sábado, 24 de março de 2007

Sangue escondido por um véu desprotegido

Em momento esclarecedor, este artigo não condena quaisquer tipos de religião e muito menos ataca a ideologia de nenhum país.
Mas observem...

O CASO: Na Alemanha, uma marroquina chamada Najat L.- 26 anos, mãe de dois filhos e casada há cinco anos-, após ser socorrida por vizinhos depois de mais uma surra de seu marido, resolveu pedir ajuda e deu entrada em um divórcio, contando que viver em um país onde a religião muçulmana não impera, tornaria a ajuda tudo mais fácil. Infelizmente ela se enganou.

O pedido foi negado pela justiça alemã, que alegava que de acordo com o livro sagrado dos muçulmanos – O Corão-, o homem seria permitido a punir a esposa, mesmo que para isso tenha de se usar a força física. O caso gerou um tumulto enorme na Alemanha e a juíza foi criticada por colegas de profissão, feministas e defensores do direito humano.

Bom, e não é para menos. Tem-se em mãos, uma sofrível decisão: como julgar um caso – que mesmo sendo de um escrúpulo enorme-, sem denegrir uma religião com milhões de seguidores? O caso é forte.

A religião mulçumana é vista por nós ocidentais, como uma religião sem precedentes, onde o livro sagrado aceita punições em nome de uma imagem a zelar e que o profeta em questão, casou e deflorou uma menina de 9 anos.

O caso de Najat é ainda mais cruel, visto que ela está em um país estrangeiro, e contava que isso a pudesse ajudar nestas circunstâncias. Aliás, isso lembra muito o recente caso daquela africana que seria apedrejada pelos seus vizinhos após ser acusada de adultério pelo marido, que não concordava que o bebe que ela teria tido era dele, o que foi comprovado o contrário. Neste caso, a moça em questão foi levada ao fórum da ONU e depois de muito embate internacional e uma revigorante aclamação da imprensa, conseguiu-se evitar o pior.

Pode ser difícil, mas já que existem órgãos como a ONU, podia-se colocar em pauta um certo consenso – com representantes de todas as crenças e religiões-, para ditar certas regras. Najat talvez seja injustiçada pelo descaso da justiça e volte a “viver” (e coloca aspas nisso), com o marido. Mas, como já foi dito, a visão de um ocidental é bem mais ofuscante e negativa do que quem vive dia-a-dia sob estes preceitos. O que parece, é que os ensinamentos religiosos são mal interpretados. Mas isso já é outro centro de discussão. Por fim, espera-se que Najat liberte-se de uma morte sem defunto, onde uma crença (infelizmente), torna-se a grande vilã da história.

OBS: Desejam conhecer a história de Najat com maior pronfundidade? Cliquem aqui, artigo datado em 23/03/2007.


18 comentários:

Morena disse...

oi Te vi na comunidade!
Nossa impressionate q coisas assim ainda acontecem hj em dia!!!

gaspar cearamor disse...

valeu gostei do teu blog

Carol disse...

Oi!
Te encontrei na comunidade do Orkut! :)

Muito bom o texto! Parabéns!
É uma situação muito delicada, pois é complicado combater esse tipo de coisa, se de certa forma vai contra alguns princípios da religião...
Difícil!

BjOasis!
Carol!

Guilherme Gomes Ferreira disse...

E ai Diegão!
cara, fico indignado com um troço desses! Tb não vou falar sobre religião, pq cada um tem um pensamento, mas sinceramente, acho um absurdo que ainda existam tais atitudes e o que é pior, colocar Deus como desculpa ou qualquer coisa parecida.

Valeu Diego! abração
pô fazia tempo que eu não aparecia por aqui rsrsrs foi mal!

abs

Anônimo disse...

Situação complicada, bate de frente com religião, seus ensinamentos e a fé.

Espero que essa moça tenha um final feliz

Anônimo disse...

Não entendi... A juíz agora se guia pela "bíblia" de cada religião e não pelo livro de códigos penais? Então ela procurou ajuda no lugar errado. É uma pena.

Henrique Fogli disse...

Do caralho!!!
Mas é uma pena que o bom senso não impere.

Abraço, Diego!

R. B. Dillinger disse...

Olha, eu não sou a favor das religiões que obriguem certas coisas, que julga algumas atitudes certas, ou erradas. O ocidente fala mal do Oriente, pelo o extremismo, mas esquecem que o catolicismo já aprontou das suas, só relembrar da inquisição, cruzadas e etc. Mas é aquela velha história, não se discute, nem tenta mudar a cultura de outros povos, é inútil. Eles viveram aquilo a vida inteira, infelizmente só essa é a maneira correta pra eles!

Abraço cara, blog ta cada vez melhor!

Jullyana Albuquerque disse...

