem melhorado. Assim poderemos sonhar com um dia em que as crianças prefiram ser policiais à virar traficantes. Um dia onde se respeite a lei e tenha a os órgãos públicos como solução e não como causa de colapsos sociais.

Post escrito em parceria com o blogueiro Fernando Teixeira.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

“Somos Seres Racionais!” Será mesmo?


No último domingo, na Zona Sul da cidade de São Paulo, um assaltante de 26 anos foi morto a chutes e pontapés de passageiros após tentar assaltar um coletivo. O caso está sendo investigado pela Polícia Militar, que apura o caso para descobrir quem foram os envolvidos no “incidente”. O secretário-geral do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana do Governo do Estado de São Paulo (Condepe), Ariel de Castro Alves, disse que vai exigir eficácia no caso, visto a barbárie que foi. “A gente repudia todo tipo de violência. Toda a forma de justiça com as próprias mãos é inaceitável. Isto mostra a falta de credibilidade da polícia e da justiça no país. Não é desta forma que iremos resolver o problema da violência no Brasil”, disse o secretário.

E, mesmo parecendo estranho falar nisso, o secretário foi feliz no comentário. Ao ler uma notícia como esta, é como se voltássemos milênios atrás, na Mesopotâmia, com a Lei de Talião, ou seja, “olho por olho, dente por dente”. Mesmo levando tal lei à sério, tal atitude ainda seria injusta, visto que o assaltante roubou R$60, e por este crime pagou com a vida. Mesmo com essa violência podre que nos assola cada vez mais, será que estamos tão revoltados assim a ponto de achar que a atitude daqueles passageiros foi digna de aplausos? A quem responder que sim, perdoe, mas o senso de humanidade e o tão zelado amor pelo próximo, estão dando lugar ao ódio e a ignorância em seu coração.

Outro caso não muito recente e bem diferente vem à mente nostálgica... Em Recife, onde mortes por causa de tubarões assustam e muito, um bando de pessoas ignorantes mataram a pauladas um tubarão-martelo que veio a margem do mar procurar comida, pois olha o contraste, em seu habitat natural não há mais tantos peixes como haveria de ter. Lembrando-lhes que em Recife, o mercado da pesca é de projeção nacional. Putz, nem precisa ir muito no passado não: há umas três semanas, um grupo de leões de um zoológico matou e comeu um empregado. A sentença? Matam-se todos os leões, claro, é fácil. Fácil para o povo ver que a ignorância é um defeito de fábrica do brasileiro.

Será que lamentar as tragédias sofridas por esses animais não seria demais para um ser humano não? Bom, para muitos são apenas animais, pois desconhecem sua verdadeira função na Terra, e não sabem o quão importante é a presença desses pobres bichos. Mas tudo bem, assunto sobre animais encerrado.

O problema aqui, é a falta de percepção do povo brasileiro. Será que temos de ver sangue correndo para vermos justiça? Mesmo se for um sangue culpado? São sentimentos como esse que vemos por aí, que levou aos maiores massacres do último século. Reeducação espiritual, pelo visto, é uma tarefa que está bem longe dos lares brasileiros. Aproveitando o gancho do último post, a cara vinda do Papa no começo deste mês, que contou com a presença de milhões de pseudo-fiéis, não trouxe nem um pouquinho de bondade em nossos corações? Visto estes incidentes mencionados, tenho quase certeza de não. Só terei certeza após a leitura dos comentários....fica a reflexão....

M2M by Linkin Park (Post Definitivo).


No dia 14 de maio de 2007 o "álbum de rock mais aguardado do ano" (Folha de São Paulo) foi lançado. Como já havia vazado dez dias antes, este blog já havia feito uma crítica de primeira impressão, com a promessa de uma definitiva... Pois é, acabou a contagem dos minutos. O post foi todo modificado. Uma crítica crua e pessoal do mais novo álbum da banda californiana Linkin Park (foto 2), Minutes to Midnight (foto 1,capa). Não percam !!!

Cliquem aqui para conferir o post!

quinta-feira, 17 de maio de 2007

O Alto Preço de uma Benção

Dando continuidade a esta série, nada melhor do que falar sobre a vinda do sumo pontífice ao nosso país, mesmo que um tanto tardio. Advirto-os que para não entrar em preceitos religiosos pessoais, discordantes ou não, este artigo será um tanto pequeno.

Sem trazer dados concretos, foram gastos por volta de 2 milhões de reais para que se montasse a estrutura da vinda do Papa ao Brasil. Muito dinheiro? Realmente é.

A bela recepção de nós brasileiros sem dúvida deve ter ressoado no mundo inteiro. Milhões de fiéis povoaram cada metro de passo que Joseph Ratzinger dava. Rezas fervorosas, velas acesas e belos cânticos davam a impressão de uma busca por um milagre em uma terra onde os homens estão condenando a desgraça.

Ratzinger, mesmo mantendo sua postura fria/amavel, aproveitou o momento para questionar assuntos que para o Vaticano são imperdoáveis de serem debatidos. Ora, francamente, em pleno século XXI rejeitar avanços à saúde (células-tronco) ou até mesmo prejudicar o andamento de um sistema (aborto) por causa de preceitos utilizados em épocas bem mais remotas do que a que vivemos atualmente, é constrangedor. Não é de se espantar que a igreja esteja perdendo fiéis. O mais incrível, é que situações bem mais graves e vergonhosas (pedofilia na Igreja), são tratadas com tamanha ingenuidade que chega a dar pena. O atual Papa, pelo que parece, não assumiu ainda o seu verdadeiro papel, ou talvez não saiba qual é. Em mundo onde desastres naturais ameaçam a continuação da espécie, adolescentes assassinam amigos e padres abusam de crianças, não é cabível que nosso caro Ratzinger venha condenar coisas banais, como o uso da camisinha.

Antes de sua partida, o Papa havia feito um pedido ao governo brasileiro: gostaria que fosse obrigatória a inclusão do ensino religioso nas escolas do país. Bom, chega a ser hilário, pois em um país de fortes misturas de raças e crenças como é o Brasil, tornaria-se quase um preconceito à implantação deste projeto nas escolas. Sorte a nossa que Lula enfim acertou em não atender o pedido, o que deixou Joseph bem furioso.

Realmente não precisava se gastar mais de 2 milhões pra um breve vinda como foi a do Bento XVI - que mostrou o quanto a Igreja Católica ainda pode ser comparada a hipocrisia de seus comandantes no passado: isso é referente à quantidade de ouro que o Papa vestia, seus sapatos Padra, seu luxuoso quarto entra outras mordomias que o tão falado Jesus Cristo passou longe de possuir. Mas enfim, foi uma recepção bem vinda, visto que o Brasil é o maior país católico do mundo. Entretanto, contruções de escolas, hospitais entre outros caminhos mais favoráveis para o uso deste dinheiro seriam mais favoráveis, visto a situação que nosso país se encontra. Infelizmente a fé cega, ainda é um recurso muito utilizado no Brasil para se esconder dos verdadeiros problemas. Amém...

domingo, 13 de maio de 2007

I Fórum de Debate sobre Reforma Política no Brasil Pela Justiça Social

Na última quarta-feira, no teatro do CEFET-ES aqui em Vitória, aconteceu o I debate sobre Reforma Política no Brasil Pela Justiça Social. O evento reuniu cerca de 700 estudantes, na maioria pré-vestibulandos, que vieram conferir as opiniões e as discussões sobre temas que afligem e dificultam o caminhar de nossa sociedade. Para quem pensava que seria mais uma discussão entre socialistas ou opositores ao atual governo, se enganou. O que foi passado, foi um espetáculo de força de vontade e inteligência, características essenciais para cumprir o objetivo do debate, ou seja, mudar nosso país para melhor.

Como o evento foi direcionado principalmente aos jovens, nada melhor do que expor o seu verdadeiro papel em nossa sociedade. O primeiro tópico levantado, foi algo que este blog já vem debatendo há um tempo: a passividade dominadora da sociedade juvenil nestes últimos tempos. Citando exemplos de filósofos como Platão e Aristóteles, foi-se discutido a “busca pela própria vontade”, ou seja, não devemos nos esconder atrás do medo e da ignorância. Devemos acreditar mais em nós mesmos, em nossos ideais e colocar em nossas cabeças que podemos mudar o que há de podre por aí. Cada pessoa deve ter consciência do que está errado e tentar mudar para melhor, nem que para isso seja ignorado por todos ao seu redor. Nos deixamos levar muito pelo o que os outros pensam, infelizmente.