Erro da justiça alemã, a religião não deve ser colocada acima dos direitos de um ser humanos em hipótese alguma.

Fernando Teixeira disse...

voltamos ao assunto... Até que ponto a etica religiosa ainda é valida nos dias de hoje?

Eu so um dos que defendem que a ética humana é o melhor a ser seguido..sabemos que nao podemos matar, roubar e todas essas coisas...q existem na base de todas as religioes.

O problema que as religioes de uma forma geral sao muito inflexiveis, seja a morte por apedrejamentona africa, ou a proibição do uso da camisinha pela igreja catolica.

Questões da religião mulçumana tem muito do contexto historico...Na idade antiga os homens iam pra guerra e a maioria morria,..entao haviam mais mulheres q homens e para que o povo seguisse forte era permetido que um homem tivesse varias mulheres por exemplo. Mas estamos em outros tempos...Como gaúcho ,por exemplo, admiro que se aprecie o passado e as raízes...mas tem q contextualizar cada coisa...estamos em outra época onde está mais do que provado q a mulher nao é inferior ao homem.. e q os dois se complementam.

O caso dessa moça é complicado, pois acredito que a justiça errou. Pois as coisas devem serem julgadas seguindo a lei daquele pais..e se agressão é crime nao importa a religiao. Se fosse em um país arábe as leis seriam diferentes.

Caso tenha um seita ou religiao que prega a morte de outro por exemplo, essa pessoa de forma alguma seria inocentada por seguir tao religiao!

As leis devem imperar sobre a religiao e sobre os homens!

Só assim todos poderemos viver em Liberdade.

Anônimo disse...

É difícil discutir esse assunto, mas vamos lá.
Eu acho mesmo que algumas religiões e pontos de vista não respeitam a condição humana, o que é lamentável.

Por outro lado, é preciso tomar cuidado com o discurso moralista e "humanista" que às vezes encontramos na mídia e em vários lugares, porque podem esconder uma visão "eurocêntrica" do mundo. Pq digo isso? Pq o Ocidente sempre viu o Oriente como atrasado, burro e desumano. Atrasado pq tem a mesma cultura há mais de 5.000 anos e burro pq não respeitaria algumas questões básicas da sobrevivência humana.
E a fome, a pobreza, a violência, a exclusão, a prostituição infantil, a exploração que vemos ao nosso lado? Na Europa? No lado "civilizado" do mundo?!

Claro que o que aconteceu com essa muçulmana é lamentável. Mas, antes de atacarmos outras culturas diversas com 4 pedras na mão, temos que parar pra pensar na nossa...

Bom, eu tinha vindo aqui agradecer o comment e dizer que já procurei saber sobre a cantora indicada, e acabei falando mto. Hahaha.

Até mais!
(ah, vou te linkar, ok?!)

Anônimo disse...

Caro Diego,
infelizmente a mídia é suja, manipula a informação em favorecimento dos anunciantes.
O público fica atônito e sem reação, ingerindo dados montados e maquiados.
Os artigos estão cada vez melhores!
abs

Anônimo disse...

Diego,

Difícil dilema. O que fazer numa situação dessas? Desrespeitar uma conduta de vida por causa de leis? Ou Impedir um crime e desrespeitar uma ética de vida? Não sei o que dizer...

Anônimo disse...

Fala Diego!
Parabéns pelo blog, vc leva jeito mesmo para a coisa... Boa sorte nos seus planos e obrigado pelo simulador... Abraço

Ps.
Muito estranho a moça não ter sido julgada pelas leis alemãs não acha?

Anônimo disse...

Acho que a juiza deveria seguir a lei e não o livro sagrado.

Um erro?

Luna disse...

jah tinha visto seu blog qndo te vi em uma outra comun e achei ele super bacana mesmo,os seus textos são super legais.
isso realmente é uma questão muito complicada,mas acho q deveria prevalecer a lei alemã e o bom senso.

Dorian disse...

Diego,
Achei bola fora da justiça alemã. O estado tem que ser laico e as leis devem ser aplicadas sem levar em conta idiossincrasias.

Diego Moretto disse...

Bom, vcs já diseram tudo, ótimos comentários. A justiça alemã após 2º grande guerra e guerra fria, sempre foi um grande exemplo de competencia, ajudando na construção do país. E até hoje se mantém isso, tanto que os cursos de Direito na Alemanha, são vistos como um dos melhores do mundo. Realmente não entendi a atitude desta juíza. Como disse o companheiro ali em cima, o Estado tem q ser laico. Acredito que foi mais medo dela, visto a figura que o povo muçulmano demostra. É estranho falar, e triste. Torço para um final feliz para Najat, mesmo acreditando o contrario.... Bom, é isso. Obrigado a todos os comentarios. abs!