Já entrando na política e seus erros, foi posto em pauta a questão da Fidelidade Partidária. Bom, não é surpresa alguma como anda esta situação no Estado brasileiro. No congresso, por uma oferta maior de salário ou por um cargo mais alto, políticos trocam de partido assim como trocam de roupa. Assim foi com o professor e filósofo Mangabeira, que até agora não prestou esclarecimentos à sociedade sobre sua surpresa decisão. No post sobre o Enéas, muito se foi criticado a sua participação um tanto eloqüente no congresso brasileiro, mas o que não se pode discutir, é que o PRONA é um exemplo de fidelidade partidária. E não apenas do Enéas, mas também de seus correligionários, exemplo que foi amplamente debatido pelos professores presentes.

Ainda dentro da política que envolve o congresso, se discutiu também a situação do voto no país. Pelo que parece, está em pauta para ser votado uma mudança no sistema de votação. Em algumas regiões, estão querendo fazer algo parecido com o voto cabresto de tempos atrás. Totalmente ridículo. O atual sistema de votação é eficiente, o que não é eficiente são os eleitores, mas isso discutiremos daqui a pouco, pois agora, relatarei um caso levantado no fórum e que acaba com o que se pode chamar de Democracia nas eleições: o Financiamento Público de Campanhas. Toda eleição está sendo deste jeito. Candidatos que recebem apoio de empresas (prática proibida até então), acabam com chances de outros candidatos não tão apadrinhados assim. E uma vez eleito o candidato que recebeu ajuda dessas empresas, fará com que a economia local se restrinja a apenas elas- como uma troca de favores. E porquê isso acontece? Pois a maioria esmagadora da população prefere ganhar chaveiros e camisetas à escolher um futuro melhor para o país em que vivem, o que é simplesmente vergonhoso. E ainda estão querendo acabar com a obrigatoriedade do voto. (risos), se com a obrigatoriedade já está assim, imaginem sem ela... Para muitos, é provável que praticar a votação seja uma chatice. Ok, pode ser. Mas é bom pensarmos que esta é a única hora onde todos são iguais. Não importa sua cor, seu status financeiro ou sua opção sexual, ninguém é diferente de ninguém. O rico empresário pode ficar atrás de um pobre agricultor, esperando a hora de votar. Que outras situações poderiam ter tal contraste? Para que tenhamos uma idéia do quanto é prejudicial a falta de votos, a situação atual da França foi exemplificada no debate. Nas últimas décadas, o número de votantes franceses chegou a míseros 40%, o que fez o país pagar muito caro. Lembram daquela situação caótica que tomou conta de Paris há uma década atrás? Quando imigrantes se revoltaram e destruíram tudo o que encontravam? Pois é. Nesta eleição, ocorrida semana passada, o presidente eleito, Nicolas Sarkozy, é radicalmente contrário à ocupação de imigrantes, mesmo sendo filho de imigrantes. A sua eleição gerou revolta no país e novos ataques – por parte dos imigrantes-, começaram novamente. Isso apenas para exemplificar a importância do voto.

Para fechar o assunto envolvendo a política brasileira, um sistema de Qualificação Acadêmica para Gestão Pública foi uma idéia formidavelmente discutida. Estamos cansados da ignorância de uma maioria esmagadora de políticos. Então, devia ser obrigatório à todo político – que não tivesses diploma de curso superior-, após se eleger, um curso superior especifico. Pelo menos acredito que boa parte das burradas cometidas por eles, seria descartada.

Assim, devemos não ter apenas esperanças, mais sim muita força de vontade. Aos que estão no poder e desejam ajudar – sim, existem alguns-, fica o pedido de que resolvam as bobagens feitas e parem de comete-las. E para nós, nobres mortais brasileiros, fica a reflexão deste grandioso Debate: Será que podemos mesmo fazer algo? Sem dúvida que podemos. A busca por um país mais justo e igualitário está em nossas mãos. Uma Reforma Política é só o começo para que possamos alcançar nosso objetivo. Como diz aquela musiquinha de abertura do projeto Teleton: só “Depende de nós...”

OBS: Todas as opiniões descritas neste tópico são de autoria dos comandantes do Debate, são eles: Revson Otti, Junior (Bola), Vinícius Simões, Ricardo da Costa, Claúdio Vereza, Antônio Granja e o representante do Grêmio do CEFET-ES. Claro, todas com o mesmo ponto de vista do blogueiro que vos escreve.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Um espetáculo circense chamado Congresso Nacional

No fórum do I Debate sobre Reforma Política no Brasil pela Justiça Social (nosso próximo post...), um tópico debatido foi muito interessante e mostra o quanto nós, eleitores, somos culpados pelo descaso que há no Estado brasileiro.

Esta semana, manchetes e mais manchetes divulgaram um caso que aconteceu no congresso, quando o deputado Clodovil Hernandes (PTC-SP) deixou sua colega de cargo Cida Diogo (PT-RJ) aos prantos, após chamá-la de “feia”. A deputada (foto 1) entrou na justiça contra Clodovil (foto 2) e o deputado Luiz Sérgio protocolou nesta sexta-feira na presidência da Casa, um pedido de exoneração do cargo de Hernandes, por quebra de decoro parlamentar.

Segundo Luiz Sérgio, Hernandes tem sido “extremamente preconceituoso, sexista e homofóbico”.

Clodovil até agora não deu sua colocação no caso, mas confirmou que chamou a deputada de “feia”.

É muito engraçado ler algo assim. Onde os eleitores estavam com a cabeça ao colocar Clodovil como deputado? Deixando claro que nada tem a ver com a figura Clodovil, morte ao preconceito, mas que é uma ignorância absurda elege-lo para o cargo, isto é sem dúvida. A mesma coisa com o Frank Aguiar...Como isso aconteceu? É hilário demais para debatermos. Este comentário pode se contradizer algum dia, mas o que um cantor de forró, “cãozinho dos teclados”, faz ocupando uma cadeira que poderá decidir idéias para mudar o modo de vida da população? Sem comentários....

Esta palhaçada com o Clodovil, e muitas outras que com certeza estão por vir, talvez sirvam de lição àqueles que são votantes. Não se pode escolher uma pessoa pelo seu status, se é famosa não. Olhe o histórico e vejam se ela realmente pode fazer algo por nós... ou então, em breve teremos um reality show onde o ganhador será deputado federal no Brasil.
Francamente....

terça-feira, 8 de maio de 2007

Minutes to Midnight by Linkin Park


Após quase quatro anos sem lançar nada de novo, e envolvidos durante grande período dentro de um estúdio junto à um dos maiores e mais reconhecidos produtores da atualidade, a banda californiana Linkin Park lançou no último dia 15 de maio o novo álbum de inéditas intitulado Minutes to Midnight. Para infelicidade dos músicos, o álbum vazou na internet dez dias antes da data marcada, e o DM traz em primeira mão à vocês uma crítica não especializada definitiva sobre o álbum...

Durante o tempo em que passaram no estúdio junto ao badalado produtor Rick Rubin, a banda por meio da internet, divulgava notas e notas referente a maravilha que seria o terceiro álbum de inéditas da banda. Além disso, a descartação do gênero que perseguia a banda desde sua estréia, o chamado New Metal, parecia enfim estar com os dias contados. E eles estavam certos.

Minutes to Midnight é totalmente o contrário do que se esperava em relação ao estilo do Linkin Park. Berros e mais berros, distorções, eletrônica ao máximo e raps bem movimentados, passam um tanto longe desta nova fase da banda. É até difícil dizermos que estilo a banda agora pode ser classificada. Uma certa evolução dos integrantes é prontamente percebida, mas nem de todos. O baterista Rob Bourdon exaspera talento no trajeto do cd, especialmente na forte No More Sorrow, em que sua bateria faz o nosso coração bater de tensão e raiva (objetivo da politizada música). Outro que enfim mostra o seu talento de rockstar é o guitarrista Brad Delson, que se destaca com solos e arranjos maravilhosos, como o do início da já falada N.M.S. Aliás, em boa parte das músicas, parecemos estar ouvindo o grande Jonny Buckland (Coldplay) nas guitarras, tamanha diferença de estilo e qualidade. Talvez Delson e Bourdon seja os integrantes que mais mostraram evolução e talento no M2M. Shinoda, Bennington e Phoenix continuam mandando bem, mas sem se destacar. Mérito ao Mike pelo conjunto da obra, papel fundamental ao cérebro da banda. O Dj Mr. Hahn foi o que menos apareceu. Sua participação no cd é rara assim como os raps do Mike, e isso não é de longe um ponto negativo.

Influências há tantas que chega a ser difícil diagnostica-las: A mais provável e quase entregue é a baladinha gostosinha Shadow of the Day, que sem dúvida ficaria ótima na boca do Bono Vox e banda. The Little Things Give You Away também lembra muito U2, o que já começa a preocupar.

Mas calma àqueles viciados no Meteora e Hybrid Theory, ainda há berros e raps... Temos Given Up, uma música forte e pesada, mas que não acrescenta em nada nesta nova fase da banda. E temos também a louca Bleed it Out, um ótimo som frenético e viciante, que lembra com uma bela nostalgia o antigo Linkin Park. Mesmo estando um pouco apagado dos vocais, Mike Shinoda ganha duas músicas em que canta sozinho: a suja Hands Held High e a boazinha In Between. Com um rap digno de um b-side de seu trabalho solo (Fort Minor), HHH torna-se não só a pior música do cd, como também uma das piores das oficiais lançadas nos dois álbuns de inéditas. O belo arranjo e a letra maravilhosa, salvam a música. In Between mostra um lado do Mike diferente, mas nada de exuberante, apenas normal.

Em Minutes to Midnight, temos a chance de conferir letras maravilhosas, oras politizadas oras sentimentais. As letras são sim um ponto alto do álbum. Mostra uma vertente até então desconhecida do grande público, mais que o Linkin Park sempre manteve: o lado humanitário, como é mostrado na linda The Little Things....

A matéria de capa e cuidados com este cd, foram louvável. Tudo muito belo, todas as versões lançadas. Mesmo assim não pense que você encontrará aqui uma obra-prima ou um clássico, pois não irá. Mas a banda está caminhando certo em rumo disso.

Uma dica para curtir o cd é: não lembre que é Linkin Park tocando, imagine outra banda, sei lá. Pois a mudança é radical, mas muito bem vinda.

Minutes to Minight foi sim o melhor álbum lançado da banda. Se vai fazer sucesso? Ainda é cedo para dizer. Os integrantes arriscaram muito neste audacioso projeto. Mas, nesta semana de estréia (14/05 em diante), o álbum vendeu mais de 600 mil cópias, já sendo considerado o álbum que mais vendeu na estréia em 2007. É o efeito Linkin Park... é aguardar para ver para onde esses minutos levarão a banda.

.3 estrelas de 5.

As cinco melhores do M2M :

  1. No More Sorrow
  2. Valentine´s Day
  3. What I´ve Done
  4. The Litlle Things Give You Away
  5. Leave Out All the Rest
Link Download: http://rapidshare.com/files/29424093/linkinpark_minutestomidnight_tiago.rv.rar.html




domingo, 6 de maio de 2007

Ele se chama Enéas !!!

Morreu na manhã de hoje, vítima de complicações de uma leucemia, o deputado Enéas Carneiro (PR). O famoso deputado faleceu em sua própria residência.

Enéas ficou famoso junto ao seu partido, o Prona, pela “irreverência” que mostrava em suas campanhas eleitorais. Formado como mestre em Cardiologia, o médico era reconhecido pela simples jargão "Meu nome é Enéas", que ficou na boca do povo, e ainda é lembrado até hoje.

O deputado federal tentou a presidência três vezes, e defendia idéias consideradas absurdas pelos políticos, como a de construir uma bomba atômica brasileira. Não tendo sucesso nas eleições da presidência e muito menos nas para governador de São Paulo, conquistou o maior número de votos na câmara, sendo o deputado federal mais votado na história.

Entre suas principais reivindicações no momento, estavam as críticas à globalização e as privatizações.

A verdade é que ele era o político mais irreverente em solo brasileiro. Assistir entrevistas com o deputado sempre trazia coisas muito inteligentes para se pensar. Sem dúvida era um deputado acima da média. Talvez no comando deste país, ele não brilharia tanto. Mas capacidade e vontade nunca lhe faltaram. Mesmo tendo a sua figura e a de seu partido ridicularizada pela mídia, Enéas era um dos com maiores capacidades de defender idéias a favor da população. Era uma figura em tanto. Muitos podem criticar este artigo, citando como exemplo a investigação sobre corrupção que fizeram em seu partido, sujando-lhe o nome - mesmo tendo a investigação não dado em nada.

Assim o Brasil perde, infelizmente, um político preocupado com a situação do país e que fazia alguma coisa no congresso. Bom, já não há muitos, e perdemos mais um...lastimável.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Homem-Aranha 3 (Spider Man 3, 2007)



Com a chegada do verão americano, demos sorte de um dos filmes mais esperados do ano (se não for o mais esperado), ter estréia mundial hoje. O homem-aranha 3, além de ser um dos mais esperados, ainda fica com o mérito de um dos mais contagiantes do ano, além de ser o melhor filme sobre personagens famosos de HQ.

[SINOPSE] No terceiro filme da bem-sucedida série "Homem-Aranha", novos vilões e uma nova mulher cruzam o caminho de Peter Parker. Com seu segredo agora revelado a Mary Jane e Harry Osborne, Peter precisa enfrentar as conseqüências de seus atos e seu relacionamento com Mary Jane, que trouxe alguns resultados inesperados para o casal, como o chefe de Peter determinado a tornar sua vida um inferno por causar problemas emocionais ao seu filho. Para piorar, um jovem repórter investigativo chamado Eddie Brock é contratado por Jameson para descobrir porque Mary Jane trocou seu filho por Peter - qual é o segredo dele, afinal? Ao mesmo tempo, um fugitivo da polícia escondido numa praia remota é vítima de um acidente bizarro e torna-se uma criatura de areia que pode mudar de forma. Ao investigar o caso, Peter entra em contato com dois importantes elementos que vão alterar sua vida. A primeira é a jovem Gwen Stacy, filha do novo chefe de polícia da cidade . A outra, uma substância negra encontrada no local do acidente que se funde com o uniforme de Peter, dando a ele novas habilidades. Entretanto, a situação fica ainda mais crítica quando Harry Osborne, determinado a vingar-se de Peter pela morte de seu pai, junta-se ao Homem-Areia para causar destruição, vestindo uma variação do uniforme do Duende Verde. No caos que se segue, vidas são perdidas - incluindo algumas próximas a Peter - enquanto a substância negra se desprende dele para formar uma nova entidade, se unindo a um distraído Eddie Brock, dando vida a uma criatura única e um inimigo que ele talvez não seja capaz de parar: Venom.

Após a explosão cinematográfica que foi o segundo filme da franquia, muito se subestimou o diretor Sam Raimi na produção do terceiro longa, sendo que fazer um espetáculo maior do que aquele era uma tarefa quase impossível...ainda bem que era “quase” impossível.

O filme em si, traz uma nova fonte de exclamação. Ainda contém as famosas cenas de ação e as lições do herói, mas o que se sobressai aqui, é o sentimentalismo pesado que se faz no filme inteiro. Peter Parke tem de se dividir entre o amor da sua vida, a tarefa de proteger Nova Yorque e ainda tentar recuperar uma amizade perdida. Com a sua difusão em Venon as coisas pioram, sendo que não apenas seu lado físico é afetado. Este terceiro filme da franquia, é o mais dramático de todos, o que ajudou a definir alguns padrões que já estavam meio duvidosos nas produções anteriores, como as atuações, por exemplo.

Antes da estréia, um dos pontos mais criticados pelos fans, foi a inclusão de três vilões no filme, o que poderia atrapalhar um pouco o roteiro. Felizmente, isso não acontece. Alvin Sargent, guia brilhantemente e faz dessa uma produção totalmente bem balanceada, com variações de características, que faz o filme ficar imperdível, com cada personagem tendo o seu devido valor na produção, nem mais, nem menos quanto merecia. Para quem gosta deste mundo cinematográfico, sabe que isto é uma tarefa bem difícil, principalmente se tratando de filmes sobre super-heróis.

Bom, as atuações foram uma das surpresas do longa. Tobey Maguire deve ser o mais aplaudido. Não é digno de prêmio algum -claro, não é para tanto-, mas neste filme, Maguire foi obrigado a elevar ao máximo seu talento de interpretação, logo que seu personagem sofre tantos altos e baixos. Peter Parker continua o nerd de sempre, mas as variações para nerd deslumbrado e nerd esnobe – quase maléfico-, saem bem eficientes. O ponto alto é a parte do “nerd maquiavélico”, quando Parker já absorveu a substância negra e começa a adotar trejeitos obscuros. Ao mesmo tempo que divertido, este trejeitos possuem o toque de emotividade (aliás até adotado no visual bem “emo” do ator, rs), o que precisou de uma atuação bem competente, e Toby o fez. Ainda na pele da simpática M.J., Kirsten Dusnt também alcança um patamar mais alto do que nas produções anteriores, e o pior, que talvez ela faça isso por puro acidente. Mary Jane se encontra em uma posição muito difícil na vida, quando seu sonho vai por água abaixo e nem o apoio de seu namorado – que aliás, faz muito mais sucesso do que ela, como homem aranha, o que já causa uma frustração-, ela tem. Dusnt parece ter adotado o que a personagem tem de essencial: a frustração na vida. M.J. ainda guarda mágoas de seu passado ruim e não esta se sentindo bem nessa nova etapa da vida, o que precisaria de um forte apelo emocional, que é preenchido com eficácia pela atriz. James Franco continua o de sempre, não surpreendendo. Se o ator quisesse, podia ser o melhor do filme, mas não é o que acontece. Apesar dele não fazer feio, fica apenas como um ator comum do elenco, mesmo sendo seu personagem de uma importância enorme no filme.

Esta produção é recheado de coadjuvantes, que de forma alguma merecem críticas severas, pois foram bem felizes em seus papéis. Destaque para Bryce Dallas H., no papel da carismática e fundamental Gwen Stacy e o jovem Topher Grace, como o fotógrafo Eddie, rival do Parker no jornal e mais tarde alter-ego do Venon. Além ,é claro, do veterano ator - tanto na série, como no cinema-, J.K. Simmons, que rouba as cenas em que aparece como o excêntrico dono do jornal, Sr. Jameson.

Do maior orçamento da história do cinema (US$250), foi usado cada centavo, sem dúvida. Os efeitos especiais são de tirar o fôlego de qualquer um. Sam Raimi dá um show junto ao seu irmão nesta super produção. A maravilhosa parte que mostra quando todos os vilões e o homem-aranha estão na mesma cena, é algo incrível, não se sabe para onde olhar. É com segurança que falo, que esta talvez tenha sido uma das mais fascinantes utilizações de recursos computadorizados em uma produção de cinema.

Aos fans que pensavam que a saga do aranha termina com esta trilogia, estão muito enganados. Apesar de no final parecer isso mesmo, quem é fã dos quadrinhos vai encontrar algumas brechas no roteiro que dão margem à continuações, já anuncidas pela equipe... ainda bem.

Homem Aranha 3 não é apenas um filme de ação. Todos os sentimentos são envolventes. Sam Raimi se consagra como um dos melhores diretores do gênero na história de Hollywood. O roteiro peca no que condiz a adaptação dos quadrinhos à tela, e para os fans deste HQ da Marvel é um erro quase imperdoável. Uma dica: Não espere de modo algum chegar em dvd. Quando for ao cinema, não perca tempo comprando pipocas e refrigerantes, pois acreditem, não terão tempo de comer.

Nota: 9.7



terça-feira, 1 de maio de 2007

Que o "vermelho" deste abril fique apenas na bandeira...

No ano, o dia 1º de maio talvez seja o mais marcado por protestos, não apenas no Brasil, como pelo mundo. Os protestos que marcaram 2007, até agora se mostraram bem pacíficos e com um teor crítico evidente, o que é mais do que louvável. Reivindicações como aumento de salário, corrupção de empresário/governos e até reconhecimento da prostituição (Índia), fizeram parte do dia de hoje.

Mas como sempre, nem tudo são flores – principalmente no Brasil-, fomos surpreendidos com uma gigantesca invasão do movimento MST por todo o país. Ao todo foram nada menos do que 81 invasões, contrastando com a ocorrida em 2004, quando o movimento invadiu e destruiu cerca de 89 fazendas, sobre o pretexto do chefe nacional do movimento, João Pedro Stédil, que havia prometido “infernizar” o primeiro mandato do presidente Lula.

A invasão de hoje não se restringiu a apenas fazendas: invasões em prédios governamentais, agências bancárias oficiais, praças de pedágio e fechamento de rodovias, fizeram parte das ações do grupo. Até agora, não tivemos uma indicação de marginalismo por parte dos protestos do movimento, como em 2004.

A principal reivindicação é a agilização da Reforma Agrária pelo governo Lulista. Mas será que seria uma boa? A distribuição de terras desocupadas e sem uso algum para moradia, sem dúvida é um projeto ambicioso, mas incrivelmente competente. Entretanto, o projeto que nosso presidente diz estudar neste atual mandato, prevê a distribuição das terras, não apenas para moradia, mas também para a implantação de trabalhos agrônomos, a fim de, junto a combater a mazela dos sem-tetos, eliminar também um pouco do problema do desemprego. Bom, talvez nisso o audacioso projeto seja equivocado. Sendo o Brasil um país sub-desenvolvido, grande parte de nossa economia gira em torno da exportação de produtos agrícolas, que trazem um gigantesco retorno financeiro ao país. Pelo visto, Lula quis utilizar deste fator para “resolver” parte do problema do desemprego. Digamos que tal pensamento seja em vão. Decerto que boa parte de nossa economia gire em torno da agricultura, mas uma esmagadora parte das exportações realizadas e dos produtos agrícolas que encontramos nos supermercados vêm de empresários do ramo, que possui empresas e subsídios que comporta produzir e vender em grandes quantidades. O mercado agrícola não é amplo. Lógico que daria para que cada um beneficiado com este projeto do Lula plantasse e trabalhasse com isso, mas o lucro seria absurdamente inferior. Não teria mercado, digamos assim. Assim não adianta o presidente tentar resolver tudo utilizando nosso famoso “jeitinho brasileiro”. A idéia da distribuição de terras não-utilizadas (tem de se grifar, mais abaixo a explicação), para moradia é louvável, mas a implantação de produção agrícola para os beneficiados, é no mínimo equivocada demais.

O MST está certo em reivindicar os direitos prometidos por Lula, mas vamos com calma. Ainda não saiu nada de concreto na mídia jornalística – e espera-se que não saia-, mas repetir o pandemônio que foi em 2004, é nojento. Destruir as fazendas ocupadas, queimar plantações e matar o gado, são ações dignas da FARC colombiana. Quando acontece um impasse entre o dono das terras e os ocupantes, o proprietário é que vira o vilão. O discurso carregado dos chefes socialistas se torna adverso às ações cometidas pelo grupo. A distribuição das terras deve ser feita com áreas realmente desocupadas, desapropriadas. Apesar de que, como andam as coisas, é improvável que o movimento dos sem-terras, fiquem satisfeitos com uma distribuição justa.

Na Bahia, 5 mil protestantes do movimento, foram as ruas em uma passeata com gritos e bandeiras exigindo seus direitos. Sem ocupação, sem destruição, apenas a passeata. Talvez essa, no Brasil todo, seja a única merecedora de palmas.

Bom, ficamos a espreita para que este “Abril Sangrento”, não seja seguido ao pé da letra.